"(...) as velhas lendas rio-grandenses acham-se tramadas no acervo platino de antanho. Vem da Ibéria, a topar-se com a ingênua e [difusa] tradição guaranítica (v.g. a lenda da Mboitatá), a mescla cristã-árabe de abusões e misticismo; dos encantamentos e dos milagres; desses elementos, confundidos e abrumados (p. ex. a salamanca do cerro do Jarau), nasceram idealizações novas e típicas adaptadas ou decorrentes do meio físico e das gentes (...)' — a sua versão e influência correram entre as gentes antigas da campanha rio-grandense. (...) Por último uma única se formou já entre gente lusitana radicada e a incipiente, nativa: a do Negrinho do Pastoreio. A estrutura de tais lendas perdura; procurei delas dar aqui uma feição expositiva — literária e talvez menos feliz — como expressão da dispersa forma por que a ancianidade subsistente transmite a tradição oral, hoje quase perdida e mui confusa"... [Nota do Autor, Pelotas — Agosto de 1913].
Contos / Literatura Brasileira