Crônicas Fantásticas 17/09/2020
A teia escarlate - Série Tempos de Sangue
Resenha por Thamirys Gênova
Título: A teia escarlate (Série Tempos de Sangue) | Autores: Eduardo Kasse e Raphael Fernandes (texto); Clayton InLoco e Daniel Canedo (arte) | Editora: Draco | Gênero: terror (HQ) | Páginas: 85 páginas | Ano de publicação: 2017 | Nota: 3,0/5,0
As lendas sobre vampiros e sua terrível herança para a humanidade nos assolam desde tempos imemoriais. Apesar do terror que suas presas possam causar, sua beleza profana e seu poder de sedução também são lendários. Poderosos e frágeis, desejados e temidos, os sanguessugas estão em todo lugar na cultura pop.
Essa dualidade, da fragilidade e miséria que dependem de sangue, e do poder e sedução sobre humanos que derrubaram impérios, é o tema central de A teia escarlate, HQ da Série Tempos de Sangue. Os autores nos apresentam um drama familiar que atravessa gerações, de Roma na Antiguidade ao início do século XX.
Tudo começa quando o centurião Quintus, um dos mais bravos combatentes sob o comando de César, perde sua esposa de forma misteriosa e perde suas crenças em todos os deuses. Após ser convocado para invadir uma cidade, o guerreiro encontra a sedutora deusa Neith, com quem vive uma tórrida história de amor.
Embebido pelos doces prazeres de Neith, já grávida, Quintus tem um rompante de fúria ao descobrir que a própria deusa fora a responsável pela morte de sua esposa. Após golpeá-la, ele é tomado por remorso, e parte com a filha, a recém-nascida Minerva, certo de que será amaldiçoado pelo que fez.
A arte da HQ é impressionante, com traços diferentes para cada período histórico. Cenas bastante fortes, expressivas. Impecável. A parte que me desagradou, de alguma forma, é que os momentos mais impressionantes estavam todos narrados em interlúdios de prosa e fiquei curiosíssima para saber como seriam se fossem ilustrados.
O diálogo com eventos históricos também merece destaque: personagens deliciosos encontram personalidades históricas também incríveis. Esses encontros proporcionam um elo interessante entre os vampiros e o surgimento nas “loucuras” de cada período intelectual da nossa história.
Texto muito bem escrito, tanto que me deixou com vontade de ver mais cenas retratando os excertos em prosa. Recomendo para quem gosta de histórias vampirescas um pouco mais picantes, de cenas expressivas. A Draco nunca erra!
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