Resenhas - Colheita de ossos

Soliguetti 05/06/2023

Uma montanha-russa de suspense com alguns tropeços
"Colheita de Ossos", do autor Pablo Zorzi, é um livro que promete uma emocionante viagem pelo mundo da investigação policial em um cenário rural do interior catarinense. Com uma linguagem relativamente fluida e uma trama envolvente, a obra mantém os leitores ansiosos por desvendar os segredos por trás dos crimes macabros que assolam a pequena cidade. No entanto, apesar de seus aspectos positivos, o livro deixa alguns pontos em aberto e apresenta um final frustrante.

A história gira em torno de Hugo Martins, um policial novato que se depara com o desafio de investigar dois assassinatos brutais, nos quais os corações das vítimas foram arrancados. À medida que mergulha na sua primeira investigação, Hugo é confrontado por um adversário cruel, que parece sempre um passo à frente, dificultando o desvendamento do mistério.

O autor cria um ambiente sombrio e tenso, mantendo a atenção do leitor ao longo da narrativa. Através de uma sequência de pistas intrigantes e reviravoltas emocionantes, Zorzi consegue envolver o leitor em um perigoso jogo de vida e morte, colocando o protagonista contra um especialista em crimes. Além disso, a ajuda inesperada em forma de um antigo diário trazido por um velho misterioso adiciona uma camada extra de mistério e intriga à trama.

No entanto, apesar desses aspectos positivos, o livro apresenta algumas falhas em sua execução. Os pontos em aberto no final podem deixar o leitor insatisfeito, especialmente quando certas perguntas-chave ficam sem resposta. É compreensível que um suspense deixe algumas coisas em aberto para manter o mistério, mas no caso de "Colheita de Ossos", a sensação é de que algumas informações foram deixadas de lado, gerando uma certa frustração.

Outro aspecto que contribui para essa sensação de insatisfação é a ineficiência da polícia retratada na história. Apesar dos esforços de Hugo e Fiore, a polícia parece incompetente e incapaz de acompanhar as ações do criminoso. Essa falta de competência policial, embora possa refletir a realidade em certos casos, se torna particularmente frustrante em um livro de investigação. Os leitores buscam justamente a solução do caso e uma narrativa envolvente, e a presença de uma polícia incompetente, por mais realista que seja, acaba prejudicando a credibilidade da trama e deixando uma sensação de descontentamento.

Além disso, algumas das mortes ocorridas ao longo da história parecem ser gratuitas, sem uma motivação clara por parte dos assassinos. Embora a crueldade dos crimes seja inegável, a ausência de uma motivação sólida por trás dessas ações deixa uma lacuna no desenvolvimento dos personagens e na construção do enredo.

Em suma, "Colheita de Ossos" oferece uma experiência de leitura repleta de suspense e reviravoltas, mantendo o leitor ávido por desvendar os segredos ocultos por trás dos crimes. Embora o livro tenha sido bem escrito, com uma linguagem relativamente fluida, alguns pontos deixados em aberto e o final frustrante podem deixar um gosto amargo na boca. A incompetência da polícia retratada contrasta com os esforços dos protagonistas, prejudicando a credibilidade da trama. Além disso, as mortes aparentemente sem motivação tão fortes diminuem o impacto emocional da história. No entanto, para os fãs do gênero suspense policial, "Colheita de Ossos" ainda pode fornecer uma dose satisfatória de tensão e mistério.

@vcdisselivros 02/08/2023

"Mortes de pessoas costumam ocupar muito tempo dos telejornais por um ou dois dias, mas depois caem no esquecimento e ficam enterradas, da mesma maneira que as vítimas ficam enterradas no cemitério"
O QUE VOCÊ PRECISA SABER

° Hugo Martins é policial há menos de um mês quando dois corpos que tiveram os corações arrancados são encontrados em uma propriedade rural de um pequeno município catarinense.

° Da noite para o dia, uma sucessão de crimes com o mesmo “modus operandi” agitam o que até então parecia ser uma cidade pacata.

° Enquanto avança na investigação, Hugo é levado para o meio de um jogo de vida ou morte, no qual precisará enfrentar um adversário cruel, que não mede esforços para confundir a polícia e ocultar seus rastros.

° Quem teria sangue frio a ponto de matar sem escrúpulos? Conforme as pistas são descobertas, novos caminhos surgem, ainda que todos caminhem para o mesmo ponto: lugar nenhum, o adversário parece estar sempre um passo à frente.

° Enquanto adquire experiência como policial, Hugo Martins entende que nada é o que parece, que para obter algum resultado precisa colocar em xeque os valores e verdades que tinha como absolutos.

POR FIM

Como é bom poder falar que uma obra desse calibre é nacional e reforçar que o autor, Pablo Zorzi, não decepciona o leitor que está acostumado a ler livros do gênero.

Colheita de ossos é envolvente e capaz de competir com grandes nomes da literatura nacional e até mesmo internacional. Ainda que você não conheça a região catarinense que serve de palco para o livro, Zorzi consegue nos transportar para lá sem grandes dificuldades, fazendo com que tudo fique mais real e verossímil.

O fato do investigador ser novo na profissão aproxima o leitor, que passa a aprender e descobrir os mistérios com ele, assim, você se sente próximo da narrativa (a uma distância segura), fazendo com que no fim, predomine a sensação de que o quebra-cabeças foi montado em conjunto.

Em poucas palavras, a obra é original, tem sua cota reviravoltas e é rica no quesito macabro, então se você não gosta de crimes sangrentos, infelizmente ela não é para você, mas se quiser dar uma chance e conhecer, entre e se delicie.

Zé Paulo 06/05/2024

Tem super potencial, mas teve algumas Pontas soltas!!
A narrativa é completamente envolvente, descritiva e fluida. O autor conseguiu construir uma história repleta de muito mistério, suspense e questionamentos por parte do leitor porque existem muitas reviravoltas e novos acontecimentos durante a narrativa.

Dos personagens o único que me simpatizei foi o policial Hugo, os demais não gostei tanto. O detetive Álvaro Fiore me irritou muitas vezes com suas "piadinhas" fora de contexto.

A cada capítulo a tensão e o mistério vão aumentando gradativamente, mas se você prestar muita atenção é previsível quem está por trás de tudo.

A resolução do crime foi pífia deixando muitas perguntas sem respostas e muitos ganchos soltos que para mim fez com que a história se tornasse uma incógnita principalmente o final e o epílogo. Se quer dá a entender se terá uma continuação o que acho muito difícil.

Destaco que eu amei a ambientação de toda a narrativa. O autor escreveu com maestria cada detalhe o que fez eu visualizar tudo o que estava acontecendo, inclusive o prólogo me deixou com um baita medo de tão bem detalhada que foi a cena de abertura digna de um filme de terror.

Duda 17/03/2024

Colheita de ossos
Comecei esse livro já faz um bom tempo e devido a correria ficou parado. Até que vi ele disponível no Audible e resolvi retomar e gostei muito da narração.

Thaiza.Vianna 20/05/2023

Narrativa brilhante
Nessa trama acompanhamos Hugo, policial recém formado iniciando em campo em uma cidade do interior de Santa Catarina, que teria baixíssimo índice de homicídio, sendo arremessado para desvendar um crime bárbaro e macabro que envolve corpos de animais e humano em uma fazenda. Junto com Fiore, seu superior que, contrastando, está acostumado a lidar com crimes e bandidos por toda sua vida, tentaremos ligar os pontos até descobrir quem é o assassino e quais foram suas motivações.
A ambientação foi muito bem apresentada, por se tratar de um livro nacional e que se passa no Brasil, conseguimos enxergar perfeitamente as cenas, entender as tiradas sarcástica e gírias regionais. Os personagens foram perfeitamente desenvolvidos, Fiore e sua "boca suja", seus comentários machistas e piadinhas de tiozão pode incomodar muita gente, mas fez jus ao que vemos no mundo real. Achei ambos personagens cativantes e possivelmente ficarão marcados na memória e leria facilmente uma continuação.
As páginas finais trazem informações e/ou acontecimentos inesperados, bem do estilo ou ama ou odeia, sabe?! Eu? Gostei!! Leia, a criatividade da narrativa e a fluidez dos acontecimentos são bem interessantes, vale muito a pena.
Curiosamente, Colheita de ossos foi o livro de investigação policial que mais me fez refletir a respeito do lado pessoal de um oficial, e o que eles precisam digerir depois de presenciar tantas cenas horrorosas e tentar seguir com suas vidas. E isso graças a detalhes ao narrar sentimentos, pensamentos e as situações da vida pessoal do Hugo, que constam na narrativa, golaço pro autor!
Bora ler e incentivar cada vez mais a leitura de autoria nacional!!

Lisa 11/05/2023

Brilha a literatura nacional!
O romance policial é para mim o gênero mais complicado de ser escrito, porque exige uma sinfonia complicada de harmonizar. Findando em uma peça pesada demais ou frouxa, sem sintonia. Se formos olhar, um romance policial é um quebra cabeça, sua fórmula é comumente simples, temos um crime, ou mais de um acontecendo, que já aconteceu ou que acontecerá e alguém disposto a descobrir. E é justamente essa simplicidade que torna, para mim, tão complicado seu êxito. Ou o autor acerta ou erra, não costumo sentir meio termos aqui.

Tem ainda um segundo fator, sua popularidade, o que implica diretamente em conhecimento. O leitor SABE o que pode acontecer, ele CONHECE as artimanhas empregadas, chocar em um thriller é difícil, porque já estamos manjados. Quanto mais você lê, mais previsível tornam-se as histórias. Por isso, o que torna um livro desses estilos verdadeiramente bons é a profundidade e o contexto criado nelas, os personagens, a motivação, o ambiente e principalmente se a narrativa é coesa e amarra as pontas que deveria.

Pablo Zorzi realiza tudo isso com maestria, se o segredo em O Símbolo Perdido é saber como morrer, em livros é saber como começar uma obra e fisgar na primeira página, e Zorzi entrega. A linguagem direta, madura, realista, em que o autor não nos diz como sentir ao lovecraftear com dezenas de adjetivos, ao invés, escreve a cena com neutralidade e o horror vem de sua clareza e objetividade.

Colheita de Ossos nos traz uma história com muitas subplots que se organizam para nos enganar. Embora o assassino seja nítido logo desde o meio (pelo menos) e creio que intencionalmente, isso não quebra nem desvaloriza a história, muito pelo contrário, nos faz caminhar junto com Hugo para que ele abra os olhos. Um ponto inicial que me pegou foi o uso do nazismo, escolhido por Zorzi para contextualizar a narrativa. Particularmente não gosto como o holocausto é frequentemente utilizado como elemento para alavancar histórias, acho que há tantos outros contextos assustadores para serem lançado mão, e confesso que o uso disso nas mãos de um sulista me deixou ainda mais alerta. Contudo, funcionou e muito bem, principalmente por ser apenas um pequeno detalhe na trama. O final deixa pontas abertas, mas é deleitoso, os diversos tropos que seguem trazem um humor macabro e vingador para quem lê, dando margem para nossa imaginação.

Na entrevista dada a TAG, o autor diz ter aprendido a não duvidar da inteligência do leitor, concordo, mas é também ou pode ser uma desculpa para não pensar a história completa, para não amarrar pontas que não pensou direito, ou seja, uma desculpa procrastinadora, o que ele também o assume ser; as vezes cai bem o mistério, outras não. Por fim, não conhecia o autor, mas sem dúvidas pretendo continuar acompanhando seu trabalho após esse primeiro contato. É gostoso ver literatura nacional crescendo por aí e ainda mais uma que se passa em nosso país. Apesar de que nessa mesma entrevista o autor revelar que não é o que costuma fazer, me decepciona um pouco, confesso, e que o livro nasceu a partir do desafio de um leitor e acredito que todos que leram e que lerão são gratos a ele.

Cayo.Fellype 11/05/2024

Primeiro contato com o autor e adorei a experiência. Ótima leitura, fluida e envolvente. Adorei que a ambientação foi feita em Santa Catarina, não me lembro de ler algo que se passava nesse estado.
Apesar de ser uma história digna de cinema, foi um dos poucos livros que eu consegui identificar o plot quase no início. Além disso, o final deixou algumas perguntas sem respostas, mas nada que torne a leitura ruim! Recomendo!

Ana Elisa 11/07/2023

40ª leitura de 2023
Não sei bem como escrever essa resenha, apesar de descobrir quem era o assassino com 30% da leitura, mas o plot final eu realmente não desconfiei em momento nenhum. Só que nessa de saber quem era o assassino, eu fiquei bem desanimada de terminar a leitura, faltando umas 20 páginas para acabar. Ainda bem que acabei de ler.

Teve muitas partes que ficaram meio que sem solução, apesar da "solução" ter sido para despistar a polícia, mas eu realmente queria saber o motivo das ações do Jonas, queria saber a verdade em várias situações, cadê João Garrafa?

Ainda em duvida do quanto gostei.

Dri 18/06/2023

A escrita dele é boa, isso é inegável. Não dá vontade de parar.
Mas muita coisa é jogada sem explicação nenhuma. Por que ele entregou o diário se fizeram de tudo pra pegar de volta? O marido da Pâmela do nada envolvido com a Cristina, ainda viajou com o velho pra esperar ela, de onde surgiu isso? O velho claramente sabia de todo o plano, mas por que ele disse que quase atrapalhou? Por que ele parecia tão feliz de estar desfrutando do dinheiro assim? Nem parece que tinha passado por tudo o que passou com a esposa para poder enfim escrever esse livro. Ele tava parecendo mais que era o conde nazi.
Por que o Estevão ajudou a achar o cara pelas câmeras se ele indiretamente estava metido no rolo todo?
E sem contar que é bastante previsível o envolvimento do Jonas. Não gostei disso.
No geral, não é ruim, mas me decepcionei com esse final que não explica quase nada.

Lívia 04/07/2023

É de explodir a cabeça!
Um suspense muito bem escrito, cheio de plots twist e surpresas que deixam o leitor sem querer parar de ler.
Apesar do final não ser tão imprevisível e de ser um pouco corrido, ainda assim, foi surpreendente da forma que foi construído. Pode-se dizer que houve um final feliz em meio a tantas mortes.
O livro é de um autor que já escreveu contos com Raphael Montes e que é indicado por ele. Só por aí já dá para imaginar a qualidade do livro.

Ricardo Tavares 21/05/2023

Colheita de ossos
O título faz uma paráfrase de um livro americano, O colecionador de ossos.
E a trama está repleta de clichês de livros e séries americanas.
A história flui bastante no início, depois começa a se arrastar. O final , previsível, frustra os leitores de investigação policial. O antagonista já era suspeito desde o começo da história e o autor não esconde isso.
Há revelações interessantes na 2ª parte que jogam luz sobre a investigação.
Porém, as ações do vilão ficam previsíveis demais para alguém que está na força policial há muito tempo e conhece como funciona uma investigação policial.
Muitas pontas soltas e um final bem decepcionante. Por isso, minha nota é 3,5.
Mas, atenção, a história entretém o leitor e é bastante fluida. No desfecho, o autor foi preguiçoso e preferiu usar mais clichês.
Se vale pena ler?
Claro!
É uma história policial bem à brasileira e merece aplausos por tentar criar uma trama que, ao mesmo tempo, homenagea os grandes investigadores da literatura universal e cria uma história com características e peculiaridades do nosso país (idioma, gírias, personagens típicos do sul bebendo chimarrão, etc.).
Gostei e recomendo a leitura, porém, sem grandes expectativas.

Gigio 08/02/2024

A leitura me prendeu desde o começo. Quando a história começou a dar indícios de quem era o assassino, pensei que se tratar de um recurso para enganar o leitor, que no final seria alguém de quem nem se suspeitava. Mas não é que era ele mesmo. Teve algumas surpresas sim, como por exemplo as motivações dos responsáveis, realmente me pegou. Algumas coisas não ficaram bem amarradas ou trabalhadas, como a história do diário, a fuga de Cristina do porão, a leucemia, o desaparecimento do ajudante do Jonas e algumas outras. Além disso, o assassino matou todo mundo mas não fez nada quando Hugo desconfiou dele no hospital. Resumindo, para mim, tem muito potencial, mas não foi completamente explorado.

"Se os animais acreditassem em Deus, o ser humano seria o demônio."

"Para ela, o "se" é a palavra mais poética do vocabulário. Uma lembrança de que o passado é passado e não pode ser alterado."

Laís 15/05/2023

Enredo fraco e decepcionante
Termino a leitura com o questionamento: "como a TAG publicou esse livro?" E além de um sentimento de frustração, decepção que não dá para deixar de mencionar.

O autor se perdeu completamente na história incluindo temas como nazismo, assassinato, vingança, doença do personagem principal... No início você acha que a coisa mais engatar, e aí chega na página 200 e nada, 250 e nada e a história acaba e tudo ficou mal explicado. Eu fiquei revoltada ao fechar a última página e falei: "perdi 368 paginas na minha vida." Fora que descobri quem era o assassino nas primeiras páginas ? plot Twist? Não tem.

Ouvi o podcast e aí minha indignação foi maior porque o autor falou que não tinha que explicar as pontas soltas, eu: ÉUKE?????

Não recomendo, primeiro livro da TAG e me batizei na decepção e vamos em frente.

Carolina Miranda 03/04/2024

Uhm?
Nada inovador, não achei os personagens cativantes e nem o plot surpreendente. Apesar de ser um livro muito bem escrito e uma narrativa envolvente, se a história tivesse tomado outros caminhos com outras justificativas pros assassinatos seria melhor?

Muita matança por matança e um pouco de mesmo que tem em outros livros do gênero.

Não foi uma experiência desagradável mas poderia ser melhor.

Naiana.Farneda 03/05/2023

Ótimo livro
Incrível como o autor conseguiu manter o mesmo nível de qualidade de O Homem de Palha. A escrita se aprimora a cada nova obra.