A guerra contra o Brasil

A guerra contra o Brasil Jessé Souza




Resenhas - A guerra contra o Brasil


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Catarina436 04/03/2024

Dispensável para quem já é estudioso do assunto
Porém, necessário a todo brasileiro que se viu vítima de desinformação.
Gostei muito da escrita do autor e devorei o livro. Uma coisa que me fez tirar nota foi o fato de ele trazer muitas coisas que foram postuladas por outros estudiosos, como se fossem novidades. Já tinha observado isso em outro livro do autor.
No entanto, não é um livro ruim. Indicaria e já indiquei para uma pessoa aqui, inclusive.
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Lu_Augusto 26/02/2024

Nesse livro Jessé procura retomar as origens do golpe de 2016 e a partir daquele cenário caótico, mostrar que esse caos foi fabricado e com claros interesses de prejudicar a nação brasileira assim como seu povo. Ele mostra que a partir da canalhice da Lava Jato, um enorme esquema jurídico, político e midiático, foi possível deslegitimar uma escolha popular ao retirar do poder a Presidenta eleita Dilma Rousseff, articular a prisão do ex Presidente Lula e queimar todo o capital político do PT e dos demais partidos de esquerda, tudo isso para abrir espaço para velhos conhecidos recalcados e novos aspirantes na política brasileira.
Tudo isso contou também com a ajuda dos EUA que se beneficiariam com essa nova casta no poder, já que é de sua moral ser entreguista e "vira lata".
Mas nem tudo foi controlado, quem muito se beneficiou com isso foi a extrema direita que cresceu se colocando como "outsider" e defendendo pautas morais; assim, enfrentamos quatro anos nefastos na nossa história.
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Polyana.AraAjo 27/06/2023

Simplesmente fascinada com os livros do Jessé Souza, uma leitura dinâmica e realista dos acontecimentos da geopolítica no Brasil nos últimos anos.

Quem quer entender um pouco sobre nossa própria realidade e como somos influenciados por políticas externas que sussurram às vezes de modo sutil, outras não, de como devemos manter a ordem democrática na nossa própria casa.
É como retirar travas dos olhos.

Recomendo que leiam quantos livros forem possíveis dele, pois é um aprendizado impagável.
Me tornei admiradora, pretendo ler todos os livros, simplesmente JESSÉ SOUZA, com toda certeza está entre os maiores.
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Laís 26/05/2023

Análise detalhada e com muitos fatos históricos
Livro traz de maneira compilada e direta fatos históricos que nos mostra como o país e a elite foi e é manipulado pelos EUA. E porque nos temos, até hoje, a síndrome do vira lata
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Isabelle 01/06/2022

Neste livro, o autor trata sobre como ocorreu o início da influência norte-americana no Globo, na América Latina e, em especial, no Brasil. Detalhando, segundo o autor, os impactos da influência direta, não só na cultura e identidade nacional mas, principalmente, na politica onde o falso moralismeo é o centro da narrativa elitista e reacionária nacional.
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Felipe770 22/02/2022

Interessante análise sobre como o Brasil e sua cultura pode ser manipulada pela guerra de ideias americana. Por vezes um pouco enfadonho, mas ainda assim uma boa leitura.
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Paulo 20/10/2021

Revelador para entender o bolsonarismo
Ainda que adote uma linguagem que, por vezes, aparenta abstrata com uso de termos como ?elite? e ?sistema?, o autor traz elementos importantes e inquestionáveis para entender como o bolsonarismo que chegou ao poder foi fruto de interesses escusos dos EUA para minar o desenvolvimento do Brasil e transformar o país em uma colônia. Nessa conjunção, as formas de racismo e a lava jato adquirem um papel fundamental.
Infelizmente estamos vivenciando o resultado disso tudo.
Livro relevante para o momento.
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Pamylla.Souza 16/10/2021

Mais uma vez um grande soco na nossa cara.
Todos deveriam ler as obras de Jessé.
O melhor de tudo é ler um livro de um ano atrás e ver que agora, exatamente agora muita coisa ficou mais visível.
A parte do paraíso fiscal de Guedes, Jessé já havia comentado, e este mês veio tudo à tona.

Incrível.
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Jader Selleri 30/09/2021

Vontade de indicar o livro para os bolsominions, só que ele não é desenhado. Para compreender o que de fato está acontecendo na nossa política esse livro é muito bom.
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Cris609 23/09/2021

Nenhum outro livro expôs de maneira mais clara os anseios e os impulsos racistas que estão velados e imbricados na sociedade. Leitura necessária.
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Tatiane 14/08/2021

Já li vários livros de Jessé e, embora goste muito dele, tenho alguns senões à sua visão política, a meu ver, bem fechada em um partido. Este livro, no entanto, a partir da 2a parte, me parece bem pé no chão e didático sobre os últimos acontecimento históricos que resultaram no que estamos vivendo hoje neste desgoverno. Ele consegue delinear bem o ressentimento da classe média branca que se mantém à base de um moralismo tacanho e preconceituoso. Um exemplo disso está nesta passagem:

"As ideias conservadoras devem justificar um sentimento arcaico preexistente, dando-lhe uma aparência de novo, de bom e de justo. O racismo secular brasileiro, o ódio covarde ao frágil e ao desprotegido, o prazer na humilhação diária, típico das classes privilegiadas de todo escravismo, passam a ser não apenas justificados, mas até celebrados como sensibilidade moral, decência, honestidade e inteligência. Em vez de conviver com a vergonha e o racismo, permite-se ao racista sua metamorfose em 'defensor da moralidade'. O racista passa a se sentir 'reserva moral da nação'." (p. 125)
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Lorenna Maia 07/07/2021

Explica perfeitamente como o Brasil foi influenciado pelos EUA e como a "elite do atraso" contribuiu (e ainda contribui) para a decadência do país.

"Como sempre, o movimento começa lá nos Estados Unidos, e apenas depois se desdobra nas colônias, replicando-se com mais força nas mais fiéis e mais ideologicamente colonizadas, como o Brasil."
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Adriana261 21/02/2021

Mais uma leitura essencial para entender onde estamos
Muito bom. Os livros de Jessé Souza não são de uma leitura tão fácil, mas são extremamente importantes para a compreensão do que acontece no país e porque estamos onde estamos. O início me pareceu um pouco repetitivo com a Elite do Atraso e a Classe Média no Espelho, mas a partir da segunda parte quando traz para a narrativa dos fatos, descortina detalhes e faz conexões que são reveladoras e super esclarecedoras. A parte final é cirúrgica para compreender a influência dos EUA e cada passo até o golpe e como daí chegamos no desgoverno atual. Muito bom mesmo.
Tem capítulos que são difíceis de ler, algumas vezes pela carga teórica, mas na maioria das vezes é pela desesperança que dá pelos fatos narrados e como essa política neoliberal, o viralatismo e o domínio das elites ferra com o país.
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Diego 14/09/2020

A tese da guerra híbrida numa crítica por esquerda
A tese central da livro de Jessé Souza é que os EUA, associados com uma elite entreguista brasileira, estão fazendo uma guerra híbrida contra o Brasil. Como guerra híbrida se entende a intervenção indireta de um país sobre o outro por meios diversos que não os militares (desestabilização política, ataque econômico, propaganda de agitação por meio de serviços de inteligência e outros).

Para construir sua tese principal, Souza começa explicando como a elite capitalista financeira norte-americana começou "domesticando" sua própria população através da fabricação de consenso. Isso ocorreu como um "contra-ataque" às políticas do New Deal pós-segunda guerra mundial, onde uma classe trabalhadora americana tinha muita força e aquele país vivia uma quase social democracia. Foi quando a elite financeira resolve virar o jogo, usando propaganda de massas e financiando think tanks conservadores para paulatinamente mudar a percepção das pessoas quanto à sua realidade e as condições sociais (grosseiramente resumindo). Fabrica-se o "sonho americano" e "self made man". Lançam-se as bases do individualismo liberalizante como "ciência neutra". Com a ajuda de universidades (compradas) e de parte da imprensa (também comprada), o jogo é finalmente virado para o grande capital -- e desmonta-se a estrutura sindicalista da época do New Deal. A guerra híbrida interna foi um suceso.

Jessé Souza explica mais adiante que esse modelo de intervenção reptícia, onde as ideias são financiadas por gente muito rica (e que não aparecem), penetrando em meios de comunicação e chegando até o mainstream (jornalistas, intelectuais e etc.) foi imposta ao Brasil pelo "Estado Profundo" americano. Não se trata de uma questão do governo Trump; é uma agenda de estado... A elite financeira dos EUA cooptando a elite funcional brasileira: esta é a tese fundamental do livro.

Souza ataca diretamente Sergio Moro e Deltan Dallagnol como sendo justamente essa elite funcional, os agentes que abriram a porta dos fundos ao interesse inimigo. Evidentemente num texto aliado à visão de esquerda, Souza trata o impedimento da presidente Dilma Roussef como o resultado da guerra híbrida.

Achei interessante a análise das elites brasileiras e também da classe média (onde o autor aborda o papel de cada uma a partir de 2013 no que aconteceu aqui). Também concordo em grande parte com a observação dos interesses americanos em impedir o surgimento de uma potência média na América Latina (que atrapalhe o jogo dos EUA em manter a região como seu quintal). Até aqui, tudo belezinha.

Só num pontinho eu não concordo com o autor. Ele dá a entender que os governos do PT foram grandes vítimas. Sem necessariamente passar pano, Jessé Souza faz críticas muito modestas à hecatombe que foi o governo Dilma e suas menções à corrupção petista joga todos os holofotes aos erros da Lava-Jato. Claro que a condenação de Lula tem problemas (coisa que até um Reinaldo Azevedo grita por aí). Mas eu, sinceramente, não boto minha mão no fogo por petista não. E acho que nesse livro o senhor Souza botou a dele. Mas...

Enfim, trata-se de um livro interessante a respeito de como grandes potências podem desestabilizar outros países em tempos de Facebook e WhatsApp. Recomendo.
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Philip Rangel 11/09/2020

Um livro para refletir e acordar para uma realidade....
No presente livro, o autor trilha caminhos profundos acerca da estruturação do Brasil, apontando fortemente a união dos Estados Unidos (EUA) como uma organização de poder mundial no anseio de destruir o sonho brasileiro.

Em suas 249 páginas, o conteúdo é dividido em três capítulos ligados a subtítulos, sendo: “A construção da ideologia no imperialismo informal americano”; amarrados a cinco subtítulos essenciais para composição do tema principal e na elucidação de ideias diretas. No segundo capítulo, “A elite colonizada brasileira e sua estratégia: a transformação do racismo em moralismo”; ao lado de dois subtítulos que completam uma ideia de formação. No terceiro capítulo, “As metamorfoses do neoliberalismo”; ao lado de três subtítulos, o autor insere o tema central de destaque de todo o seu escrito, completando sua ideia proposta.
Na Introdução, o autor permeia como objetivo, reconstruir a origem de toda uma trama simbólica que possa justificar a relação de dominação econômica entre os Estados Unidos da América (EUA) e o Brasil, analisando como foram utilizados meios de interrupção do processo democrático brasileiro. Deixando claro não se tratar de uma oposição entre as nações, o vínculo nacional que é importante, mas, mostrar a condução imperialista envoltos de um processo de dominação mundial, inclusive internamente, ao seu próprio povo.
O autor deixa claro que, todos os acontecimentos ocorridos no planeta no começo do século XX foi por influência americana, seja para o bem ou para o mal em todas as dimensões da vida. As justificações informais da construção do império americano é um dos processos de análises pelo autor, que dita ser
escondida como uma falsa superação de todo o racismo e preconceito. Se conhecermos a história da produção de consentimento social dos americanos, atingiremos o processo global de dominação e como que esse controle mundial se situa hoje, o que o autor ainda decorre de uma construção imperialista atual. Para o autor, a ascensão de Bolsonaro é um momento norteado pela aliança com os poderes americanos, em um racismo “racial”, de influência interna de dominação americana, substituído por um falso moralismo provocando rupturas pela influência de poder atingindo classes sociais e enaltecendo privilégios e enganando “tolos”, por exploração nas ações individuais e coletivas.

Em “O racismo científico que finge não ser racista” em seu subtítulo, “O racismo científico que finge não ser racista”, o autor conceitua o racismo como uma “segunda pele” para todos os seres humanos, ainda que ninguém distancia completamente do preconceito. Havendo uma redução de manifestações raciais ao racismo racial, corre o risco de tornar-se cego pelas grandes formas de subordinação e opressão. O Brasil e os Estados Unidos, como destaca o autor, são marcamos pela experiência da escravidão, um racismo “racial”, pela exploração econômica e desigualdade social. Esse racismo construído pela hierarquia entre os humanos superiores e inferiores, apontando a religião, pela maneira de percepção do bem supremo da salvação e a maneira que é perceptível esse caminho como norteadora, aludem a essa desigualdade. O que no ocidente, essa ideia de superioridade se liga ao espírito e o de inferioridade liga ao corpo. Os anos de pregação religiosa influenciaram os fiéis a seguir uma conduta das ações de cada indivíduo orientando na batalha do espírito para controlar as paixões contrárias do corpo.

O protestantismo, mais tarde, iria trazer uma democratização a mensagem cristã católica, como no centro o trabalho como algo sagrado, descentralizando o poder de clérigos e monges. O autor aponta as classes do privilégio destinadas no comando da vida social, enquanto as classes trabalhadoras, percebidas como um corpo de trabalho manual, de menos valor. O branco associado como inteligente, moral, ligados ao espírito, enquanto o negro, se associa ao corpo, ao sexo, como mulheres e trabalhadores. No Ocidente, pela Revolução Francesa a ciência herda muito, na concessão de decidir o que é certo ou verdadeiro, como outras justificações, injustiças sociais e a desigualdade. Os Estados Unidos se unem nessa distinção, como povo
eleito, melhor de todos. O Brasil, conhecido como uma nação colonizada, o processo acontece pela exploração própria, nos comandos a partir de fora a intermediação econômica e política, espelhando com a americana, como uma imagem negativa, pior e preguiçoso, fáceis de manipulação.

Como aponta o autor, o culturalismo, substitui uma noção de uma ideia racial, no qual a cor, sede um lugar a tradição pela cultura. Reforçando que a honestidade, do colonialismo europeu do século XIX, se encontra o americano e os outros conhecidos como corruptos, fechados a ser conhecidos para sempre como colônias. Foi após a Segunda Guerra Mundial, que ocorreu a difusão de ideias e uma modernização ao redor do mundo, uma grande dominação de ideias cientificas, na esfera pública rodeadas de justificativas.
Advindas do racismo velado pelo culturalismo científico, o imperialismo informal americano, se mostra para si e separa sociedades até então avançadas das atrasadas ou em desenvolvimento. Os Estados Unidos passam a chefiar o ocidente, pela restrição das sociedades do Atlântico Norte, excluindo alguns países, como se não existissem. Por uma construção abstrata, a ciência chega ao mundo em uma indústria cultural disfarçada por um povo eleito. Árabes, latinos, eslavos e negros serão vistos com ódio e reconhecidos como desonestos coligados a qualquer pensamento negativo. Esse tipo de racismo, se torna cientifico e penetra no inconsciente coletivo de toda população, influenciando em suas decisões e escolhas, aludidas pelo poder da imprensa e força de manipulação.
Em “A fábrica do consenso: a elite funcional do império”, o autor define a dominação moderna americana como um poder suave (soft power). O problema que esse poder domina o oprimido pelo espírito escravizando sua capacidade de ação, convencendo ser inferior, tornando um escravo, mesmo que livre. A ciência herda da religião o poder do sagrado definindo o que é justo e injusto, daí vem a dominação do sistema educacional nacional e internacional, que se percebe a hegemonia pelo culturalismo americano, como em outras esferas, dessa forma percebemos a ciência como a fatora de toda dominação.
A relação dos americanos com outras elites econômicas dos países do G7, para ganho de poder no comando de subordinação em relação dos países colonizados como o Brasil.
Na “expansão global do estado americano”, o autor explica o conceito de capitalismo. Os americanos, conhecidos como um império que somente foi conhecido depois da Primeira Guerra Mundial, precisamente se dando o imperialismo informal após a Segunda Guerra Mundial, quando deixa de ser um grande devedor e transforma em um grande credor do mundo. Paul Reisch, importante cientista americano, dita o uso de desqualificações morais, como corrupção, como forma de legitimação para a atividade imperialista, colocando os tribunais, nos países atrasados pelo favoritismo de propina. Com isso, os americanos desenvolvem duas frentes de batalha para a homogeneização: financeira e legal. A financeira mais tarde viria a adoção do dólar para transições bilaterais, na legal, visava a proteção de marcas comerciais, como proteção dos direitos intelectuais. Com isso o crescimento dos EUA, ocasionam com financiamentos que levam eles a entrar em outros territórios, como narrado pelo autor, a China e outros países do G7.

O New Deal, pela política de Estado, era usado para evitar interesses capitalistas privados controlasse toda a atividade do Estado, impedindo a autonomia relativa na condução de corrigir consequências não intencionais.

Em “A produção do consentimento: a ideologia americana e a guerra contra o próprio povo”, apresenta uma abordagem de internacionalizar o que foi bem sucedido assegurando o domínio da classe capitalista em todo o mundo. Aqui, o autor fala de uma plutocracia dos super-ricos, operando como mão de ferro, para perpetuação do poder. Ainda, a fabricação de consenso vai exigir uma divisão de trabalho, uma segmentação estrutural para dominação. No governo Wilson, século XIX, a agência de propaganda, aliada aos estudos psicológicos, encanta a elite americana por muitas transformações de aceitação de consentimento pelo medo da população por relatos mentirosos em filmes já usadas pelos ingleses na inspiração do ódio. Grandes personalidades e atores mais renomados de Hollywood foram chamados como apoio ao grande público. Um uso da propaganda como arma política para manipular o povo, levando-os como marionetes. O uso de violência física e policial diminuiu, crescendo a simbólica manipulando medos e ansiedades do público. Com isso, mexer no psicológico, seria reconhecido como uma arma letal contra o povo trabalhador, pela manipulação do inconsciente individual e coletivo, nascendo a publicidade
e propaganda moderna e a imprensa acaba coligando com todo esse jogo de mentiras para benefício dos poderosos.

A elite americana acha vantajoso atrair a simpatia daqueles que antes desprezavam. Souza, destaca as lutas de classes, as greves e o ódio do povo aos plutocratas, reconhecidos como inimigos. Edward Bernays, prefigura todas as relações do ramo da indústria da propaganda. Ele faz reconhecer um novo “habitus”, uma forma de ser, sentir e ver o mundo de maneira peculiar e compartilhada, uma nova elite funcional do capitalismo em todo o mundo. O cinismo comanda a política, a visão do povo era como destinada a consumir estereótipo. O trabalho de dominação social passa cada vez menos usar o uso da violência física e policial, passando usar a simbólica de uma manipulação na consciência norteados pelo medo e ansiedade da sociedade.

Em “A guerra híbrida: ideias envenenadas e juízes corruptos no lugar de bombas e balas”, retomando as ideias de Bernays, no qual, as empresas americanas apropriam das riquezas de outras empresas, como o conhecido “deep state”, do poderio militar e caminhando pelas sociedades inteiras. Na América Latina e na Ásia, as escolas ensinam seus alunos as razões dos EUA serem reconhecidos “povo eleito”, inserindo na mente das pessoas, como: inteligente, democrático e “honesto”. A indústria cultural que domina massas e o cinema, como todo o tipo de entretenimento reforça sempre a mesma mensagem. Em outros países como o Brasil, vão espalhar o mesmo, em uma visão geral no mundo. A manipulação do inconsciente que rege a ação do homem, saiu do interior, do povo americano, para destruição de um governo democrático pelo medo inserido.

O autor coloca outras plataformas, como WhatsApp e o Facebook, como ampliadores de uma falsa notícia, podendo destruir um governo pela produção de notícias imaginativas, como Bernays conseguiu a deposição do governo da Guatemala. Por essa formação, o texto nos leva a uma “revolução colorida brasileira”, ao analisarmos em 2013, os sucessivos golpes que o país sofreu, isso como um ataque americano no Brasil. Em 2006, na descoberta do pré-sal, que começam a explorar em 2008. Em 2012, a presidente Dilma, lançou uma ofensiva, para abaixar juros abusivos pelos bancos públicos brasileiros, que eram de onze vezes maiores do que a França, o grande problema foi que ameaçou representantes do capitalismo americano financeiro que estavam no
Brasil. Relembrando o governo de Getúlio Vargas, no qual, setenta anos depois o Brasil estava começando a conseguir sua autonomia, unindo a outras potencias rivais dos americanos. Ocasionando uma afronta, uma vez que, o Brasil e a América Latina, deviam continuar sendo submissos e oprimidos aos americanos. Essa “guerra híbrida” de Korybko une a “a produção do consentimento” de Bernays, uma indireta e a outra psicológica de poder.

A “boca” da elite brasileira, como a imprensa, participariam dessa guerra contra seu povo, como práticas imperialistas e predatórias. Como se fosse um vírus, que inserem dentro de um software, para estragar todo um aparato de governo e excluir aqueles que tentam romper com o sistema de controle americano, conquistando um país a partir de dentro, pelas próprias contradições internas dos conflitos, dessa forma conseguem destruí-lo ou enfraquecê-lo. No Brasil, o desenvolvimento desse software foi na corrupção a política, como um bode expiatório de todos os males do país, nos governos de esquerda que melhoraram a vida do povo. O Brasil estava muito bem, como na distribuição de vagas de empregos, aumento da capacidade de compra, obras e a presidenta reconhecida. Com isso, grupos de esquerdam vão lutar pelas passagens de ônibus na rua, depois contra a Copa do Mundo e a Olimpíada e contra protestos contra a Rede Globo. Foi uma entrada a grande imprensa, para notificar aquilo, aproveitando para detonar a presidenta. O que era de baixa intensidade, tornou grande. Essa revolução colorida que foi inserida em nome da democracia e dos direitos humanos. O golpe de estado foi armado, por quebrar acordos importantes com essas concessões.

Souza, associa o caso de Lula, com os temas do tríplex e do sítio de Atibaia, já ocorridos com Ted Stevens, senador republicano pelo Alasca. Aqui, frisamos Moro e Dellagnol, como uma quadrilha de procuradores do Ministério Público e outros juízes coniventes com sujeitos privados, agindo como um partido político e um grupo de pressão individual, pelo complô pseudojudicial mantendo o campo aberto para o Bolsonaro entrar nas eleições, já que o candidato de muitos estava preso, colocando a Lava Jato, comandada por essa “corja”, como algo democrático dentro do próprio país. Esta passa a agir por conta própria, comandando sem qualquer disfarce de seu poderio, uma vez blindada pela guerra mediática contra o PT, os movimentos e sindicados coligados. A corrupção entraria em choque quando a Vaza Jato, expõe todo o
esquema criminoso de Dellagnol e Moro, e aos poucos outros grupos. Os combatentes moralistas são os maiores corruptos.

Em “A elite colonizada brasileira e sua estratégia: a transformação do racismo em moralismo”, no meu primeiro subtítulo “Uma elite neocolonial sem projeto nacional”, vemos a força do capitalismo americano, pela condução e liderança do capitalismo mundial, iniciados no século XX, ainda com aliança a elites locais, adentrando nas classes sociais ditas coloniais. Com tudo isso, os americanos sempre irão ficar com a maior fatia do bolo e com o controle econômico, como a introdução do dólar, como moeda de referência mundial. Os países menores, com essa nova ordem mundial, defrontam com a pobreza material e violentas ditaduras. No Brasil, a elite local e a imprensa, sempre juntam aos americanos como uma “elite funcional” diferente das elites internacionais, que sempre ficam com a fatia maior do bolo. Mudando a visão dessa elite, como cachorro pidão aos americanos, estes no controle e poder.

Em “A formação do pacto racista e etilista contra o povo”, o autor reforça a decadência paulatina das religiões, levando a ciência, ser conhecida como prestígio legitimando o mundo social para os poderosos. No Brasil, a elite que se mostra como crítica, recobrindo o racismo escravocrata em uma máscara culturalista não percebendo colonizada. O protestante vai ter sempre o espírito de honesto, deixando o brasileiro com a fatia menor, dentro de uma lata de lixo na história. Diferente da raça americana, é como se o nosso povo tivesse somente defeitos e vergonhas, por sermos preguiçosos e emotivos, desonestos e corruptos. O que levou a direita e a esquerda brasileira acreditar até hoje. Inserindo isso na mente das pessoas, não torna mais necessário travar batalhas, porque a guerra já foi ganha. Os Estados Unidos não precisavam invadir o Brasil como fez com o Iraque, na tentativa de roubar orçamento público, tecnologia e riquezas. Eles roubaram a maior dimensão, a moral. Como o que ocorreu com Vargas e Lula, Dilma ainda respingando, o modelo de salvar os “negros”, pelo racismo racial, de cor que ainda continua, foram perseguidos e “mortos” pelas classes superiores, condenados sem provas.

A ascensão desses poderosos acontecem na ocupação da esteira da industrialização, integrando a classe de colarinho branco da produção capitalista emergente, com isso, uma parte dos estrangeiros, está nessa elite, formando parte da fração industrial moderna. Sempre o movimento agrário estará acima
nessa esteira, a elite do atraso com a classe média branca importada da Europa. O racismo racial, ódio ao povo mestiço e negro, recobrando todas as relações de classe no Brasil moderno, como ocorreu o ódio com Lula, por solidarizar com essa classe, diferente da classe média branca que se comporta como uma potência estrangeira, como privilégios da classe média. O incomodo ainda quando Lula mandou negros e pobres para as universidades.
Em “As metamorfoses do Neoliberalismo”, no subtítulo “Da guerra contra os pobres à guerra entre os pobres”, o autor aponta a chegada do ex-presidente Lula, quando o governo americano sente-se incomodados, quando a economia do Brasil começava se superar na dimensão ideológica, que serviu de inspiração para outros países da America Latina, na luta contra a pobreza, desigualdade social, fugindo da dependência do império. Ao lado, temos a Rede Globo, dentro de todo esse problema. O autor ainda expõe um falso seletivo com o PT, pela elite brasileira, por meio da lava-jato, mudando legitimar a mudança de governo por meios não democráticos, já que interessava os americanos quanto alguns do grupo da elite brasileira. Foi com Dilma Rousseff que explodiu todo esse arranjo sancionado por Lula. Atacando o lucro dessa elite que controla o mundo dos negócios e aqueles das mídias e ainda os mesmos que compram os poderes legislativos e judiciários. Dessa forma, a Lava Jato, com a conivência dessa imprensa etilista a derrocada do PT e da democracia brasileira. O autor ainda nos lembra que o falso moralismo é o centro de todo o núcleo dessa classe elitizada dentro do Brasil.
Em “A gênese americana da destruição do sonho brasileiro”, o autor evidencia os irmãos Koch, que utilizam a sua riqueza na compra de políticos, que para chegar ao poder, devem criar políticas que favoreçam o livre comércio, estando os mesmos contra as políticas de meio ambiente. Entregando uma carta branca para utilizar em suas políticas de destruição. A candidatura de Trump e a participação do milionário Robert Mercer se unem, e este em estratégia o leva ao poder como presidente, encabeçados por Steve Bannon, seria esse fator, uma chave que levaria Bolsonaro a se tornar o presidente do Brasil. A guerra, como coloca o autor, possui a participação dos juízes e políticos etilistas, segundo o autor: em nome da “sinceridade” e da “verdade” atacando direitamente pobres, negros, mulheres e LGBT, acusando-os de fazer “mimimi” e reclamar sem ração o tempo tudo”. (Souza, 2020, p. 169) O erro do lulismo foi
o de dar uma participação â classe condenada que então seria humilhada. As considerações dos pobres que se acham aqui honestos, cultos e ainda religiosos, pelo agrado de superioridade, serviu para que Bolsonaro chegasse pela via do sufrágio, colocando o pobre contra o pobre. Pela produção de consentimento, como a fake news. Quando o negro deve ser visto pela desonestidade e sua ingenuidade, quando são responsáveis por colocar no poder governantes corruptos, pela ignorância dos mesmos.

Em “A vertigem do racismo à brasileira”, o autor se coloca sobre o desemprego e os culpados da pobreza, destacando como culpados as políticas cosméticas de emancipação de minorias, voltando para as mulheres, LGBTs, negros e latinos, reconhecidos como alvos da classe branca e decadente, que possibilitam uma escala do sexismo, da homofobia e do racismo aberto e indiscriminado. O inimigo aqui, não são esses, mas a “elite”, que pode assumir qualquer rosto além da imprensa. Foi esses aplicativos de mensagens como o WhatsApp, ao reconhecer o uso ilegal na campanha de Bolsonaro, negando em tomar qualquer medida desse abuso. Foi nessas redes que ocorreu a vitória já definida. Pelas bolhas que elas abrem de fakes, blindam grupos sociais inteiros contra qualquer reflexão e crítica, as mesmas redes, privadas, são formas destrutivas do capitalismo, como sua origem nos Estados Unidos. O autor ainda coloca que metade dos ministros do Supremo estão nas mãos desses, com isso, até hoje o caso da Marielle Franco, deixado de lado e sem solução, mesmo que já saiba por onde ir. Em destaque ainda temos a Embraer, vendidas e a capacidade tecnológica da Petrobras, destruída para atender os americanos. Por fim, muito bem elucidado, Souza, aponta como Moro alivia os seus amigos, e ataca a liderança popular.

Enfim, o projeto do bolsonarismo é destacado pelo autor como uma espécie de golpe ditatorial coleada pelo apoio das milícias por parte da população rodeada de ressentimento e cegadas.
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