DayanePrincipessa 01/06/2024
Cuidado, esse livro vicia!
Genteeeee, que livro bom!!!
Eu fiquei viciada nele kkkk, não largava nem para almoçar, sentava na mesa com o garfo numa mão e o livro na outra (foi assim mesmo kkk).
O autor conseguiu me fazer sentir todo tipo de emoção durante a leitura. Senti raiva, nojo (muito), ri, achei alguns momentos fofos, só não chorei porque o cão das lágrimas não estava aqui para me lamber kkkkk
A propósito, quero enaltecer o estilo da escrita do José Saramago, eu amo esta brincadeira que ele fez de não dar nomes aos personagens e sim chamá-los por alguma característica específica, EU AMO ISSOOOOOO!!!
O apelido que eu mais gostei foi do cão das lágrimas kkkkk, fofo demais. Outros eram engraçados, como o da rapariga de óculos escuros kkkk, fiquei na dúvida sobre o sentido desse apelido, porque o autor é português e em Portugal rapariga é menina, já no Brasil rapariga é sinônimo de garota de programa, o que a srta. do livro era kkkkkkkkkkkkk, será que foi coincidência? kkkk
O momento que senti raiva foi na parte em que os cegos malvados pedem que as mulheres fiquem com eles em troca da comida e os maridos não fazem nada 😯
Fiquei pensando, será que se ao invés de serem as mulheres deles fossem as filhas, eles também não fariam nada? Penso que não, penso que se fossem as filhas eles teriam lutado por elas.
Isso me fez pensar que não foi excesso de covardia, mas sim, falta de amor. Nada como o fogo para provar o que é verdadeiro e o que é falso.
Triste, sem comentários a mais sobre isso.
Sobre a questão da moral do livro, eu fiquei com a impressão de que não tinha ligação direta com a cegueira, eu penso que o sentido estava na situação apocalíptica que eles estavam vivendo e como cada um se comportava diante dela.
A cegueira generalizada poderia ser substituída, por exemplo, por um cenário de guerra, onde os cegos seriam os prisioneiros, vivendo naquelas mesmas condições, como nos livros que lemos sobre a 2ª Guerra. Então, focando nisso, eu penso que a cegueira apenas serviu para colocá-los em toda aquela situação de fim dos tempos, onde toda a “dignidade” do ser humano foi perdida: sem comida, sem banho, sem casa, sem direitos, sem liberdade etc. e o objetivo foi analisarmos qual o comportamento de cada um diante de tudo isso.
Eu tenho a forte convicção de que naquelas situações deploráveis as pessoas apenas revelaram quem elas eram de fato, os cegos malvados: os perversos; o médico: o adúltero, a rapariga: rapariga mesmo kkkk; a mulher do médico: dependente emocional, sem amor próprio etc. ou corna mansa, como preferir kkkk. Muita gente usa as situações da vida para justificar sua má índole, às vezes escondem suas faces até que surja uma ocasião como essa do livro para mostrarem quem realmente são, eu acredito que a ocasião não faz o ladrão, ladrão é ladrão, ocasião é ocasião.
Outro ponto interessante foi o vínculo que eles criaram diante dos acontecimentos, pareciam até uma família, mas aparentemente quando a visão voltou, o vínculo se foi… É estranho como nos aproximamos de pessoas devido a alguma situação específica da vida e depois quando nos distanciamos voltamos a ser estranhos uns aos outros.
O autor também não poderia deixar de fora desse banquete de emoções um romancezinho neh kkkk do velho da venda preta com a rapariga.
Amei o diálogo deles quando ele se declara. Homens velhos ou homens novos, todos tem medo de amar, parece que vão morrer quando estão tentando se declarar, sendo que é tão simples dizer: gosto de você, quero namorar com você, quero me casar com você, eu te amo kkkkkkk
O velho não apareceu tanto assim na história, mas tive a impressão de que era um homem do bem, apreciador da vida, sem apego às coisas materiais, somente à espera de algo bom acontecer, e aconteceu: o amor.
A rapariga, apesar de rapariga, tinha um bom coração, se apaixonou de fato pelo velho pelo que ele era, mesmo quando voltou a ver, nada mudou para ela.
Fofos.
Fiquei preocupada quando estava nas últimas páginas do livro porque os autores têm a mania de me decepcionar no final quando eu estou achando o livro esplêndido, mas esse não decepcionou. Apesar de não ter sido um “gran finale”, me deixou satisfeita.
Agora me despeço das personagens e em breve também seremos estranhos, como se nunca tivéssemos vivido essa experiência juntos, mas levarei o cão das lágrimas comigo kkkkkkkkkkkkkkkk
Lido em 29/05/2024