Carl está no metrô fazendo seu caminho de volta para casa após um dia de trabalho quando assiste a uma tentativa de assalto a uma jovem que está no mesmo vagão que ele. A moça reage à ação dos quatro assaltantes mas os jovens não se dão por satisfeitos e investem novamente contra ela. Carl, num impulso, tenta ajudar a moça e é espancado pelo grupo até perder a consciência. Entra em coma.
Coma é a história do que acontece a Carl durante este estado mórbido, de sono profundo, e que Alex Garland narra através das reflexões de seu personagem sobre sonho e realidade. Logo que a cena se transfere para um hospital, ele percebe sua situação, observa seu corpo e acorda do coma, recebendo alta. Contudo, este acordar não passa de um sonho e Carl só perceberá isso quando seu próprio sonho o levar novamente ao hospital.
Em estado de coma, Carl sonha com experiências que o deixam com a impressão de estar acordando. Essas experiências são, na verdade, associações de idéias e fragmentos de lembranças, que aparecem para ele como flashes, sem ordem cronológica definida. Entretanto, como num quebra-cabeça, cada uma dessas peças tem um nível de importância determinante para o processo da volta. Ao compreender isso, Carl passa a buscar em sua mente a lembrança mais significativa, a que o fará acordar.
As ilustrações de Nicholas Garland pontuam o texto de forma a instigar o leitor. São quadros de contornos não muito definidos, porém claros o suficiente para acompanharmos Carl em sua busca.
Alex Garland deu a Carl uma vida em que sua consciência só o permite ser um observador de si mesmo. A vida está no interior de sua mente: os amores, as angústias, os desejos, o que é importante, o que é descartável, a postura diante da vida e da morte. Coma é um livro sobre o estar vivo e Garland convida o leitor a refletir sobre o que isso significa.