fernandaugusta 06/12/2022Desaparecidas - @sabe.aquele.livroJá falei que Tess Gerritsen nunca me decepciona, né?
No quinto livro da série Rizzoli & Isles, a Dra. Maura está muito atarefada no necrotério, quando vai revisar a posição da tatuagem de um corpo na sala refrigerada. É surpreendida por um suave barulho, e quando resolve investigar, abrindo o saco de "Maria Ninguém", o cadáver abre os olhos (pense no susto!). E apresenta fraquíssimos, mas perceptíveis sinais vitais.
Transferida do necrotério para o hospital do outro lado da rua, a morta-viva dá muito trabalho para ser contida ao recuperar os sentidos. Ao tentar esclarecer a identidade da paciente, Maura é surpreendida pela fúria da mulher, que, ao ser contida pelo segurança dispara a arma e o mata, usando a patologista como escudo para tentar fugir. Não consegue, e retorna para o prédio, onde faz reféns. Um destes reféns é uma mulher em trabalho de parto - que vem a ser ninguém mais, ninguém menos que a detetive Jane Rizzoli.
O local isolado é cercado pela polícia e invadido pela imprensa, e então começa a negociação. Mas sem nada saber sobre a sequestradora desconhecida e suas intenções, as coisas logo começam a se complicar. Além do Departamento de Polícia de Boston, ali estão brigando pelo comando o FBI e o alto escalão da Espionagem do Pentágono. Pelo jeito, "Maria Ninguém" é muito mais do que uma mulher raivosa.
A tensão deste livro não termina nunca! É até o final um clima de corrida contra o tempo e uma sensação de urgência e perigo constante. A autora usa muito bem aqui o elemento da teoria da conspiração, e o enredo é baseado na falta de identidade dos principais envolvidos nos acontecimentos. A Dra. Maura aparece menos, neste livro Rizzoli volta a ser o foco principal de Tess em uma situação muito delicada - e de desdobramentos inesperados para a vida pessoal da detetive.
O que eu mais admiro nos livros da Tess Gerritsen é que ela consegue sempre imprimir um ritmo frenético de acontecimentos e, mais uma vez me peguei lendo o livro praticamente em uma sentada, de tão curiosa. Achei menos impactante que o anterior (Dublê de Corpo me deixou de queixo caído), mas acho que é pelo fato de ser uma narrativa de caráter muito mais especulativo em questões políticas do que a identificação de um assassino em série, por exemplo. Ainda assim, é uma leitura daquelas de prender a respiração em muitos momentos.
Rizzoli e Gabriel (marido dela) levam este livro nas costas e já valeria muito a leitura só para saber o que acontece com eles. A única dica que posso dar é que Jane Rizzoli continua teimosa e esquentada, sem medo de nada. E é por isso mesmo que gosto muito dela e recomendo estes livros para até para quem não costuma ler thrillers.