Resenhas - Criança 44

Arthur1298 23/03/2024

Amei a forma como os personagens foram se desenvolvendo e como tudo se encaixou no plot da história.

Adriana 18/03/2024

Para quem gosta de uma trama baseada em fatos reais, esse livro é um prato cheio.
O que eu gostei mais neste livro é que ele foi baseado em fatos reais. É um romance policial que acontece na União Soviética, no ano de 1953, época em que imperava o Stalinismo.

A história gira em torno de Liev Demidov, um veterano de guerra e um fiel agente policial soviético. Liev acredita que seu trabalho, que consiste em capturar e torturar os traidores da Revolução, para que confessem seus crimes contra o Estado e sejam executados, é uma honra para qualquer stalinista, afinal, pelo lema estatal, não existem crimes na União Soviética, só em países capitalistas.

No entanto, algo começa a mudar dentro de Liev. A começar com a prisão e tortura de um veterinário, que Liev descobriu ser inocente, mas que confessou sua traição e fora executado. Liev, por saber da inocência dele, não quis torturá-lo, o que levou a ser questionado e punido pelo seu comando superior, que o rebaixou de posto e o transferiu para auxiliar a polícia de um vilarejo ao norte do país.

Além disso, seus pais e principalmente sua esposa, Raíssa, passaram a ser alvos da polícia soviética. Isso gerou um estremecimento no casamento de Liev, uma vez que pelo tipo de função que desempenhava na polícia, muitos segredos eram omitidos de Raíssa, o que levou a desconfianças mútuas no casamento.

Depois do que aconteceu com o veterinário, Liev passou a ser mais cauteloso e a desconfiar sobre a integridade de um regime que antes defendia sem questionar, Tempos depois, para corroborar mais com a ideia de que o Governo não era tão idôneo assim, começaram a aparecer diversos corpos, próximos à linha férrea, cujas características das mortes eram similares. Um desses corpos, o de um menino, foi o que iniciou essa investigação velada de Liev para encontrar o assassino, já que o Governo e seus superiores o diziam para ignorar as mortes, porque eram apenas acidentes.

Durante esse processo de ressignificação de suas crenças, Liev teve que confrontar com a verdade de que se enganara a respeito de diversas coisas em sua vida. E isso lhe custara a distância da família e praticamente o fim de seu casamento.

Esse romance policial é surpreendente. O autor, Tom Rob Smith, fez um trabalho de pesquisa minucioso e nos entregou um enredo cheio de riqueza de detalhes, inclusive os mais sórdidos. A capa do exemplar que li, me remete à frieza do país, tanto em relação ao clima, quanto em relação às relações humanas e valorização da vida. O sangue vermelho sobre a neve branca, traz um impacto visual que denota o sofrimento da população, por ser uma massa de manobra tão desmerecida. Indico para leitores de estômago forte. Editora Record. 434 páginas.

Antunes 08/03/2024

Combater, subverter ou enfraquecer a URSS
Tenho esse livro a bastante tempo (tanto que comprei as continuações) mas sabe-se lá Deus porque, eu estava empurrando a leitura dele!
Pois, finalmente sanei essa falha ao encará-lo e posso dizer que tornou-se uma das melhores de 2024.
Com uma trama envolvente, misturando fatos verídicos com ficção, Tom Rob Smith nos leva para Rússia de Stalin, acompanhando a trajetória do personagem LIEV DEMIDOV, um agente da MGB que acaba esbarrando em uma investigação intrincada e que vai mexer com tudo o que ele acredita.
É impressionante como até hoje, há pessoas que defendem esse regime nefasto que e que priva as pessoas da liberdade e subvertem o pensamento humano.

Vamos ao livro:
Criança 44 traça um paralelo interessantíssimo com o assassino em série real, chamado de açougueiro de Rostov... foi o primeiro serial-killer conhecido da Rússia no século XX.
Na Rússia de Stalin, o regime faz o povo acreditar que crimes simplesmente não existem. Mas quando o corpo de um menino é encontrado nos trilhos de uma ferrovia, Liev - herói de guerra e agente do Estado - se surpreende ao saber que a família da vítima tem a certeza de que a criança fora assassinada. Os superiores do oficial ordenam que ignore a suspeita, e ele é obrigado a obedecer. Mas o agente desconfia de que há algo muito estranho por trás do caso.

Além de Liev temos sua esposa, Raíssa que torna-se uma personagem feminina interessantíssima e extremamente sagaz em diversos momentos assumindo o protagonismo da história e mostrando o quanto Liev estava errado ao crer no poder do Estado sobre a população!

Enfim... ????? com louvor!!!!

Flavio56 21/02/2024

Criança 44
Livro excitante. Retrata muito bem a época de chumbo da formação da URSS.
Como pano de fundo fala da dicotomia existencial do ser humano, entre o certo/errado, entre o bem e o mal.
O final é surpreendente. Vale muito a leitura.

Xandy Xandy 12/02/2024

Eletrizante do início ao fim!!!
Liev Demidov, alto funcionário da MGB, polícia secreta russa dos tempos do terrível ditador Stálin, recebe a incumbência de verificar a morte de um menino de apenas 4 anos, encontrado próximo à linha de trem, filho de um baixo funcionário da mesma MGB. Os pais da criança imploraram para que ele investigasse melhor a morte do filho, pois tinham certeza que o menino fira assassinado, porém, ele recebe ordens superiores e decreta a morte apenas como acidental.
Conforme o tempo passa, Liev percebe que outras mortes de crianças começam a acontecer em outras regiões da antiga União Soviética, o que demonstra que aqueles crimes só poderiam ter sido cometidos pela mesma pessoa.
Misturando realidade com ficção, o autor consegue, de maneira brilhante, prender a atenção do leitor da primeira à última página, promovendo uma série de viradas e viradas na história...
O resto, só lendo muito...

Michelly.Novaes 30/01/2024

Meu Deus!!! Que livro!!! Eu achei que seria um livro completamente diferente, algo mais parecido com a Menina que roubava livros (que sou apaixonada), mas fui surpreendida demais com a história de Liev. Gente do céu, do início ao fim, é empolgante, tem muita ação e você fica passado com cada descoberta. Sensacional. Não dá vontade de parar de ler! Não vejo a hora de ler os próximos!!!

Cássia 08/01/2024

Xeroso
HAHAHAHAHA me matei várias vezes por dentro, bom demais, tá maluco. Se joga de cabeça nisso aqui sem fazer perguntas e aprecie essa DELÍCIA de livro. Emoção, frio na barriga, nervoso, estarrecimento. Sabe aquele tipo de livro que você precisa fechar ele, dar uma olhada pro horizonte e só depois voltar a ler? Ele é desses.

LuciAlen 01/11/2023

Rastros de guerra
Um início já chocante e detalhista que nos leva a cenários cruéis que não sai da cabeça. É necessário nos localizarmos histórica e geograficamente, em um momento pós guerra na Rússia de Stálin, onde o medo, a pobreza, a miséria, assassinatos e muitas mortes fazem parte do cotidiano.
Temos um protagonista que sai de vilão a herói, afinal, até onde somos capazes de ir para defender nossas crenças e ideologias? É tudo para um bem maior, não é? Mas de que lado da história?
Realidade e ilusão se misturam, é uma reviravolta muda o rumo da história. Liev, nosso personagem principal se joga de cabeça em tudo o que faz. Iludido e fugindo dos seus traumas, morre e mata pelo seu trabalho de agente do Estado, e contra ele também.
Preparem-se para muita crueldade, acontecimentos fortes e traumáticos, desumanos. Um amor e parceria que floresce na medida que se quebra falsos modelos sociais. E para uma escrita diferente é fascinante.
Chorei, amei e odiei. ??

Lock 22/09/2023

Que desfecho louco?
Eu não tenho palavras o suficiente para descrever tal obra , a sequência que segue os fatos é caótica porque tem o plotwist quase no final do livro. O final tinha pra ser louco mais foi calmo e ativo , apesar que eu prefiriria que fosse algo mais caótico.
Ao mesmo tempo que obra retrata os crimes, elas também retrata um amor que não era correspondido no começo do livro e no final é algo que se acabar dá um aperto no coração.
Eu recomendo muito esse livro , pra mim vale muito a pena a leitura dele .?

Isabelle.Salles 09/09/2023

Leitura difícil mas fluiu!
A leitura foi difícil, pq cada capítulo tem um núcleo. No livro tem no máximo 4 núcleos. As vezes causa uma confusão. No início já abandonei o livro, acabei voltando e insisti terminar esse livro.
Essa insistência valeu a pena! Depois de uns 10 capítulos a leitura foi fluindo... comecei a entender os cenários.
Fala de uma autoridade russa, fiel ao país. Passou por armadilhas e um deles chamou atenção, o assassinato de 44 crianças...
E a descoberta da identidade do assassino foi difícil pro Liev... (não vou dar spoiler, relaxe!) Foi uma reviravolta surpreendente...
Recomendo esse livro!

_Alicinhah 14/08/2023

Na falta de um diário, escrevo resenhas sobre experiências literárias que ressoam em mim. Edição de hoje: Liev, a União Soviética, a padronização das mentes e o açougueiro de Rostov.
Que livro GENIAL, sério, não tem outra palavra pra descrever.
É, essencialmente, um suspense policial. Há um crime (uma série deles), um detetive e uma investigação. Mas tudo isso se entremeia na estrutura política que forma a União Soviética de Lênin. O Regime, mais do que plano de fundo, é personagem, força motriz da história. Desde o princípio é a cultura do medo, desesperança e indiferença, cultivada pela política instável da época que permite os desdobramentos da narrativa, seja nas cenas da aldeia, na troca de identidade de Liev, nos atos de Ivan, na suspeita dos crimes e no modo como a investigação é conduzida.
De longe, o que mais me pegou foi a forma como a história foi costurada. Começamos vendo a vila, as crianças, a mãe e o gato. Até que o mais velho some. E, por mais que queiramos saber o que foi feito dessas crianças, o narrador simplesmente segue. Sem mais. Logo depois encontramos Liev, que nos conduz na mentalidade do partido, deixando claro a busca pela padronização das mentes, dos sentimentos, das pessoas... Ele começa a investigar esse caso da criança do trem, enquanto ainda investiga um outro caso de um fugitivo, e insiste em afirmar pra gente (e para a família do menino) que assassinatos não existem na URSS. O que até seria palatável se nós não tivéssemos visto o que vimos no prólogo e se a tal família não tivesse perdido um filho. Os outros personagens são inseridos na história deste mesmo modo, presos políticos, crianças que deixarão de existir, crianças que participam da narrativa, aliados, inimigos... Todos costurados na trama que segue o rastro de sangue daquele que viria a ser conhecido como o açougueiro de Rostov.
É doido acompanhar o processo de tomada de consciência de Liev. Não consigo vê-lo como alguém que era ruim ou ingênuo, mas fica muito claro depois da revelação da carta que ele sempre viveu ignorando aspectos desagradáveis da própria vida a fim de sobreviver, se era com os segredos internos ou sua relação com o governo é mero detalhe. Mas, acima de tudo, é bonito ver o amor que ele tem pelo país, não pelo Regime, ou pelo que dizem que o país pode ser, mas pela pátria que o criou, ao ponto de estar disposto a morrer antes de deixá-la.
Achei bonito a forma como a relação dele com Rayssa vai se construindo, todo o processo em que ele descobre que o que eles tem não é real, somente uma adequação ao Regime, ela passando a entende-lo e ama-lo, ele descobrindo que a amava, não porque tinha que amar para ser cidadão modelo, mas porque gostava dela de verdade.
Por fim, quando as coisas se revelam, liev é na verdade o menino que sumiu, o assassino é seu bobo irmão ivan... eu já tinha percebido para onde as coisas estavam caminhando. Mas isso não tirou, EM NADA, a genialidade da obra pra mim. Fiquei impactada ao reconhecer os sinais que ele deixava, a fixação com os gatos, a loucura de admitir que ele matava crianças apenas para atrair o irmão. Um criminoso chocado pela fome, pela desesperança, pelo abandono e pela certeza de impunidade.
Preciso confessar que fiquei um pouco preocupada com a sobrinha que viu tudo acontecendo, por um momento achei que seria ela a ser adotada mas gostei de terem sido as meninas que aparecem no início.
Foi uma leitura maravilhosa, muito pesada e angustiante as vezes, mas gratificante.

Gabs. A 14/08/2023

O Bem Maior.
"Nao é assim que começa? Você acredita numa causa, acha que vale a pena morrer por ela. Dali a pouco, vale a pena matar por ela.
Depois, vale a pena matar inocentes por ela."

Um Thriller de tirar o fôlego, uma história recheada de reviravoltas surpreendentes.

Uma onda de assassinatos estão sendo cometidos contra crianças, onde crimes não têm lugar nessa nova sociedade Estalinista, logo eles não podem estar acontecendo - Quem faz uma acusação dessas é um traidor da pátria!

Como é que essas crianças estão aparecendo mortas então?

Com o panorama de uma Rússia soviética em vigência, o clima de paranóia coletiva chega a ser sufocante.
Vizinhos entregando vizinhos, e até mesmo familiares delatando parentes para salvar a própria pele da tortura de prisões, dos campos de trabalhos forçados, e até mesmo da morte.

Uma história de suspense onde o assassino não é a coisa mais perigosa da história.

Os acontecimentos se desenvolvem com bastante agilidade, em constante flerte do suspense com a ação.

Uma boa história.
Um ótimo livro.

Fernanda2407 29/07/2023

Gosto muito do contexto em que a história se desenrola. É sempre chocante ler sobre os absurdos perpetrados pelo comunismo. Impossível não causar indignação.
O livro é bem desenvolvido em todo esse contexto histórico ao mesmo tempo em que o suspense policial também não deixa a desejar.

Livrendo 26/07/2023

Espetacular e de leitura instigante.
Se é verdade que os dois livros se lêem bem em separado, como disse na opinião do anterior, um facto é inegável agora que li este primeiro livros. No final fiquei a perceber um pouco melhor o "O discurso secreto". Há alguns pontos que só agora fazem todo o sentido, embora a sua falta - numa leitura separada - não prejudiquem a leitura.

Nesta primeira viagem ficamos a conhecer Leo um orgulhoso agente do MGB e "caçador" de traidores da pátria. Leo é o melhor e não hesita em capturar e levar os capturados às malhas do Estado. Mesmo que isso signifique o fuzilamento.

Estamos na era da União Soviética de Estaline, uma época da história que me fascina. Por isso, este livro agradou-me da mesma forma que me agradou o outro.

Achei o "O discurso secreto" mais intenso, no geral. Mas este "A criança n.º44" tem um início incomodativo. Ler aquelas páginas e ter de pensar e saber que aquilo foi a realidade de várias pessoas... impressionante.

Neste livro a vida de Leo dá uma grande reviravolta, aquilo em que acredita muda. A sua fé no Estado e no seu casamento são postos à prova.

Enquanto isso, enfrenta tudo e todos para tentar descobrir quem assassinou crianças. Num país onde não existe crime, pois haver crime significa que o Estado falhou e isso não é admissível.

Um livro impressionante. Que se lê rapidamente. O autor tem uma escrita fácil de ler e que nos prende.

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