Karine343 17/04/2024
Primeiro livro sobre vampiros que li
Amo histórias sobre vampiro, assisto filmes desde sempre, mas lendo, foi a primeira vez. Confesso que eu amei essa experiência, e quero mergulhar mais nessa atmosfera vampiresca.
É um livro curto, de apenas 140 páginas, porém, uma leitura super envolvente.
Primeiro somos apresentados à personagem Lolita. Uma mulher fatal que antes de se tornar vampira, era uma GP e vivia pelas ruas da cidade.
Os vampiros não são os personagens principais aqui, são o foco. E as pessoas que os enfrentam não são nenhum tipo de caçadores de vampiros, são pessoas comuns, que não veem outra alternativa, a não ser, matá-los.
O livro tem elementos NOIR. Temos investigação. Uma mulher fatal. Aliás, mulher, não mais.
São vampiros fétidos, gelados, pálidos e de dentes podres.
Em O INVERNO DO VAMPIRO não há romance vampiresco, nem humanização dos vampiros. Eles existem apenas para caçar e se nutrir de suas vítimas. São apenas uma espécie de mutação.
Se passa nos anos 60, no Brasil ??. Ambientado especificamente em Porto Alegre. O nosso protagonista sem nome é melancólico, e se muda de cidade para trabalhar em um banco, em busca de um recomeço, sem conhecer absolutamente ninguém. Logo, ele consegue se hospedar na casa de Ludwig, um cara excêntrico, que mora numa casa enorme, e gosta de se isolar no andar de cima. Aparentemente não trabalha. Junto com eles, vive a dona Tóia, que é a pessoa que cuida dos afazeres domésticos e da alimentação?
Somos transportados tbm para 1941, onde o tempo está direto nublado, e a chuva castiga a cidade o tempo todo, com raras tréguas. O tio de Ludwig deixa uma espécie de diário contando sobre crimes semelhantes aos que andavam acontecendo nos dias atuais. Um Brasil de 1960, onde já existia TV ? preto e branco (somente quem tinha maior poder aquisitivo tinha acesso), e a informação podia chegar mais rápido. Coisas estranhas começam a acontecer pela cidade, pessoas somem sem deixar rastros, outras morrem e os assassinos não são encontrados, e mesmo que os jornais informem sobre o desaparecimento/morte dessas pessoas, é tudo muito superficial. Na verdade estavam acontecendo assassinatos por vampiros, e quem já sabia disso, não poderia gritar e dizer em alto e bom som, porque sabia que as pessoas não acreditariam. É um pouco bizarro até, porque a impressão que eu tive, era que eles escolhiam vítimas solitárias, sem familiares para procurá-las depois que elas sumissem. O mais interessante é que umas pessoas acreditam e outras não. E mesmo vendo as coisas acontecendo explicitamente, na sua frente, buscam uma explicação lógica pra tudo isso.
O mais legal é que vemos acontecer a construção de uma amizade entre pessoas solitárias, que vão em busca da verdade e enfrentam, mesmo com medo do que venha acontecer.
Gostei muito dessa leitura, e espero conhecer mais desse gênero agora.