Oliveira 18/02/2013
Blog | Literatura: Um Mundo Para Poucos
Para começo de conversa, o que me fez procurar uma série de livros sobre súcubos, foi a minha grande paixão pela série de TV Lost Girl.
Apesar de que agora, além de eu não poder mais acompanhar os episódios tão frequentemente quanto queria, a trama está ficando cansativa.
Mas não é disso que tenho que falar. Ok, A Canção do Súcubo. Uma palavra. Surpreendente.
Como disse, o meu motivo não veio indicações ou qualquer outra coisa do gênero, de modo que não li a sinopse logo de primeira. O porquê? Aquele meu medo de sempre, de criar falsas expectativas. E ai que está. Quando comecei a ler o livro, não me prendi a ele (já falo disso), de modo quer ele ficou um bom tempo parado em minha estante.
Ai vieram várias coisas, o primeiro vídeo para o blog, blábláblá, enfim. No meio disso, eu li, meio que por descuido, o conteúdo que a tal trazia. Adivinhem? Nada. A sinopse não é reveladora, apenas instigante. Não a um único spoiler nela. E eu meio que vejo isso como um milagre (perdão aos religiosos). Resumindo, se você não olhar as orelhas, onde encontramos um resumo do que vai acontecer durante o livro (¬¬), você vai entrar no mundo de Georgina Kincaid de olhos praticamente fechados, porém, estimulado e curioso.
Quanto ao começo do livro, infelizmente, eu não consegui seguir com a história logo de primeira, tive de fazer um pouco de esforço. Mas calma. Pelo que vi, quando terminei o livro e reli essa parte, creio que era coisa minha. Logo de cara, já recebemos uma demonstração considerável do que é a personalidade de Georgie, personagens novos e fatos que vieram a ser bastante significativos. Richelle Mead me deu a impressão de não perder tempo.
Em relação aos personagens, cada um a seu jeito, nos cativam. E exatamente por isso, ao longo da fascinante história que a autora criou, nos dividimos e repensamos. Gente saibam que eu amo isso. Essa dúvida em relação ao verdadeiro caráter de tal personagem, os verdadeiros motivos de outro, e o fim eles levarão. Alguns que lerem isso vão achar que é loucura, que você tem que se manter fiel a sua crença em relação ao partido de quem vai tomar. Bem... Qual seria a graça se você mantivesse o mesmo pensamento durante o livro inteiro? É bem mais divertido quando se fica confuso e dividido. Talvez esteja me contradizendo, não sei. Porém é esse sentimento, esse pensamento que o livro me trouxe. Frase confusa. Entendam. O livro é narrado em primeira pessoa, por Georgina, e durante toda a trama, você vai concordando e discordando dela. Acaba tendo raiva de suas ideias e admirando seu jeito "Nancy Drew", como Jerome (personagem que eu não sei porque gostava, depois deixei de gostar, ai entendi) diria. Quanto a mim, Laryssa, foi exatamente assim. O fato de você não amar a personagem principal, a meu ver, faz com que você tenha uma satisfação maior quando ela fizer algo que você queria ou concorda. Se você o adora, vai acabar aceitando, sem ter aquela leve revolta no estomago bufar de desgosto, raiva ou desdém. Essas sensações são viciantes para mim. Só pelo fato de p livro ter conseguido despertar isso em mim, já se tornou um dos meus favoritos.
Vamos mudar o rumo da resenha.
História. Não vou resumir, porque sempre que tento, faço um spoiler sem tamanho.
O que posso dizer é que nada fica sem explicação. Não precisei fazer pesquisa alguma para entender as diferentes funções de cada criatura sobrenatural mencionada no livro. Aos poucos a autor joga informações, na medida certa, para que não fiquemos perdidos, porém também não saibamos de tudo, o que é relevante para o desfecho.
Palavras. A autora, ou os tradutores (que são dois por sinal, porém não encontrei um incomodo nisso) usou/aram termos beeeeeem pouco utilizados. Nada que seus pais, ou alguém que vá estra perto de você não saiba, mas com certeza incomuns e cujo significado nas frases, faz com que seja necessário uma pausa na leitura para a busca dele.
Trama em geral. Como eu disse anteriormente, ela surpreende. A autora foi realmente inteligente. Os suspeitos, as pistas... Eu me envolvi tanto que acabei por me ver tentando encaixar as peças sozinha. E não consegui ¬¬ Isso porque, na verdade, a maneira que Mead conduz tudo é tão gostosa, tão tranquila e constante, que desvendar tudo por si só estragaria a plenitude da história. Essa é a verdade. Tudo que descobrimos nos capítulo finais, ou melhor, dizendo, o final do vinte e um e o vinte e dois até o vinte quatro. Evite-os antes da hora, vão por mim.
Vocês vão ficar meio “porque não deduzi isso antes?” quando os lerem. São dedicados somente a revelações. O que admito, apesar de muito bom, foi ligeiramente incomodo. Contando um pedaço do vigésimo quinto capítulo, posso dizer que são mais de quarenta páginas no mesmo local. Tudo bem, muita coisa acontece, várias são lembrados, sensações descritas, porém, do mesmo modo, não acabava nunca.
Creio que deixei entredito, porém vamos afirmar. A escrita de Richelle é leve, divertido, com várias tiradas irônicas e nem remotamente entediante. Alias uma coisinha ruim, é que a personagem esta narrando à história, certo? Porém, em certos momentos, Georgina meio parece estar falando conosco. Eu achei que isso criava uma quebra no feitiço que a autora me impunha, talvez seja diferente com vocês.
O fim do livro. Sublime. Quando eu li a frase final, eu sorri. EU SORRI. Eu não costumo fazer isso. Poucos livros me dão essa sensação de plenitude. O último foi Tempest, porém por um motivo totalmente diferente. Mas o importante é: A existência daquele epilogo não era exatamente necessária, porém foi fundamental para o sentimento afeição que criei pelo livro.
Finalizando, capa. NADA A VER. Além de não ser nem um pouco atrativa, a modelo ou mulher desenhada na imagem, não se parece em nada com Georgina Kincaid. NADA. Por um motivo que não vou mencionar Georgie não usa seu verdadeiro corpo. Sendo um súcubo, ela pode parecer como quiser. Talvez a imagem represente sua antiga aparência, que não é bem descrita (ou eu sou desligada e não me apeguei aos detalhes. As duas opções ficam iguais na balança). Não sei ao certo. Talvez seja algo completamente diferente, que eu venha a descobrir com os outros livros.
Uma coisa que gostaria de compartilhar com vocês, que está na anti-capa, junto à sinopse, é essa pequena brincadeira, diga-se de passagem ;D
Súcubo (s.m.) – Fascinante criatura do mal, do sexo feminino. Capaz de mudar de forma; seduz e dá prazer a homens mortais.
Patética (adj.f.) – Um súcubo com sapatos fantásticos e sem nenhuma visa social. Ver: Georgina Kincaid.