spoiler visualizarJP_Felix 10/10/2023
Bem ruizinho
Até uns 80% do livro, estava considerando apenas clichê, sem criatividade e sem graça. Os últimos 20% tiveram uma reviravolta que mudou tudo. Então ficou só ruim mesmo.
Toda a trama do suposto sobrenatural foi algo tão batido que me fez refletir sobre uma coisa. Um garoto que supostamente vê um espírito e desenha coisas bizarras e estranhas, e fica subtendido que é um fantasma e tals. Essa ideia é tão clichê, mas tão clichê que na minha geração não vi obras assim, pois já era uma ideia batida antes disso. É como o clichê do "na vdd o vilão é o irmão do protagonista", tenho poucos exemplos com essa reviravolta, mas já nasci sabendo que isso era clichê.
Aqui há todo o trabalho para convencer o leitor que isso pode ser real, mas feito de maneira besta. As conclusões da protagonista são baseadas em suposições absurdas e uma credulidade gigante. Basicamente o menino desenha um fantasma e, por saber que alguém morreu no chalé que ela fica, ela automaticamente deduziu que era o fantasma dessa mulher. Sabe o legal? Nem era isso, então, sim, a mina foi extremamente crédula em uma suposição tão sem base que no fim não chegou nem perto do que realmente estava rolando.
O livro ainda tem a cara de pau de forçar situações para fingir que é inteligente. Exemplo? Todas as pistas estavam lá. Não poder ver o menino nu, ele não querer brincar com outras crianças, as roupas que ele preferia vestir. Mermão, ela deduziu tudo isso com essas pistas furadas? A mesma mina que viu um desenho e achou que tinha um fantasma na casa?
Sim, até tinha um fantasma, mas a protagonista acreditou nisso sem nenhuma pista. Sem coisas se movendo, sem calafrios na espinha, nada, ela só concluiu isso e pronto, conseguimos enganar o leitor.
Essa besteira de ela sentir quando olham para ela? Não serviu de nada e é balela. Ela nem sentia o fantasma. O poder dela é basicamente sentir que homens a observam. E que vilões estúpidos, hein? Sabem que tem a porcaria de um fantasma furioso atrás deles e se mudam para o lado de uma médium. O fantasma tentava transmitir coisas com desenhos, mas a droga dos pais ainda davam papel e caneta na mão do moleque. Que coisa mais estúpida, foi pensado mais em enganar o leitor que em ser coerente na história.
Os dramas são todos descartáveis e bestas. A morte da irmã? Só serviu para justificar ela ter se drogado. Ela ter se drogado? Não serviu de nada. Acho que a ideia é que isso serveria para dar aquela dúvida "será que ela está louca ou é tudo real?", mas no fim das contas o livro fala que é real e que ela está limpa há 20 meses, então não tem como estar alucinando.
Os plot Twistes são toscos e sem sentido. Por que vestir a menina de menino? Só para cutucar o progressismo com "criança trans" e dizer que mesmo aos 5 anos ela ainda tem predisposições femininas? Independente da acurácia científica disso, essa trama não serviu de nada, é uma pista boba que a protagonista e seus dois neurônios não deveria entender. Ela passa de "tem um fantasma aqui" para "vocês sequestraram uma criança e bla bla bla, tá aqui um capítulo super expositivo do que acho que aconteceu", mas como temos que manter a coerência, a mina estúpida joga na mesa que sabe de tudo e dá às costas para os vilões.
Pelo amor de Zeus, né? Não tem problema um personagem não ser muito brilhante, mas esse nível de estupidez não dá para aceitar.
E se a porcaria do fantasma podia assumir corpos, por que não matou a mulher antes? Não precisaria nem de corpo da filha, bastava assumir o corpo da Caroline e se matar. Não vejo porque não é possível, já que assumiu o corpo da protagonista e acho que do namorado dela. E que fantasma estupido. A mensagem que passa é "cuidado, ladrão, ajuda, flora, bla bla bla". Ninguém sabe quem é flora e vc sabe disso, imbecil. Ninguém sabe dessa história, então ninguém vai sabe quem diabos é ladrão. Só fala "Caroline assassina" que fica mais fácil de entender. E ainda escreve com X separando palavras, e isso serviu mais para confundir que para ajudar.
Sério, tenho asco desses livros que se acham muito inteligente ao tentar enganar o leitor, mas enfiam uma reviravolta estupida só oara tentar dizer que foi criativo e "por essa você não esperava, não é?".
Se fosse só uma história de terror clichê, seria besta, mas inofensiva. Se fosse uma história em que a protagonista tivesse louca de droga, blz, previsível, mas corajogo. Se fosse maior, com fodo mundo ali combinando de induzir a protagonista a esse drama de "estou louca ou tem fantasma mesmo?" Ainda seria mal escrito, mas seria minimamente interessante. Mas não, o fantasma é real e a reviravolta é uma besteira estúpida, então no fim não agrega valor algum.