A autora, Monica Rosenberg, é advogada e confundadora, em 2015, do Instituto Não Aceito Corrupção. Com ela, estiveram na fundação do Instituto o saudoso jurista, professor e incansável combatente da democracia Dalmo Dallari, o também saudoso jornalista, professor e escritor Roberto Romano, o escritor e jornalista Eugenio Bucci, o professor José Álvaro Moisés, e o professor
Marco Petrelluzzi. Participante ativo desse combate, tive o prazer de conhecê-la naquela ocasião.
Monica se empenha na luta contra a corrupção desde sua formação na Faculdade de Direito da USP. Neste momento em que o País amarga uma economia devastada, com inflação crescente, altas taxas de desemprego, desprestígio no cenário internacional, haverá quem diga que a corrupção seria secundária, na ordem de nossas preocupações.
Nada menos verdadeiro.
A corrupção gera o desequilíbrio das contas públicas, posto que um governo fraco e sem metas distribui verbas à mancheia para manter-se no cargo. Verbas essas, na casa das centenas de bilhões, que deveriam servir para pôr ordem nas contas, investir em programas de geração de emprego, em educação, na saúde e na cultura, setores fundamentais que estão à matroca. A corrupção também gera o descrédito internacional do País, e o desânimo dos jovens. É justamente neste momento tão difícil, em que os escândalos se sucedem dia após dia, seja no Ministério da Saúde, no caso das vacinas, seja no Ministério da Educação, com o
verdadeiro assalto ao FUNDEB, seja na Infraestrutura, com as contratações superfaturadas, seja nas Forças Armadas
com as compras injustificadas e preços inflados.
O combate à corrupção, sempre com respeito aos parâmetros constitucionais e legais da ampla defesa e do contraditório, é,
portanto, fundamental para nosso futuro como País. É muito oportuno, portanto, o lançamento do livro de Monica, Somos Todos Corruptos? um convite à ação individual que motiva a coletiva. Lembro aqui a lição de Hannah Arendt, em Condição Humana, que convidava à cidadania ativa, com ênfase no engajamento cívico e na deliberação coletiva, que se pode resumir naquilo que é
conhecido como engajamento cívico, e encontra suas origens na antiguidade clássica, com Sócrates e Aristóteles, e passa
SOMOS TODOS CORRUPTOS? pelo pensamento Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho.
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