Pri Ruppenthal 29/04/2021
A gente nunca conhece uma pessoa de verdade. É impossível.
"Coloque uma pessoa num contexto diferente do que ela está acostumada é essa pessoa vai revelar certas características que nem ela mesma imagina que tem".
Sobre esse livro, é isso, o que Holly diz nesse trecho. Você nunca vai saber pelo que o outro passa e porque ele agiu de determinada maneira se você não estiver inserida no mesmo contexto que ele. Como mãe de menina eu senti em cada parte do meu corpo o desespero da Jules. Mas como mãe, e agora não falando do sexo do filho, como mãe mesmo, senti falta de ar em todas as vezes que a Holly queria gritar para defender o filho. Mas na mesma proporção que eu sentia raiva da Jules por não conseguir se colocar no lugar da Holly, eu também sentia raiva da Holly por não enxergar a cultura do abuso sexual da forma como ela ensinava. Dessa forma, a gente para pra olhar que a grama do vizinho não é mais verde que a nossa e sim que ele lida de forma diferente com as pragas. E que a gente só vai saber como agir dentro de um contexto que você está de fato inserido.
É isso. O livro é um reflexão. Leitura que prende, cheia de detalhes. Se você não gosta de livros com detalhes minuciosos, não leia, vai ficar com raiva, mas cada fim de capítulo você quer saber o que vai acontecer, principalmente porque cada capítulo é narrado por cada uma das personagens. Então, você precisa ler dois capítulos pra saber o que acontece depois que terminou aquele. Peguei essa dica de leitura e amei. Agora entendo porque a Tag esta entregando mimos tão ruins e irrelevantes, porque os livros valem a pena a leitura.