Blog PL 19/02/2013
Palácio de Livros - Resenha postada em http://palaciodelivros.blogspot.com.br/2013/02/resenha-aden-stone-e-batalha-contra-as.html
No primeiro volume da série “Interligados” somos apresentados a Aden Stone, um jovem órfão que sofreu com a negligência de médicos e instituições durante toda a sua vida. Apesar de ser diagnosticado com esquizofrenia, a verdade é bem diferente disso.
Aden possui quatro almas aprisionadas em sua mente, e tudo o que mais sonha é em libertá-las e ser um garoto normal. Cada uma dessas almas possui um poder: Elijah pode prever o futuro, Julian ressuscita os mortos, Caleb pode possuir o corpo de outra pessoa e Eve, a única mulher, tem o poder de viajar no tempo. Aden vive se metendo em problemas por esses poderes, já que nunca pode passar em um cemitério sem transformar os mortos em ‘zumbis’ ou vive sendo pego falando ‘sozinho’.
Então, em um dia aparentemente normal, Aden é atingido por um vento muito forte e as almas se calam. Ele descobre que a razão desse silêncio temporário é Mary Ann, uma garota que, sempre que está perto de Aden, faz as almas se calarem – mesmo sem ter consciência disso. Eles se tornam amigos e Mary Ann concorda em tentar descobrir como libertar as almas, porém, a energia liberada no primeiro encontro dos dois convoca todos os tipos de criaturas mágicas para a cidade, que querem descobrir o motivo de tanto poder se concentrar em uma só pessoa.
Eles conhecem, entre essas criaturas, Victoria – uma princesa vampira – e um lobisomem, Riley, e é aí que a história começa a se desenrolar. Aden se sente misteriosamente atraído por Victoria, e precisa lidar com as conseqüências dessa atração, além de tentar libertar as almas que habitam sua mente.
Não tinha grandes expectativas sobre esse livro, apesar de já ter lido ótimas críticas sobre ele, e, ao final, fiquei feliz que não havia esperado muito.
O primeiro tópico que me desagradou muito foram os personagens: Aden é nada mais do que um personagem morno. Além de, de um dia para o outro, sentir um amor incondicional pela vampira Victoria – quem, por sua vez, é insossa e não acrescenta ao livro nada mais do que as habilidades de manipulação para Aden poder sair livremente do rancho em que mora – as cenas de violência excessivas que protagoniza não trazem emoção alguma à obra.
O outro casal, Mary Ann e o lobisomem Riley, são melhores, mesmo que não muito. Apesar de interessante no início da história, novamente me decepcionei. No decorrer dos acontecimentos, o relacionamento dos dois – que eu esperava ser um pouco mais elaborado – transformou o inicialmente destemido Riley em um perfeito ‘cachorrinho’. Não há nenhuma base, um tempo para a “grande paixão” citada se formar em nenhum dos dois casos. Em um dia são desconhecidos, e, depois de uma semana, o amor entre eles é absoluto.
A enorme falta de linearidade também não agradou. Nas primeiras 150 páginas, não há nada acontecendo. Aden até quer libertar as almas que estão presas em sua cabeça, porém, não toma nenhuma providência significativa para isso. E, então, somos bombardeados com tantos fatos, criaturas e personagens novos em poucas páginas que chega a ser confuso. E, com tantos fatos ocorrendo ao mesmo tempo, – gnomos, bruxas, vampiros, fantasmas e histórias do passado – a autora conseguiu o que parecia impossível: tornar o livro monótono.
A narrativa, apesar de enfadonha, é boa. Os fatos são transmitidos com clareza, e o que me incomodou, na realidade, foi apenas o modo que a história se desenvolveu. Acredito que tinha tudo para ser um livro bem elaborado, interessante, com acontecimentos rápidos e impactantes: contudo, algo no meio do caminho simplesmente deu errado.
Todavia, o livro não é completamente ruim. A história das almas foi a parte que mais me atraiu – como elas acabaram presas na mente de Aden? Qual a extensão dos poderes delas? – e fiquei curiosa para saber mais sobre elas. O design do livro é incrível, com a capa sombria e as letras em alto relevo. A fonte é boa para leitura, e a ortografia é impecável.
Repito, não é uma história ruim. A idéia é boa, e tem tudo para melhorar. Porém, não tenho certeza se leria a sequência se já não a tivesse adquirido. Em minha opinião, a autora pecou na quantidade acontecimentos, e fiquei a leitura inteira esperando por um momento de ação – que nunca chegou. Espero que, com o segundo volume da série, isso seja corrigido, portanto, lerei a sequência.
Para os fãs de leituras sobrenaturais, a proposta do livro é misteriosa e agradável, e recomendo a leitura a quem gosta de mistérios – quem sabe, sua opinião seja diferente da minha.
Por Gabrieli Prates.
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