Resenhas - Love me tender

kiki.marino 15/01/2023

"I think about you. But I don't say it anymore."- Duras

Pensei neste trecho de Hiroshima Mon Amour, enquanto lia esta autoficcao desta escritora que não conhecia,nesta obra ela revela sua "liberação " aos 40 anos ,sexual ao se assumir lésbica, ou de transformação, ao desamarrar-se de sua antiga vida e trabalho que inclue marido e filho. Este último é um processo de luto e discordância psicológica sobre papel maternal que achei genuíno. Este tema maternidade me irrita muito em literatura contemporânea costuma me deixar apática e irritada na maioria das vezes,mas aqui me fez sentir profunda empatia, pois não é 8 ou 80, é moderado e reflexivo,dando tempo ao leitor de sentir suas ações e emoções. Uma mulher que a primeira vista da sua pode soar egoista e fria mas tem uma verdadeira luta para se reconstruir do zero para uma nova vida ,livre do peso da palavra "mãe " = servente;cachorro, como ela descreve para ser uma pessoa que só quer amar o filho, isto é comovente.
É um livro sobre abandonos e como a vida segue apesar de nossos tristezas.