Não é um rio

Não é um rio Selva Almada




Resenhas - Não é um rio


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Mari Pereira 04/04/2022

Muito prazer Selva Almada
Esse é daqueles livros que é tão bonito e tão potente que a gente não sabe nem explicar direito porque gostou. Passa feito um redemoinho, remexe tudo e vai embora arrastando consigo várias reflexões. Deixa ainda um aperto no peito que parece que não passa nunca.
Uma história simples, que poderia acontecer em qualquer cidadezinha por aí. Minha cidade teve sua versão dessa história...
Mas a história simples é contada de uma forma tão precisa, tão rasgante, que faz desse pequeno livro uma preciosidade...

Edit: semanas depois de finalizada a leitura, ainda estou aqui pensando nesse livro, no porque do título, tentando desvendar o final, buscando referências na mitologia grega e latina para entender o que li... Ainda impressionada com a potência dessa pequena grande obra!
Nay Lopes 04/04/2022minha estante
Dela li Garotas Mortas e amei!


Mari Pereira 04/04/2022minha estante
Fiquei curiosa pra ler esse também! Agora mais ainda!
Obrigada pela dica Nayara ????


Janaina 17/04/2022minha estante
Traz uma saudade do que não foi.. muito bom! ?




Leila de Carvalho e Gonçalves 25/05/2022

É Este Rio
O romance Não É Um Rio (2020) encerra a Trilogia Masculina da escritora argentina Selva Amada, que também é formada pelo livro O Vento Que Arrasa (2012), publicado pela extinta Cosac Naify, e Los Ladrilleros (2013), ainda inédito no Brasil.

Uma trilogia que, como o próprio título indica, versa tanto sobre a crueldade e violência do universo masculino como acerca de seus pactos e alianças secretas. Uma temática que surpreende, à medida que é exposta por uma mulher que também ousa deslocar o cenário cosmopolita da atual produção literária do seu país para a zona rural, mais empobrecida e atrasada.

Com pouco mais de 1 hora de leitura, o romance acompanha Enero Rey e Negro, que decidem levar o filho do amigo morto, Tilo, para pescar no mesmo rio em que seu pai morreu afogado há 15 anos. Acampados numa ilha, o que deveria ser um agradável fim de semana, transforma-se no epicentro de uma serie de conflitos que deságua num desfecho perturbador que, marcado pelos silêncios e enredos subterrâneos, me fez recordar de Pedro Páramo, obra-prima do mexicano Juan Rulfo.

Tendo como fulcro uma piada ouvida por Amada durante um churrasco em família, a narrativa também se destaca pela voz onírica e a maneira que é estruturado o tempo narrativo, isto é, como o passado e presente se alternam acompanhando a vida de diferentes personagens e os sonhos, às vezes, são premonições ou ?ecos do futuro?.

Dona de um estilo estilo enxuto e de frases curtas, a escritora faz do rio uma personagem, portanto não se trata de um rio, mas deste rio cuja profanação tem seu preço.

?Os homens dão um passo para trás e ficam olhando o pequeno incêndio. Por um instante, só há o fogo. Todos calados. César e os outros têm os rostos extasiados. Aguirre observa os olhos brilhantes, as peles rubras e suadas. Parecem diabos saídos do mato. Mas não. O diabo não mora na ilha. O diabo, Aguirre bem sabe, tem que cruzar o rio para chegar aqui.? (Página 65)
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Diego Piu 11/02/2024

O livro vai passando ritmado como uma canoa atravessando o rio. Poucas páginas, direto e ao mesmo tempo confuso. Gostei da pegada fúnebre e da não linearidade.
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FAtima311 13/07/2023

Este rio!
Uma narrativa que te arrasta, como águas profundas de um rio turbulento, onde o leitor tenta se agarrar em qualquer coisa para não submergir.
Li em um fôlego só, muitas vezes duvidando da minha própria percepção do enredo. Mas vibrando com a escrita tão direta de Selva Almada. Fazia tempo que uma história não me envolvia assim!
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Ivandro Menezes 05/11/2021

Não é rio
Todos os elogios feitos a Selva Almada, que a colocam como uma das grandes vozes da literatura argentina contempora?nea, se justificam nesse Na?o e? um rio.

O estilo comedido, de poucas palavras, sem firulas, sem excessos se confirma aqui. Contudo, na?o se engane da escassez de suas palavras Almada constro?i um tipo peculiar de poesia.

Se em O vento que arrasa ela mergulha nos dramas religiosos, aqui ela imerge na viole?ncia e no sile?ncio. O cena?rio segue sendo a Argentina distante dos grandes centros, voltadas para esses lugares a?ridos e perdidos no tempo.

Enero, o Negro e Euse?bio sa?o amigos desde infa?ncia, quando costumavam ir para uma ilha pescar. Anos apo?s a trage?dia atingiu a Euse?bio, os amigos levam Tilo, seu u?nico filho numa pescaria na mesma ilha, no mesmo rio, que esconde os segredos, esperanc?as e trage?dias. Seguir o seu fluxo, atravessa?-lo ou sucumbir em suas a?guas sa?o os tre?s movimentos possi?veis, e o romance assim se movimenta.

A aridez de suas personagens, a viole?ncia dos pequenos gestos, culpas, traic?o?es e, sobretudo, sile?ncios imprimem beleza e melancolia a cada frase, a cada palavra.

Almada e? magne?tica, na?o se consegue desviar o olhar, tudo e? de uma forc?a esponta?nea e u?nica, bem dosado, com uma despretensa?o espantosa.
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Ladyce 28/04/2024

Meu grupo de leitura Ao Pé da Letra, já havia escolhido "Não é um rio", de Selva Almada, com tradução de Samuel Titan, Jr, como leitura para o mês de abril, antes mesmo do livro ter sido anunciado como finalista do prêmio Booker Internacional deste ano.  Há, além disso,  a curiosidade deste livro estar competindo com o livro "Torto Arado" do escritor brasileiro Itamar Vieira Júnior, também finalista para o mesmo prêmio. O grupo leu o livro brasileiro em fevereiro de 2021. Ainda brincamos, no nosso encontro de sábado, que mais uma vez estamos diante de uma competição Brasil x Argentina, já que a autora é natural da Argentina. Mas dessa vez  a rixa não é no futebol.


Todos do grupo gostaram do livro.  Ainda que alguns sentissem a necessidade de mais conteúdo de alguns personagens, mais complexidade na trama. O livro é pequeno, há aproximadas cem páginas de texto, e características de alguns personagens poderiam ser aprofundadas, fazendo o texto mais rico,  mais tridimensional.  Há personagens fortes e herméticos.   As personagens mulheres parecem tão enigmáticas quanto o olhar masculino as julga.

Confesso que gostei do livro como está.  Sem necessidade de aprofundamento dos personagens.  Gosto de textos curtos, impactantes, que marcam pela elipse, por tudo que não dizem.  É uma maneira de engajar o leitor que dá de si ao preencher as lacunas, ao entender o que foi sugerido.  Selva Almada tem uma maneira de escrever lacônica.  Não há uma palavra extra, nenhuma palavra extra para ênfase.  A narrativa mistura passado e presente, e por isso requer atenção. Há muitos personagens.  Há os personagens humanos e há pelo menos dois personagens não humanos: a floresta tropical, e o rio.  Há um tantinho de realismo mágico, na dose certa. Para mim, fiz algumas notas para manter cada personagem no seu lugar, com sua história, algo raro em texto tão curto.  Mas talvez isso tenha sido porque não li o livro de uma só vez, ainda que ele possa ser lido em duas horas. 

Mas há uma característica dessa narrativa que me cativou e a colocou à frente de muitos livros;  Esta é uma história que mostra a violência de pessoas comuns.  Exibe o desprezo de muitos pela vida.  A vida é algo barato.  Dispensável,  Todos morremos e sofremos.  E revela o lugar deprimente das mulheres nesse enclave a que somos apresentados. É o retrato da bestialidade humana, das atrocidades cometidas no cotidiano de um grupo que se reserva um mínimo civilizatório.  Apesar disso, a narrativa é tão precisa, tão pontual e hábil que aceitamos tudo sem espanto, sem choque.  Nesse aspecto, Selva Almada se mostra uma mestre, sem igual.  Não me surpreende que hoje seja conhecida como uma das grandes escritoras argentinas. Recomendo a leitura.
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kellen.ssb 31/10/2021

"... não sabia como gostavam um do outro [...] que, se um fosse embora, levava uma parte de todos."
Eu adoro ler livros que mesclam tempos cronológicos diferentes. Num capítulo você está épocas à frente; já no outro, épocas atrás.
A autora consegue com maestria intercalar a estória entre tempos diferentes da vida dos amigos Enero, Negro e Eusebio. E assim o leitor, jogado de um lado para o outro no tempo, vai se inteirando dos acontecimentos e compreendendo alguns dos episódios jogados no início do livro.
Houve momentos que eu achei que eu tinha me perdido na cronologia. Voltei. Li. Reli. Até que caiu a ficha que eu estava numa estória de pescador... e em estória de pescador, vale tudo, principalmente depois de algumas biritas rs

Recomendo ler a entrevista feita com a autora no link abaixo, mas somente após a leitura do livro, para não tomar spoiler:

https://www.unoentrerios.com.ar/escenario/selva-almada-en-la-naturaleza-las-mujeres-no-esta-la-depredacion-n2632500.html

Gostei demais de conhecer essa autora argentina!
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Maria 14/04/2024

Eu peguei esse livro do nada, depois de ver que a autora vai ter outro livro dela lançado aqui no Brasil e uma menina ter retwitado a notícia falando mais ou menos: "esse livro mudou a trajetória da minha vida". As primeiras 10/20 páginas é um grande ??????, mas a história vai ficando tão profunda, tão boa, que é quase impossível parar de ler. Não é uma história tão fácil de entender, por ser não-linear, e ainda acho que não entendi tudo, mas a experiência de leitura foi tão *não tô achando uma palavra que possa definir* que eu dei 5 estrelas, além da escrita maravilhosa.

Ele não mudou a trajetória da minha vida kkkkkkkkkk PORÉM, me deixou com uma leve ressaca, porque nada que eu leio agora me parece bom o suficiente. E quanto mais eu penso, mais eu gosto e me dá vontade de reler. Enfim, tudo é muito bom: a narração, o jeito que o livro foi montado, os personagens, as histórias, a ambientação, a escrita, etc. Virei fã de Selva Almada com 96 páginas.

?Justo nessa hora um vento se mete pelas árvores, e tudo está tão calado, por conta da hora, que o rumor das folhas cresce como a respiração de um animal enorme. Escute só como respira. Um bufar. Os galhos se mexem como costelas, inflando-se e desinflando-se com o ar que se mete pelas entranhas. Não são apenas árvores. Nem arbustos. Não são apenas pássaros. Nem insetos. O jacurutu não é um gato-do-mato, se bem que às vezes pareça. Não são uns preás. É este preá. Esta urutu. Este caraguatá, único, com seu centro vermelho como o sangue de uma mulher. Se espicha a vista, descendo a rua, chega a ver o rio. Um brilho que umedece os olhos. E de novo: não é um rio, é este rio. Aguirre passou mais tempo com ele que com qualquer pessoa. Pois bem. Quem lhes deu permissão??
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Vilela 24/07/2022

Não é um rio, Selva Almada.
Essa prosa é um surto. Tanto o enredo e as personagens, nas 92 páginas que completam este livros, se encontram ligadas feito um sonho maluco que as vezes temos. A única certeza que eu tenho, é que a autora, conseguiu colocar esse sonho no papel. Criando assim está história. Tem poesia em cada palavra.
O final tem uma referência e confirma algo interessante do livro.
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Yasmin O. 14/01/2024

Um livro que li em uma sentada, com uma história que se passa em uma ilha em um rio na Argentina rural, que apesar de não ser um rio, mas o rio, poderia ser o rio de qualquer outro lugar, abordando a brutalidade masculina, a devastação do corpo feminino e da natureza e as consequências dessa violação, ao mesmo tempo em que entrega relações de amizade, companheirismo e união entre esses homens, igualmente afetuosas e violentas, em um enredo repleto de simbologias e misticismo, muito masculino e ainda assim com personagens femininas marcantes e imprescindíveis para o desenvolvimento da trama, muito latino-americana, com o real e o fantasmagórico convivendo e confundindo-se no fluir da história, não linear, onírica, poética e também árida. Muito me fez lembrar de Pedro Páramo de Ruflo, de Temporada de furacões de Fernanda Melchor e de Fúria de Clyo Mendoza, o que pode ter minimizado o impacto do livro para mim, apesar de sentir que esses personagens, em especial Lucy, Mariela e Siomara, não serão facilmente esquecidos por mim.
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Raul Maciel 17/12/2023

"Justo nessa hora um vento se mete pelas árvores, e tudo está tão calado, por conta da hora, que o rumor das folhas cresce como a respiração de um animal enorme. Escute só como respira. Um bufar. Os galhos se mexem como costelas, inflando-se e desinflando-se com o ar que se mete pelas entranhas.
Não são apenas árvores. Nem arbustos.
Não são apenas pássaros. Nem insetos.
O jacurutu não é um gato-do-mato, se bem que às vezes pareça.
Não são uns preás. É este preá.
Esta urutu.
Este caraguatá, único, com seu centro vermelho como o sangue de uma mulher.
Se espicha a vista, descendo a rua, chega a ver o rio. Um brilho que umedece os olhos. E de novo: não é um rio, é este rio."

O ponto de partida deste livro da argentina Selva Almada é a ida de três homens a uma ilha próxima ao Rio Paraná. Eles, que moram em um lugarejo próximo à ilha, são Enero e Negro, amigos de muito tempo e que formavam um trio com Eusebio, que morreu afogado, e que agora viajam com Tilo, filho de Eusebio. Esta viagem pode ser vista como uma forma de os amigos oferecerem um suporte ao Tilo, por se preocuparem muito com ele, mas principalmente como uma forma de terem um pouco do Eusebio com eles, o que podemos ver quando Enero observa Tilo e percebe enormes semelhanças entre pai e filho, e também como uma espécie de rito de passagem da adolescência de Tilo.

O principal conflito que logo é posto é entre as pessoas que vão para a ilha e as pessoas que moram lá, tendo em vista as suas diferentes formas de se relacionar com a natureza, o que observamos já desde a primeira cena, em que os homens matam uma arraia. A violência dos homens — contra outros, contra outras, contra tudo — aparece ora de forma destacada, ora como algo do cotidiano, já naturalizada. A questão de gênero é outra que aparece durante o livro inteiro, caracterizando um certo paralelo entre a relação dos homens com as mulheres e com a natureza: ambas podem ser apropriadas, depredadas e descartadas.

Em diversos trechos, a história corre menos nos acontecimentos e muito mais pelos laços e e pelas relações entre personagens — e não apenas entre personagens humanos, mas também com os próprios elementos da natureza, uma vez que Não é um rio os constitui também como espécies de personagens e não apenas parte do espaço em que ocorre a história.

Há muitas simbologias: na água do rio, no fogo, no mato, nas árvores, no ar, no vento, nos sonhos, nas personagens mulheres — sobretudo Siomara, a personagem mais interessante, e suas filhas Mariela e Lucy, também fundamentais para a história. E é também por todas essas simbologias que o livro flerta um pouco entre o realismo fantástico, mas sem adotá-lo ou assumi-lo totalmente, deixando uma dúvida, uma inquietação.

"Esse homem não é desse mato, e o mato sabe. Mas deixa. Que se meta, que que o tempo que precisar para juntar lenha. Depois, o próprio mato vai cuspi-lo, os braços cheios de galhos, de volta para a margem."

Sobre a escrita: chamaram-me a atenção as diferenças nas formas de construção de personagens homens e de personagens mulheres e também de construção dos universos dos homens e das mulheres e dos espaços em que eles se cruzam e os conflitos que se dão. A forma da escrita parece carregar uma oralidade — ou: parece tomar emprestada a comunicação oral. Não há capítulos, apenas parágrafos e quebras do espaço de uma linha que entregam a passagem de uma cena a outra e entre os tempos, sendo que o tempo presente ocorre nos dias da viagem dos três homens e o passado vai a diferentes momentos, como a morte de Eusebio, um antigo trabalho de Enero, um momento da infância dos amigos, entre outros.

Por fim, Não é um rio apresenta uma história muito interessante e com uma escrita muito boa, sendo um livro curtíssimo, mas que consegue apresentar muitos elementos, todos muito complexos, e trabalhá-los de forma poética e direta.

Um adendo: Não é um rio fecha a trilogia de varones, que no Brasil muitos traduziram como trilogia masculina ou como trilogia da masculinidade. Os dois livros anteriores são O Vento que Arrasa (Cosac & Naify, 2012) e Ladrilleros (sem tradução para o português, 2013). Mas eu fui ler sobre e a própria autora diz que foi uma trilogia involuntária e que as histórias podem ser lidas separadamente e em qualquer ordem, pois cada uma tem personagens, tramas e aspectos próprios, sendo o universo masculino o elemento comum entre elas.

site: https://medium.com/@raulmaciel/sobre-n%C3%A3o-%C3%A9-um-rio-da-selva-almada-esse-homem-n%C3%A3o-%C3%A9-desse-mato-e-o-mato-sabe-ea50580d0269
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romulorocha 17/07/2023

Não é um rio, de Selva Almada

Gênero: Romance
País: Argentina
Ano: 2021 / 96 páginas
Editora: Todavia

Autora de Garotas Mortas (2014), a argentina Selva Almada traz neste romance de época toda sua sutileza e sensibilidade. Diferente de Garotas mortas, aqui os personagens principais são homens e a forma como são retratados pela autora é uma singularidade sem igual.

Não é o rio conta sobre a vida de dois amigos Enero e Negro em uma ilhazinha no interior da Argentina. Lugar de hábitos humildes, como pescar, tomar banho de rio, ir à missa na igrejinha da comunidade no domingo e festejar no único barzinho da cidade ao som de lambada, a ilha guarda uma triste história da morte de um amigo de Enero e Negro por afogamento no rio. Após 15 anos, como uma forma de tributo ao amigo, eles decidem levar o filho órfão do falecido Tilo para um passeio no mesmo rio em que ele morreu. O passeio que tem o rio como testemunha, desperta muitas emoções e surpresas.

O livro é narrado em primeira pessoa, possui uma linguagem bem característica da autora, e retrata de forma muito cativante o dia-a-dia de uma comunidade no interior argentino. Regada pelo trabalho matutino, pelos mates nos finais de tarde e festejos à noite, somos envolvidos pela rotina dos personagens e suas emoções.

Para Não é um rio, nota 8/10.

#resenhasdoromulo
#literaturaargentina
#nãoéumrio
#selvaalmada
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Invasão Bárbara 05/11/2023

Não é um rio
Um livro interiorano, com cigarros de palha, pescarias e vinho enterrado para ficar fresco. Com fantasmas, fofocas sobre traição, mortes inesperadas, brigas de família e gente que ficou louca.

Mais uma leitura concluída para o #DesafioLivrada2022 (2/15), esse na categoria “Um autor argentino”. Minha primeira opção era A Débil Mental, segundo volume da trilogia sobre os desprazeres da maternidade da Ariana Harwicz, mas depois do vídeo sobre essa obra no canal que propôs o desafio, troquei na mesma hora.

É incrível como autores da América Latina sabem encaixar bem elementos sobrenaturais e oníricos nas tramas. Borges, Rulfo e Cortázar estão aí para provar isso. A Selva segue essa mesma tradição.

A história se passa durante uma pescaria. Enero e Negro, amigos desde a infância, e o jovem Tilo, filho do Eusébio, companheiro dos dois primeiros que morreu afogado, vão para uma ilha que frequentam há bastante tempo. Lá eles pegam uma arraia enorme e depois jogam o animal morto de volta no rio. Esse fato atrai e também irrita alguns moradores locais, que acharam a atitude desrespeitosa.

Além dos três amigos, outros destaques são alguns moradores locais, como Aguirre e sua irmã, mãe solteira de duas adolescentes, eles foram os únicos dos irmão que permaneceram na ilha e perderam o contato com o resto do mundo. Ela é uma mulher amargurada, que não lida bem com a felicidade e juventude das filhas, e acaba pagando um preço alto por isso.

Enquanto os fatos vão se desenrolando, a narrativa vai sendo intercalada com histórias do passado envolvendo violência, traições, abusos, premonições, paixões e acidentes. Por se passar naqueles vilarejos que pararam no tempo, é cheia de crenças e superstições.

A ilha é um personagem vivo, suas matas parecem reconhecer quem anda por elas. Os elementos água, fogo, terra e ar são muito presentes na narrativa e se aliam aos fantasmas que habitam o local. Tudo aqui parece um sonho, em alguns momento um pesadelo, com ecos do passado envolvendo culpa e pessoas amadas que foram perdidas.

O livro lembrou um pouco Pedro Páramo, recomendo para quem gosta de realismo fantástico, como leitores de Haruki Murakami.

site: https://www.instagram.com/invasao_barbara/
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Kaiã 05/06/2024

Nem lembro em que lugar me recomendaram esse livro. Não sabia muito sobre, não me prendeu muito. Mas foi interessante. Apenas isso.
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Deja 05/04/2023

Não é Só O RIO
O livro começa com a pescaria de uma arraia no rio, mas não é só rio, a ilha tem pessoas que vivem suas dores silenciadas pela melancolia do tempo, amarguradas pela pobreza e suas perdas.
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