Toda vez que o céu se derretia em chuva e as nuvens carregadas desabavam sobre minha cabeça, eu me sentia em casa. O que era irônico, porque a violência do evento metereológico contrastava com o que me provocava.
Eu me sentia segura porque tudo isso me lembrava Bia. Que não foi constante como deveria, nem calma como poderia... Mas que, ainda assim, era tudo que eu conhecia sobre o amor.
Nós acabamos em um dia que a chuva caiu e eu fiquei sozinha embaixo dela, deixando que minhas lágrimas se misturassem à umidade que vinha do céu.
Mas antes disso, tivemos um começo que desde sempre foi fadado ao fim... Não fomos feitas para durar, mas isso não queria dizer que não nos marcaríamos para sempre.
Se tudo não fosse intenso como uma tempestade, não teríamos adentrado naquilo dispostas a nos machucar... Isso, no passado. Porque eu não imaginava reencontrá-la no presente. Não quando nossos tempos divergiam tanto. Não quando eu ia e ela... Voltava.
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