insaniadora 22/10/2020
Angustiante, mas poético.
Com Os sofrimentos do jovem Werther, Goethe inicia na Alemanha o Romantismo. Contra os ideias que lavaram à Revolução Francesa, os jovens - principalmente poetas - da época encontraram como solução se refugiar na evasão. Extremamente pessimistas e melancólicos assim como nosso personagem Werther, idealizavam amores irreais, os sucumbindo lentamente para a adoração à morte.
A obra é narrada pelo nosso aclamado e atemporal Werther por meio de cartas que este manda ao seu amigo Guilherme em meio a uma viagem. Lá, ele conhece uma moça chamada Carlota, por quem perdidamente logo se apaixona, todavia, Carlota tem um noivo chamado Alberto. Os três se tornam grandes amigos, portanto, Werther, em respeito a Alberto, tenta esconder ao máximo seus sentimentos; sentimentos esses que aos poucos foram consumindo a sanidade do jovem, levando-o a uma paixão violenta e proibida que culminou em sua morte. Pois, nós, seres contemporâneos, o damos o veredito de louco? Este é um questionamento feito por muitos após a leitura. Mas, se analisarmos sob ótica da época, Werther era apenas um homem apaixonado.
Eu estava ansiosa para ler esta obra, e não é para menos, é fantástica. Aqui, Goethe te faz refletir sobre status social, a religião, a moral: o que é certo? o que é errado?; a loucura, e - obviamente - a paixão exacerbada.
PS: Esta é uma obra praticamente autobiográfica. Goethe realmente conheceu uma moça chamada Carlota do mesmo jeito que nosso Werther conheceu. Porém, ela também era noiva e o romance dos dois não foi pra frente. O final trágico do personagem foi inspirado em um amigo de Goethe que também tirou a própria vida.