lilicarmilla 19/07/2023
Não vou e nem quero superar
Aviso: esse livro pode ser considerado Síndrome de Estocolmo. Se atente as problemáticas!
Antes de tudo quero dizer que é uma obra que da pra entender muito bem quem gosta tanto quem não gosta.
Achei incrível ele conseguir transformar o próprio sangue em água, diferenciado.
Nosso Jesus demoníaco.
Deus que me perdoe por isso, nem sei se é pecado, mas não estou podendo pagar por mais do que já paguei esse ano, meus amados.
Obs: E não tô me referindo a dinheiro, não me confundam com esses crentes, a vida que tá ladeira abaixo mesmo.
Vamos lá, monster romance não é o meu gênero favorito e na verdade eu estava pronta pra julgar esse livro dos pés a cabeça, porém eu amo fantasia sombria e acabou que gostei muito como a autora construiu o universo dessa série.
Só que não foi só isso, absolutamente TUDO nesse livro me surpreendeu.
Não vou mentir, sou preconceituosa com monster, mas também sou fã de ?Bela e a Fera? (a autora colocou umas referências ao clássico e gostei bastante de ver), então eu separei um cast humano pro Orfeu, pra poder imagina-lo de acordo com a minha preferência em diversas cenas (imaginei o Sihtric de The Last Kingdom). Já a Reia eu diria que a minha cabeça montou uma beleza própria e inalcançável pra essa mulher. Enfim, preferi imaginar como se seguisse a mesma lógica dos lobisomens (o que querendo ou não teve muitas referências tbm e a lógica é semelhante, até pela transformação), onde ele fosse um homem medieval como o Sihtric (Arnas Fedaravicius) e se transformasse naquela fera gigante nascida das trevas e dos fantasmas quando necessário. Entretanto, esse livro me surpreendeu tanto nos detalhes positivamente que me fez criar interesse por outros livros da autora e pelo subgênero literário.
Opal também traz o que ? acredito eu ? serem referências a Bíblia, de um modo que tornaria esse livro um terror para os cristãos, é impossível não pensar em Jesus transformando água em vinho quando Orfeu faz seu sangue virar água, entre outras pequenas cenas que não estou afim de ir atrás pra detalhar.
Talvez não tenha sido intencional, mas tive pensamentos semelhantes na batalha dele com o Rei. Assim como acredito que teve referências mitológicas intencionais, foi muito prazeroso entender os detalhes dessa história.
O desenvolvimento da Reia e do Orfeu foi maravilhoso, ao meu ver, eles não só mudaram, porque ambos já eram ótimos desde o início, eles também melhoraram demais. Não posso negar que achei lindo, as interações, o cuidado dele com ela, ver os sentimentos dela por ele mudando, ele também se apaixonando por ela.
Fazia tanto tempo que não me sentia imergida em uma história como me senti nessa. Uau, fiquei sem fôlego!
Amo muito eles, me apaixonei junto com os dois.
Os diálogos são maravilhosos, contendo uma beleza, uma aprendizagem sobre sempre ouvir um ao outro, cada vez mais comunicativos, agradeço por não ter muita tido enrolação por falta de diálogos aqui.
A escrita da Reyne é uma delícia, te prende, se sustenta fluiu bem pra mim, além do vocabulário usado ser amplo, sem precisar se desconectar da narrativa. Tudo isso em 3º pessoa.
Não vou enrolar muito mais, o livro tem meu selinho de aprovação.
Me apeguei, me emocionei um pouquinho, a escrita é ótima, os hots são 100/10, o universo fantasioso dos demônios foi bem construído, o enredo me manteve curiosa pra chegar ao fim, ao mesmo tempo que não queria terminar por estar me apegando.
Esperava um dos piores livros da minha vida e ganhei um que agora faz parte dos meus favoritos! Se tornou meu livro de conforto de todo o coração, fiquei até com vontade de fazer artesanato de tanto que eles montavam aquelas bugingangas juntos.
Por Deus, ele fez TUDO por ela, Orfeu lutou por REIA magnificamente! Foi linda a união dos dois, dramáticas as batalhas, conflitante o poder de persuasão que ela tinha sobre ele, e principalmente o que mais me fez cair de joelhos foi como ele valorizava cada segundo com Reia. Isso sim foi uma construção amorosa, senti meu corpo subindo cada degrau desse relacionamento junto com eles.
Não me lembro da última vez que vi um amor tão forte.
O Mavka é interessante, mas não quero ler o livro dele por enquanto. Senti dó de Katerina?s no início, porém logo depois ela conquistou o meu ódio, fiquei um tempão xingando essa mulher a cada vez que ela abria a boca.
Eu sei que algumas pessoas consideram o que a Katerina passou como abuso, eu tbm, mas não sexual, porque li essa parte diversas vezes e ao meu ver como ela mesma diz que se ofereceu e ensinou a ele, não foi estupro (mas se alguém discordar pode falar, até pq posso ter interpretado errado ou sla). Bem, isso não retira a parte de Katerina ter sofrido abuso psicológico por ter sido mantida cinco anos antes de ir embora, ele não sabia, ainda era um monstro em evolução, então essa minha crítica não vai para o personagem, mas pra autora: achei bem desnecessário, não acrescenta tanto assim na história e havia diversas formas de fazer tudo. Ou seja, pra que e por que? Pra mostrar que ele também era o vilão de outra história? Porque nesse caso já havia dado pra entender a tempos.
Reia com Orfeu me lembraram Klaus e Caroline de The Vampire Diaries, enquanto Katerina me lembrou a própria Katerina/Katherine, com essa história de Orfeu ter matado toda a família dela também.
Não odeio Katerina por Orfeu, JAMAIS, odiei Katerina pelo o que fez com Reia e apenas por isso.
Acho que nesses pequenos pontos a autora podia ter feito diferente, de verdade mesmo, Orfeu era um monstro das trevas ainda aprendendo e se tornando mais humano aos poucos, ainda mais a séculos antes de Reia.
Não vou tirar ponto por isso porque amei o resto da história toda e acredito eu que tenha sido só uma má retratação por parte da Opal, sem mencionar que no universo deles tudo funciona bem diferente, é uma sociedade bem atrasada também.
Eles possuem estudo, mas não podem colocar muito em ação pela divisão do Véu e os demônios caçando humanos.
Pretendo acompanhar os lançamentos da Opal, espero que ela mantenha essa dedicação, talento e técnica que mostrou em A Soul To Keep. Ganhou meu carinho e admiração.
Vou parar por aqui, antes que eu inicie uma Bíblia de elogios citando as mais de 200 marcações que fiz no livro (número extremamente alto pra alguém que tá acostumada a marcar 20 em média e olhe lá).
Valeu cada segundo.
Bjs, Li.