A Cidade de Vapor

A Cidade de Vapor Zafón




Resenhas - A Cidade de Vapor


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Wagner47 08/12/2022

Descansarão em paz entre livros e palavras
Foi compensador revisitar Zafón e seu Cemitério dos Livros Esquecidos. A ambientação, estética e personagens de passados desgraçados estão todos aqui novamente.
Pensei em falar de cada conto separadamente, mas devido ao tamanho de alguns e um senso de continuidade resolvi abranger em conjunto e em parênteses estão as notas para cada conto.

- Em "Blanca e o adeus" (5/5), somos apresentados a um David Martín de oito anos. Protagonista de O Jogo do Anjo, segundo livro publicado da série, conhecemos sua primeira paixonite, a qual ele prometeu jamais esquecer e como isso o transformou até onde o conhecemos. O conto seguinte, "Sem nome" (3/5), voltamos ainda mais no tempo, onde uma mãe grávida fugitiva pede que seu filho seja chamado de David. Confesso que a nota desse conto seja bem menor porque muda algo totalmente estabelecido na série (eu ao menos não lembro algo que implica isso) e, se tratando separadamente, aparenta ser um conto qualquer. Ambas as histórias são narradas por David.
Porém quem leu os demais livros dO Cemitério dos Livros Esquecidos conhece muito bem David Martín e esses contos acabam tendo um peso ainda maior.

- Nos contos "Uma Senhorita de Barcelona" (4,5/5), "Lenda de Natal" (3,5/5), "Alicia, ao amanhecer" (3/5) e "Apocalipse em dois minutos" (4/5) não temos tantas conexões, mas são impactantes mesmo assim. São contos onde a ambientação e a tragédia tão conhecidas de Zafón falam muito mais alto.

- Em "A Mulher de Vapor" (5/5), um dos menores contos, Zafón escreve muito com pouco e dá uma virada fabulosa. Já em "Gaudí em Manhattan" (4/5), o autor tenta trazer a aura gótica de Barcelona para os EUA e não funcionou muito para mim, por mais que a história seja ótima. Porém em "Homens cinzentos" (5/5) vi boa parte do quarto livro resumido em menos de 20 páginas, de uma forma direta mesmo descrevendo o passado de seu personagem central.

- Resolvi deixar "Rosa de fogo" (5/5) e "O príncipe do Parnaso" (4,5/5) para o final propositalmente, uma vez que impactam diretamente com o labirinto, que é peça central dessa saga maravilhosa. No primeiro (o meu favorito do livro), descrito a partir de uma lenda, temos como se originam os planos para essa arquitetura. O segundo (o maior conto do livro e talvez seja esse seu único defeito: se estender demais) é cronologicamente ligado ao anterior, por mais que sejam separados por muitos anos e serem independentes entre si. Conhecemos antepassados e isso faz brilhar os olhos com algo que se estabeleceu há muitos e muitos anos.

Média das notas: 4,22

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Fiquei feliz demais com esses contos e sorri muitas vezes ao ser levado novamente a esse maravilhoso universo.
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Vitória Marcone 20/01/2022

Sempre me surpreendo com Zafón!
Que escritor foda! Ele consegue juntar diversas histórias em um todo conexo e de uma forma muito bonita e envolvente.
Amei o livro!
Recomendo ler esse depois da leitura da série do cemitério dos livros esquecidos. Não que tenha spoiler propriamente dito, mas os contos remetem a tetralogia.
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Heidy Lima 26/10/2023

Facinante
São onze contos de Zafón. Um melhor que o outro. Daqueles que nos deixa paralisado após o fim da leitura. Mistério, terror, magia, romance... Facinante.
Dá uma vontade de ter vivido em Barcelona em 1600.
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Fernanda2477 14/03/2024

Encontrei esse livro em promoção em uma feirinha e comprei porque sempre vejo coisas positivas sobre o autor.
Foi meu primeiro contato com o Zafón e gostei bastante da forma de narrativa. Alguns contos são mais interessantes do que outros, e fiquei muito curiosa para ler os outros livros. Acredito que seria mais interessante ter lido primeiro a série "O cemitério dos livros esquecidos", mas mesmo assim foi uma leitura proveitosa e um bom primeiro contato com o autor.
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Juliana Raasch 28/02/2023

Nostálgico
Zafón é um dos meus escritores preferidos e lendo esse último livro escrito por ele, não tive como não chorar.
Aqui ele faz menção a vários personagens memoráveis e que só serviram pra mostrar a falta que esse cara irá fazer.

Aprendi a gostar de Barcelona e sua cultura através dessas histórias e espero que esse legado tenha sido passado para todos seus leitores.

RIP ZAFÓN
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Fabio451 03/06/2023

Dando continuidade às resenhas atrasadas de 2022, hoje falo de “A cidade de vapor – Contos reunidos”, a última obra lançada pelo premiado escritor espanhol Carlos Ruiz Zafon. Na verdade, o livro foi publicado após o falecimento do autor e foi divulgado como sendo uma verdadeira homenagem ao legado de sua carreira, contemplando todos os 11 contos escritos pelo autor em vida. Não há muito detalhamento a respeito do período em que cada um destes contos foi escrito, portanto podemos presumir que podem ter sido escritos por um Zafon ainda adolescente ou mesmo pelo autor já consagrado pouco antes de sua morte. Claro que com as ferramentas de hoje é possível se levantar todas estas informações, mas eu prefiro encarar este livro com uma aura de mistério e reverência que a última obra do autor de meu livro favorito merece.
Por essa razão eu me sinto verdadeiramente desconfortável em colocar em palavras as minhas reflexões a respeito da obra. Sinto – com verdadeira convicção – que não sou digno de tecer qualquer crítica a respeito de uma obra sequer de Zafon, mas ainda assim, preciso ser fiel às minhas convicções e trazer as minhas impressões sinceras a respeito dessa obra. Não achei o livro ruim, longe disso, simplesmente não é o meu formato favorito de leitura. Gosto de uma conexão mais aprofundada com cada personagem e cenário descrito, gosto de saber maiores detalhes a seu respeito, sua forma de pensar o mundo e entender o que o envolve e motiva, por essa razão esse compilado de vários contos curtos jamais irá me cativar verdadeira e profundamente. Ainda que proporcione uma leitura leve e bela, com o pincelar característico do estilo único de Zafon em diversos momentos.

Há uns contos melhores que outros, obviamente, o que me leva a crer que, por se tratar de um compilado de contos de uma vida toda, se relacionam a diversos momentos da obra do autor. Alguns me parecem firmemente ancorados na estética de “A Sombra do Vento”, sua maior obra – e meu livro favorito da vida. Poderiam facilmente compor um capitulo adicional dentro da trama do livro supracitado sem nenhuma dificuldade de integração, tamanha a similaridade da escrita. Outros, por vez, se parecem bem diferentes com este estilo, o que me leva a crer que se tratam de contos escritos em outro momento, talvez por um Zafon ainda em formação como o célebre escritor que viria a se tornar.

Nada disso, porém, desabona o livro. Ainda que não me pareça algo que o autor talvez tivesse publicado integralmente – ou pelo menos não sem uma revisão ou reescrita de alguns trechos – a sensação de ter em mãos um livro inédito de Zafon mesmo após a triste partida do autor é tão avassalador que tudo é colocado em perspectiva. O que importa é ter mais um volume desse autor maravilhoso, que me proporcionou e proporciona constantemente momentos deliciosos durante alguma releitura. O livro é proposto como homenagem e deve ser saboreado dessa forma, como homenagem. É uma celebração da vida e da obra desse autor tão especial, que pode ter deixado o plano terreno, mas que viverá eternamente em suas páginas transbordando emoção, mística, humor e, acima de tudo, um amor imensurável pela palavra escrita.


Obrigado, Zafon. Você despertou em mim um leitor melhor, um leitor ainda mais apaixonado por livros e bibliotecas, profundamente reverente à sublime e mais bela de todas as formas de arte. Transformar palavras em sentimentos, memórias e paixões, requer uma alquimia complexa que somente os maiores gênios são capazes de executar. E você, meu amigo, certamente hoje repousa tranquilamente no olimpo entre outros de sua espécie. Um abraço de seu singelo fã.

site: https://fabiodedeus.art.blog/2023/05/
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Andreia Santana 25/11/2022

Contos de despedida
Carlos Ruiz Zafón escreveu 11 contos em sua carreira literária. O autor da saga 'O cemitério dos livros esquecidos' morreu em 2020, mas pouco antes, havia preparado uma pequena surpresa para os fãs, reunindo essas 11 histórias curtinhas em uma coletânea [A cidade do vapor, Suma, 2021]. A ideia era essa mesma, presentear quem se encantou com sua forma cinematográfica de escrever romances com alguns 'extras' do universo da série ambientada em uma misteriosa biblioteca da Barcelona dos tempos da ditadura franquista.

Os contos expandem o universo da saga e são melhor apreciados por quem já navega por essas turbulentas águas onde o fantástico se une a uma declaração de amor visceral à literatura. Gostei particularmente do conto em que o protagonista é ninguém menos que Miguel de Cervantes. São bastante interessantes também as histórias que explicam a origem do ‘cemitério dos livros esquecidos’ e de alguns personagens dos romances da série original. Percorrer as sombrias ruas de Barcelona em diversas épocas distintas, como a Idade Média ou o começo do século XX é um deleite extra.

Para quem cultiva a nobre arte de procurar pistas nas leituras [somos herdeiros de Agatha Christie e de Arthur Conan Doyle], há algumas explicações curiosas para os mistérios apresentados em A sombra do vento, O jogo do Anjo, O prisioneiro do céu e em O labirinto dos espíritos, o livro final que transformou a até então trilogia em uma tetralogia.

Quando eu comecei a ler A cidade do vapor ainda não sabia que Carlos Ruiz Zafón tinha morrido no primeiro ano da pandemia de covid-19. Esse ato inicial do coronavírus foi complicado em muitos aspectos, tanto no macro, quanto no micro mundo onde habito e utilizo a literatura como um elixir fortificante espiritual e mental. Desde criança, aprendi a ler para entender o que acontece ao meu redor e para escapar do que sufoca. Acredito que com muitos leitores é assim que funciona.

Ler esses 11 contos e chorar em cada um deles - de emoção, de alegria e de pesar também -, foi minha forma de viver com atraso o luto pela morte precoce do autor catalão que descobri graças a um amigo e de, ao mesmo tempo, celebrar as coisas bonitas que ele deixou escritas...

O exemplar que eu li:
Foi comprado na Amazon, junto com outros três livros de Záfon, um deles O príncipe da névoa, romance juvenil que o autor escreveu antes da tetralogia 'O cemitério dos livros esquecidos' e que eu já resenhei, quando li a versão em e-book. Tive vontade de ter o livro físico e adquiri junto, também, O palácio da Meia-Noite e As luzes de Setembro, que ainda vou ler. Devo reler O príncipe da névoa e, quem sabe, ampliar a resenha [o tempo anda escasso]. Da tetralogia, li os três primeiros e resenhei O prisioneiro do céu em texto exclusivo, porque eu sou apaixonada por Don Fermín, e A sombra do vento e O jogo do anjo no mesmo texto, já que na época li os livros em sequência. Ainda pretendo acrescentar ao acervo o quarto volume. De Zafón, li também Marina, outro dos romances juvenis do escritor.

Ficha Técnica:
A cidade do vapor
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Tradução: Ari Roitman e Paulina Wacht
Editora: Suma, 2021 (1ª edição)
184 páginas
*R$ 32,44 (livro físico, Amazon) e R$ 28,99 (livro físico, Americanas)
*Pesquisa em 25/11/2022


site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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bardo 13/12/2023

Ler Zafón é sempre um prazer fato, reler seus contos por outro lado trás algumas sensações contraditórias. Não me entendam mal, Zafón foi um autor excepcional e algo que chama a atenção nesses contos é que mesmo o mais fraco é sim muito, muito bom. Porém na releitura, com algum distanciamento emocional do passamento do autor é possível se deter a algumas particularidades, detalhes que numa primeira leitura podem passar desapercebidos.
Um deles é que Zafón pelo menos em seus contos, não se preocupa muito com nomes, em um dos contos inclusive temos de duas uma ou dois personagens aparentados ou o autor simplesmente esqueceu o sobrenome de um deles. Outro ponto que chama a atenção é a repetição de alguns personagens, leitores da trilogia do Cemitério dos Livros Esquecidos certamente vão reconhecer Fermín, o fato dele ser de longe o melhor personagem do autor não vai fazer essa “reencarnação ser ruim, longe disso, mas está ali clara.

Blanca e o Adeus - é um bom conto e impressiona a capacidade do autor em interessar o leitor rapidamente, os ecos com outras obras do autor são um deleite a parte.
Sem Nome - novamente um conto onde o autor prende o leitor do começo ao fim, impressiona a capacidade gráfica de Zafón, e sua atenção aos pequenos detalhes.
Uma Senhorita de Barcelona - a despeito do “probleminha” com os nomes, é um conto extremamente imaginativo, são tantos temos tratados em poucas páginas que é de deixar o leitor transtornado.
Rosa de Fogo - um dos melhores contos do livro, mas que no original ganha uma camada a mais, bem poderia ser um apêndice de algum dos livros da quadrilogia do Cemitério dos Livros Esquecidos.
O Príncipe do Parnaso - o melhor ou um dos melhores contos, o que temos aqui é uma matrioska homenageando o maior escritor espanhol, Zafón brinca com uma possibilidade que certamente faz os leitores de Dom Quixote ficarem pensativos.
Lenda de Natal - o sombrio conto de Natal de Zafón, extremamente simples, mas certeiro, e novamente impressiona como o autor constrói tanto com tão pouco texto.
Alicia, ao Amanhecer - um belo conto, mas que empalidece entre os que lhe fazem par aqui.
Homens Cinzentos - talvez um dos contos mais inesperados, já que é o mais digamos, pé no chão, nos dá uma ideia de que o autor poderia ter feito se tivesse tido mais tempo.
A Mulher de Vapor - um conto curto e surpreendente, uma reviravolta totalmente inesperada.
Gaudí em Manhattan - outra grande homenagem, dessa vez a talvez o mais famoso arquiteto espanhol, novamente Zafón brinca com a influência do sobrenatural no engenho humano.
Apocalipse em Dois Minutos - Um breve conto, aparentemente pensado mesmo para ser lido em minutos.

Em suma é um belo livro, uma digna despedida, mas com um sabor agridoce, já que nos permite perceber o quanto o autor poderia ter escrito se não tivesse partido tão novo. Poderia ser uma porta de entrada para a obra do autor, mas acredito que alguns contos deveriam ser relidos após a leitura de sua obra mais famosa a quadrilogia do Cemitério dos Livros Esquecidos.
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Tania_Lamara 02/06/2022

Zafon é demais!
Um dos livros mais interessantes de Zafón. Um livro póstumo que homenageia um dos melhores escritores que conheço. São contos incríveis vividos na mágica Barcelona de séculos atrás. Maravilhoso!!!!!
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Rachel 12/09/2022

Despedida
Esses contos são como uma despedida dessa leitura maravilhosa e única de Zafon, gostei de todos e simplesmente fica aquela saudade de histórias que poderiam ser escritas, mas que o tempo não nos permitiu agraciar.
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Eliane 31/12/2021

Zafon sendo Zafon...
Quando eu soube da existência desse livro pensei, tenho que lê-lo! Como todos os livros de Zafon, este não me decepcionou. Em cada capítulo há o toque de um grande Mestre literário. Mas digo que especialmente, o capítulo 5 (O príncipe do Parnaso), me emocionou verdadeiramente. Não há palavras que descreva a felicidade de concluir este livro. Obrigada Carlos Ruiz Zafon, onde quer que estejas.
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denis.caldas 16/11/2023

Póstumo
Conjunto de contos espalhados de Zafón, que sempre homenageou os livros e o mistério que reina entre os mundos visível e invisível. Zafón é um autor que fará falta, e sempre me pergunto se ele também fez um acordo com aquele anjo em troca do sucesso estrondoso que teve em vida, que resultou em uma morte precoce...

"E foi assim que o vinho, que faz os homens ficarem sinceros quando menos precisam e lhes dá coragem quando deveriam continuar covardes, persuadiu Cervantes a narrar a história dentro da história, aquilo que os assassinos e os loucos chamam de verdade." (em O Príncipe do Parnaso)
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Guilherme Dehon 27/04/2024

A Cidade de Vapor...
É um livro de contos, envolventes, intrigantes, instigantes, onde podemos ver toda a trama misteriosa que sempre permearam as histórias de Zafón.

Um livro que nos faz reviver, ao menos que por um vislumbre, as aventuras passadas em O Cemitério dos Livros Esquecidos.

Os contos reunidos nesta obra são intensos, muito bem escritos, com aquela dose equilibrada de suspense, beleza, melancolia, que são peculiares a esse singular autor.

Recomendo sem reservas.
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Danilo Vicente 24/05/2023

Sou zafoniano
Zafón é escrita de primeira. Sou fã dele, sou zafoniano. Este livro póstumo de contos honra a saga O Cemitério dos Livros Esquecidos. Mais: por vezes é um prelúdio, mas é também continuação. Ficção, mas ficção que se une à realidade e que empolga por facilmente fazer a mente fugir da realidade. O tema ?livros? sempre presente.
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Julia 21/06/2022

Eu quis chorar já na nota da editora kkkkkk
Toda vez que, enquanto eu lia, me lembrava que nunca mais vou ler algo novo desse autor, eu tinha que parar de ler de tão triste que ficava.

Esses contos trazem de volta a Barcelona maldita e encantada (amaldiçoada) que a gente conheceu na série dos Cemitérios dos Livros Esquecidos. A prosa mágica com que ele escreve não se compara a nenhum autor que eu já tenha lido.

Agora os livros dele se tornaram algo que ele mesmo descreve em um de seus contos desse livro (frase adaptada por mim kkkk):

Um mausoléu de histórias antigas com fedor de ausência.
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