Sobrevidas

Sobrevidas Abdulrazak Gurnah




Resenhas - Afterlives


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Alcir1 04/04/2024

Que aula!
A questão da honraria recebida pelo autor é de somenos importância. Importa, e muito, o que o texto mostra e diz ao leitor. E este é o caso. A leitura robustece a teoria da Colonização de Exploração e Colonização de Fixação. Em África, como na América do Sul, prevaleceu a de Exploração e o resultado é que os países, ditos livres e independentes, não conseguem, por uma infiidade de motivos, se desenvolver. De quando em quando um ou outro dá sinais de que vai desabrochar, tempos depois volta a cair, girando num círculo infindo que só nos oprime.
Pois bem, este livro é uma aula magistral sobre o assunto. Ao colonizador interessa somente se aproveitar das riquezas; as pessoas, não importam. A primeira parte do livro chega a ser asfixiante. Incomoda saber como os nativos são recrutados, treinados e mandados para a guerra. Também a forma do tratamento dispensado aos habitantes, com suas pobres casas e plantios; o que não serve para comer ou beber, é incendiado, derrubado. Mas a aula é mais aprimorada, mostra que, quando duas potencias coloniais se enfrentam, quem vai para a linha de frente são os colonizados, dos seus exércitos somente uns poucos oficiais,. Resultado é que os mortos, os feridos deixados para trás, são os recrutados.nunca os recrutadores.
No decorrer do texto já se afigura uma outra abordagem, qual seja a forma como as pessoas se reinventam trabalham , perdem, ganham, se afirmam e, claro vivem interessantes histórias de Amor como a de Hamza e Afiya. E com final feliz e tudo o mais.

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Hera 09/03/2024

Nem parece que é tão recente
Aqui temos uma narrativa na parte oriental da África, ainda colônia disputada por ingleses e alemães. Tem guerra e muita marcha pro interior dessa parte do continente. Os protagonistas são locais e vivem as consequências do colonialismo em seu território. Excelente leitura!!!!
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Leila 23/11/2023

Sobrevidas, situado em Deutsch-Ostafrika no início do século XX, é um retrato poderoso e multifacetado da vida durante o período colonial alemão na África. A narrativa segue as vidas interligadas de personagens como Khalifa e Asha, que buscam construir uma família, Ilyas, que retorna à cidade após anos de sequestro por tropas coloniais, e Hamza, que, após experiências traumática , luta como parte da Schutztruppe, ao lado dos colonizadores.

Gurnah, habilidosamente, coloca os personagens no centro de uma narrativa que não apenas descreve a violência e a imposição de regras e costumes pelos colonizadores, mas também mergulha nas complexidades das relações humanas sob essas circunstâncias. A tentativa de Khalifa e Asha de terem um filho, as descobertas de Ilyas sobre a tragédia de sua família, e o amor de Hamza por Afiya criam um panorama humano que transcende o contexto histórico.

Ao dar voz aos personagens, o autor destaca não apenas as consequências devastadoras da opressão e do colonialismo, mas também a resiliência e a capacidade de resistência daqueles que vivem sob essas condições. A presença constante do espectro da guerra e a possibilidade de novos conflitos permeiam a narrativa, acrescentando uma camada adicional de tensão e incerteza à história.

O enfoque no período colonial alemão oferece uma perspectiva única e muitas vezes negligenciada da história africana, desafiando as representações convencionais centradas nas potências coloniais mais proeminentes, como a Inglaterra e a França. Gurnah destaca as experiências específicas desse contexto, contribuindo para um entendimento mais completo e nuanciado do impacto do colonialismo no continente.

Enfim, Sobrevidas faz uma importante contribuição à literatura que explora os efeitos do colonialismo na África. Eu gostei bastante da leitura e acho que vale a pena o tempo investido. #ficaadica
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Cesar Garcia 16/09/2023

Profundo e marcante
Um livro que fala sobre a ocupação colonial europeia na África, na região que hoje é a Tanzânia e mostra as cicatrizes de guerras provocadas pela Alemanha e a Inglaterra, dizimando os povos nativos e impondo sua visão de mundo.
Um livro profundo e marcante que mostra a visão dos povos da África sobre esse triste período.
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arthurzito 29/07/2023

"Em 'Sobrevidas', Abdulrazak Gurnah nos transporta para a fascinante paisagem da Tanzânia por meio de uma narrativa emocionante e bem elaborada. O livro cativa desde as primeiras páginas, mergulhando-nos em uma trama habilmente construída, repleta de personagens complexos e histórias envolventes.

A história central é tecida com maestria, revelando os desafios e triunfos dos personagens em meio a um cenário culturalmente rico e diversificado. Gurnah habilmente retrata a vida em uma região marcada por mudanças políticas e sociais, capturando os dilemas e sonhos dos habitantes da Tanzânia com notável sensibilidade.
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Nina 21/07/2023

Um livro forte, bonito que conta uma história que a gente pouco conhece. Vidas que se entrelaçam em meio a guerra. Recomendo.
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Biblioteca Álvaro Guerra 05/05/2023

A colonização da Alemanha na África é um tema pouco explorado pela literatura – geralmente, fala-se de Inglaterra, França, Bélgica –, mas é dela que ­Gurnah tira o substrato para o romance. E o fato de escrever sob o ponto de vista dos africanos traz. O romance se concentra na vida das pessoas durante o período de conflitos entre as nações europeias pelo domínio dos países da África, sendo que o foco aqui é muito no período alemão de colonização. Gurnah consegue criar todo esse mosaico através da constituição de costumes locais e as falas nas diferentes línguas que povoam o continente. Ele acaba entrando por vontade própria na Schutztruppe, uma vez que sente uma admiração grande pelo povo alemão, já que foi criado por eles. Trata-se de um personagem que acaba sendo colonizado inclusive no pensamento, um dos efeitos mais nocivos dessa verdadeira violência, que não se restringe apenas ao corpo. E ele faz isso pouco tempo depois de reencontrar a irmã, que então passa a voltar a morar com uma família abusadora, por sua vez, também sofrendo violência física apenas por saber ler. Ela acaba conseguindo morar com Khalifa e sua esposa Bi Asha, amigos de Ilya, se tornando praticamente da família.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786559212286
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Jaguatirica 27/04/2023

Sentirei saudades
Esse livro me acompanhou por um mês inteiro e cresceu muito por causa dos debates em sala de aula e dos comentários constantes de colegas. Tudo o que senti e achei impressionante já foi comentado nesses encontros. O final foi apressado e poderia ter sido contado de uma forma mais "okay, respira", e o que fica é a sensação de que Gurnah quis correr para acabar logo.
Que final hein meus amigos. Que final... Julgo dizer que talvez tenha sido um dos melhores últimos parágrafos que já li. Uma experiência incrível, sem dúvida, ainda mais por ter sido discutido numa turma do curso de História, onde conheci tanto pontos novos. Debates sempre acalorados, ainda mais este último de hoje.
Inesquecível!
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Debyh 23/12/2022

Enquanto eu lia este livro o título fez total sentido para mim, porque a maioria dos personagens está só sobrevivendo, poucos realmente conseguem realizar o que queriam na vida e muitos são impedidos por diversos fatores (...).
resenha completa: https://euinsisto.com.br/sobrevidas-abdulrazak-gurnah/

site: https://euinsisto.com.br/sobrevidas-abdulrazak-gurnah/
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André Vedder 27/11/2022

Para um Nobel, esperava mais.
Iniciei o livro com uma expectativa enorme devido ao peso de um Nobel na obra do escritor, e talvez por isso tenha me decepcionado durante a leitura.
O autor usa como pano de fundo um período de guerras devido a colonização da África por parte dos alemães, e depois ingleses, nos apresentando vários personagens e as consequências da guerra em suas vidas.
A trama em si é interessante e os aspectos culturais também são um ponto alto na obra, mas a escrita do autor em geral não me cativou e sua narrativa, mesmo com toda tristeza que uma guerra carrega, não foi capaz de me comover.

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Val 03/11/2022

Obra imensamente humana descrevendo as Sobrevidas
Espontaneamente, seria difícil à maioria das pessoas escolher a leitura de um livro sobre a República Unida da Tanzânia, antigos países africanos Tanganica e Zanzibar, unidos em 1964. Havendo a motivação de um Prêmio Nobel de Literatura, como no meu caso, decidi ler Sobrevidas, do tanzaniano Abdulrazak Gurnah, laureado em 2021. E não me arrependi.
Com um início pesado, farto em nomes e parentescos, a obra vai desenrolando-se como um novelo e revelando a brutal história do retardatário colonialismo alemão na África Oriental nos primórdios do século XX. Numa construção de texto diferenciada, fugindo do óbvio, Gurnah não deixa de nos surpreender com fatos inesperados e que vão transformando agradavelmente os rumos do romance.
A utilização impiedosa dos jovens locais recrutados e treinados para compor batalhões violentos contra seu próprio povo e numa guerra colonial contra invasores ingleses, denuncia a opressora civilização colonialista visando a consolidação de impérios pelo mundo. E os países africanos - antes dos asiáticos - sem exceção, foram os que mais sofreram esse massacre humano e cultural brutal, mudando os destinos de grande parte de suas populações. Não sem antes exaurir suas riquezas e a força de seus povos.
Tudo isto está presente neste robusto enredo histórico muito bem trabalhado literariamente por Gurnah, tornando-se uma obra-denúncia de grande força. Em meio ao caos gerado pelos alemães às famílias tanzanianas à época, aspectos humanitários são mesclados aos abusos e à violência. Esta, também presente nos costumes educacionais familiares, marca forte presença na obra.
Em duas frases, no terço inicial do livro, Gurnah expõe a essência deste seu trabalho. Diz o general alemão a um serviçal nativo: “Por isso eu estou aqui — para tomar posse do que é nosso por direito, por sermos mais fortes. Nós estamos lidando com um povo atrasado e selvagem e a única forma de dominá-lo é incutir terror nas pessoas e em seus inúteis sultões e produzir obediência na base da pancada.”. E, nesse tom, os alemães perderam a colônia para os ingleses em violentas batalhas de conquista. A derrota valeu a queda do kaiser na Alemanha, na mesma época em que na Rússia o czar Nicolau Romanov II e sua família eram assassinados para a ascensão do proletariado ao poder.
Mas, a partir do término da guerra e sob a relativa paz do domínio inglês, os habitantes locais começam a retomar ou a reconstruir suas vidas e o autor volta a dar relevo aos personagens principais.
São basicamente quatro protagonistas que se revezam nos capítulos, criando um liame literário fundamental na estrutura do romance. E, na narração de suas vidas, Gurnah desabrocha seu escrito original, simples e objetivo, dando um ritmo muito agradável à leitura. Revela os traços culturais do povo tanzaniano, suas mazelas, costumes e sofrimento com as atrozes intervenções coloniais no cotidiano desse povo. Da história de cada personagem germina basicamente um livro, os quais vão constituir, no terço final da obra, mas um precioso livro, tamanha a riqueza de fatos e narrativas.
Apesar da violência entranhada no texto, trechos de história, lirismo, ingenuidade, força de vontade, coragem, amor e fidelidade tornam a obra imensamente humana a descrever um genocídio e todas as Sobrevidas.
Valdemir Martins
27.10.2022


site: https://contracapaladob.blogspot.com/
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Paulolins 02/11/2022

Uma leitura pra tirar a gente da zona de conforto
Nunca havia lido Abdulrazak, e todas as resenhas são unânimes - história lenta com final corrido.

Concordo e mantenho essa ?unanimidade? - mas talvez isso seja parte da escrita dele, em
um processo que o caminho e a própria caminhada é muito mais importante que o destino final.

Deixo aqui minha recomendação - ler pelo menos uma obra de um Nobel de Literatura segue sendo uma experiência sensacional!
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Murilo Martins 14/10/2022

O Nobel muda seu ângulo de visão
Uma história bem contada, de um ponto de vista de quem viveu, ou no mínimo sofreu consequências indiretas do neocolonialismo e toda a exploração do continente Africano. Bons personagens e te estímula a aprender termos em no mínimo 3 línguas diferentes ( exigência do autor de não modificar certos termos).
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afarialima 25/09/2022

Livro imperdível para quem é apaixonada por história, política internacional e ignorante sobre a trajetória dos países africanos. Nesse livro temos contato com a uma parte da história colonial da Tanzânia, inicialmente uma colônia alemã que passou para os britânicos, após a derrota da Alemanha na 1a GM.
É incrível aprender e revoltante ter contato com esse pedaço da história mundial, como os conflitos entre os grandes impérios da época se espalhavam nas colônias.
Um livro que traz com muita sensibilidade a manifestação da violência e terror da colonização europeia, guerra e violência são vivenciadas por aqueles que são donos de fato daquela terra.
Alê | @alexandrejjr 25/09/2022minha estante
Ainda não vi resenha ou comentário negativo sobre esse livro. Ele tem subido cada vez mais na minha lista de desejados e o teu comentário, Amanda, é mais um a impulsionar ele.




Lara 19/09/2022

?Ninguém é dono do corpo e do espírito de ninguém?
Gosto de leituras que ajudam a humanizar a História, especialmente, aquela que decorre dos períodos mais desumanos.

Nesse romance, podemos sentir as experiências de povos que foram vítimas não só da colonização mas também da guerra. É uma ficção de uma vida que poderia ter sido a nossa - e dos nossos - caso tivéssemos nascido em um determinado tempo e lugar.
pierrealmeidaba 19/09/2022minha estante
interessante! vou adicionar na minha lista




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