Juliana Pires 03/09/2012
Toda vez que eu compro um livro, eu gosto de ter uma ideia sobre do que se trata, para não ter surpresas desagradáveis, e também por que eu sou curiosa, mais com esse livro foi diferente, por que quando o comprei – por conta do título diferente – eu não fazia ideia de nada, e eu me surpreendi bastante, por que eu não esperava pelo que encontrei.
Li em alguma resenha desse livro, que devido ao nome, é de se esperar que a história seja de terror, ou pelo menos um suspense, mas engana-se, a história trata do cotidiano de um garoto de 17 anos, que tem o pai desaparecido há cinco anos e que numa madrugada voltando para casa encontra Violet Park – a morta – na prateleira de uma agência de taxi.
Descobrimos que a família de Lucas mudou radicalmente há cinco anos, quando o seu pai desapareceu sem deixar vestígios, ninguém sabe se ele morreu ou simplesmente foi embora, para ele, o pai está perdido, sem poder entrar em contato, ele não consegue acreditar na alternativa do pai – seu ídolo – ter abandonado a família.
Já a sua mãe acha que o marido foi embora, ele não era a melhor pessoa do mundo, e apesar de Lucas nos apresentar um super pai pelas suas lembranças, vamos descobrindo através da mãe (que chega a confessar que na verdade quando entrou na igreja no dia do casamento ela desistiu da ideia, só continuou por que estava grávida) que na verdade ele idealiza um pai que nunca existiu, seu pai era completamente diferente daquele que ele lembra.
A parte da família de Lucas me deixou pensativa, por que quantas pessoas formam famílias por acaso, sem saber o que estão fazendo, idealizando uma coisa que nunca vai existir e acabam vivendo uma vida infeliz, fico imaginado se elas tivessem a oportunidade de voltar atrás e fazer diferente, será que mudariam tudo? Às vezes eu fico observando as pessoas e me dá uma vontade de fazer essa pergunta para algumas que sempre me parecem tão infelizes e amarguradas.
O confuso na história – pelo menos até a metade do livro – é quando por acaso Lucas acaba encontrando Violet Park, tudo aconteceu quando ele estava voltando para casa de madrugada, ao entrar em uma agência de táxi, ele a encontra pela primeira vez, e fica totalmente fixado nela, o dono da agência lhe diz que ela esta lá há uns cinco anos, desde quando a urna foi esquecida por alguém em um táxi, e ninguém veio reclamá-la.
Essa parte é confusa por que ficamos perguntando, qual é o problema desse garoto, fixado em uma urna esquecida numa agência de taxi? Eu confesso que também ficaria instigada com a história, mas não a ponto de roubar a urna com a ajuda da minha avó.
Desde a primeira vez que ele viu Violet Park, parece que ela o segue para onde quer que ele olhe - em algumas passagens parece até que Violet fala diretamente com Lucas, e você se pergunta aonde isso vai dar - e ele chega à conclusão de que Violet quer lhe dizer alguma coisa, algo totalmente surpreendente.
Apesar de parecer uma história sobrenatural, não é, a verdade é que toda a referência que ele encontra sobre Violet, o empurra para uma verdade inevitável, algo que ele nunca gostaria de acreditar, algo que todos ao seu redor parecem ter consciência, mesmo não sabendo de fato.
O final é excelente, eu fiquei totalmente contemplativa, pensando na vida, no universo e tudo mais. Algumas pessoas podem não gostar tanto, por que apesar de termos uma conclusão, a autora deixou espaço para se perguntar, será possível? O que me deixou pensando ainda mais em: será que algumas pessoas, se tivessem a chance, mudariam as atitudes que a levaram a ter a vida que tem?
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