Ana 08/08/2021
Somos as filhas das bruxas...bom, deixa pra lá
Não lembro o que chamou minha atenção quando comprei o livro, mas foi uma leitura deliciosa. Gosto muito de ler histórias ambientadas aqui - personagens daqui, hábitos daqui, coisas com as quais a gente consegue se relacionar e sair um pouco daquela lógica do eixo anglófono. A autora faz isso muito bem: em nenhum momento a escrita é forçada, do tipo veja-aqui-como-é-uma-história-brasileira, mas é. Tem uma escrita super fluida, os diálogos são afiados e os personagens super queridos. Me senti como se fossem meus amigos, e estivesse ouvindo a história junto com eles, comendo uma pizza.
Em vários momentos senti ecos da Sydney Sage (da série Bloodlines, de Richelle Mead) e de Lila e Kell (da série Tons de Magia, de V.E.Schwab), mas não parece ter sido uma influência de fato, e sim uma feliz coincidência que me agradou muito. O enredo trata de crenças e magia de uma forma muito diferente dessas séries blockbusters, um tanto sincrética, que gostei demais. Acho que, bem, é tudo muito brasileiro. E de quebra, a autora conseguiu incluir no enredo personagens diversos e situações delicadas com excepcional sensibilidade (no sentido de naturalidade e cuidado).
Foi uma grata surpresa e gostaria muito de rever esses personagens e esse mundo em outros livros no futuro.