Isabella658 04/03/2024
A hipótese do amor, mas com vampiros e lobisomens.
Não é novidade nenhuma que a Ali Hazelwood escreve sempre as mesmas histórias, com uma pequena mudança aqui e outra ali. E todos nós, apesar das reclamações, gostamos muito. Falo sobre isso, mas todo livro dela corro ler em 1/2 dias.
Em Bride, NADA muda. Então talvez nem seja necessário uma resenha. Já leu algum livro dela e gostou? Com certeza vai gostar desse também, a menos que vampiros e lobisomens seja um problema pra você. Nunca leu? Qualquer resenha de qualquer livro dela que tenha "amor" no título vai funcionar bem.
PORÉM, preciso falar sobre esse porque tem mudanças significativas no universo, é apenas no romance que não. Temos aqui uma fantasia com a clássica trope do vampiro e lobisomem. E apesar da galera criticando, é o que mais gostei. Talvez por ser novo, mas também porque é diferente. Ali Hazelwood é uma cientista, então é claro que tem muitos elementos disso na construção dos personagens dela, enquanto ela tenta explicar o mais fisiológico que pode de como funciona os corpos de cada um deles. E é muito interessante ler uma fantasia assim. Apesar da Misery ser apenas uma gênia da computação, ela acaba demonstrando muito conhecimento em fisiologia humana e vampírica, porque aposto que a Ali não consegue se segurar em colocar explicações lógicas. A fisiologia do lobisomem foi a que mais me surpreendeu, porque não tô acostumada com isso. Um pouco engraçado de se ler também, principalmente nas cenas de sexo.
Tem a parte do casamento arranjado, que é melhor desenvolvido que em a hipótese do amor, a motivação é bem plausível da parte da Misery, só o Lowe não me convenceu muito. O romance é muito fofo, nada novo. A dinâmica é muito parecida com a do casal de a hipótese do amor, só um pouco mais madura porque a Misery é mais honesta com os sentimentos dela. Lowe, apesar de ser muito fofo, é uma tremenda decepção em relação a isso. Ouvi falar que não tinha nesse livro a questão de um dos dois estarem em posição de poder sobre a outra (geralmente sempre o homem), mas é a mesma coisa. Ela é a filha do chefe, mas ele é O CHEFE. Além de boa parte ela estar sob proteção dele, quase como uma prisioneira no território dele. Então nisso nada muda né. É sempre a protagonista dependendo de um homem. O mesmo clichê de pobre fodida sustentada por homem rico. Não que ache ruim ou seja uma crítica, só percebi mais isso porque achei que tinha uma mudança.
Adoro demais os dois, apesar dos segredos e da forma como o Lowe tá querendo sempre decidir por ela, enquanto diz que a quer livre pra decidir o que quer por conta própria (há!), eles têm uma relação bem legal de confiança e sem frescuras. Até chegar no famoso 60% do livro em que as autoras de romance sentem essa necessidade em colocar um conflito entre o casal, mas que nunca é bom o suficiente pra não deixar de ser tosco. Porque é isso que é: MUITO TOSCO. Tava perdoando o Lowe até então, com medo do problema vir da Misery, mas não foi. E isso matou completamente pra mim o ânimo com o romance. Geralmente é onde os romances da Ali Hazelwood morrem pra mim, mas pelo menos tinha a parte da fantasia e o conflito principal do livro, certo? Não, até esse foi uma decepção.
Não vou dizer que foi previsível, apenas algumas partes, então até podia ser bom, mas tudo se resolve em uma ou duas páginas. Só um capítulo e está tudo bem. E não é surpresa que isso tenha acontecido, porque é a primeira fantasia da Ali, que está apenas acostumada a escrever conflitos amorosos que também se resolvem em algumas falas. Então todo o mistério com a Serena é meio decepcionante. Alguns podem até gostar desse tipo de coisas em romance, mas em fantasia não funciona muito bem, fica parecendo mal desenvolvido. Eu, infelizmente, não gosto disso nem no romance. O que o Lowe fez me chateou demais pra conseguir perdoar em poucas páginas, então terminei o livro mais torcendo pra Misery superar ele e ficar sozinha mesmo, dar um gelo nele, mas claro que não é o que rola.
Esse é meu maior problema com a história: Não basta apenas desenvolver o conflito ao logo do livro, você tem que resolver ele em mais páginas do que apenas 5. Esse autores colocam muito esforço em desenvolver o problema em 20 capítulos, as vezes até ficando meio chato porque não acontece algo interessante, que esquece de colocar o mesmo esforço em resolver ele. Não sabe escrever cenas de ação? Tudo bem, mas desenvolva mais a parte política.
Enfim, é a primeira fantasia dela, apesar do desanimo com o final, ainda me fez ler em 2 dias porque a escrita da Ali é bom sim, conseguiu me prender bastante. Amei a protagonista e a personalidade dela, até me identifiquei um pouco. Recomendo bastante pra quem quer ler algo bobinho, principalmente em ressaca literária ou querendo voltar no tempo e ler algo com vampiros. Old, mas sempre muito bom!