Macrobiótica Zen

Este pequeno grande livro (first published 1962), em que Georges Ohsawa, cientista e filósofo japonês, condensa as tradições de sabedoria, de equilibrada alimentação, de tolerância, de amor à liberdade, de paz, de alegria e de perene juventude, motores da grandeza espiritual dos povos do Extremo-Oriente, constitui uma tríplice mensagem que o milenário Oriente nos envia com o fim de ajudar-nos a curar os males de que padecemos. Ele ensina-nos, ao mesmo tempo, a comer, a amar e a raciocinar, funções em que se consubstanciam os três polos da vida humana. Está, por estas razões, este livro destinado a ficar na história da literatura, da ciência e da filosofia, como uma das mais fecundas contribuições com que o Extremo-Oriente, milenarmente sábio, procura ajudar o Ocidente, hipertrofiado de tecnicismo, quanto vazio de filosofia e de espiritualidade, a vencer a perigosa crise que ameaça subvertê-lo. Nem sempre inovar é sinônimo de progredir. Ao contrário, muitas vezes o progresso se realiza andando para trás. É o que hoje se verifica: depois de tantos anos de alimentos enlatados e cadavéricos, de açúcar branco, de sal refinado, de cereais espoliados dos seus mais importantes componentes minerais, de desinfetantes e fertilizantes químicos na base de venenosíssimos antibióticos; de "vitaminas" produzidas artificialmente pelos laboratórios; de "coca-cola" e de tantíssimos outros refrigerantes fabricados com drogas reconhecidamente nocivas, nota-se uma salutar reação por parte de alguns dos mais autorizados cientistas, que em todo o mundo, nos denunciam os malefícios desses alimentos sem vida, impingidos em todo mundo pelo desalmado capitalismo tecnocrata, com a cumplicidade do Estado e sob o manto do falaz "progresso", proclamando-os como perigosíssimos fatores cancerígenos e recomendando o regresso às fontes puras e tradicionais da alimentação popular, se queremos salvar a humanidade da terrível catástrofe com que a ameaçam as modernas enfermidades degenerativas, à cabeça das quais se encontram o câncer e as doenças cárdio-vasculares.
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Hoje em dia é muito difícil encontrar água em sua forma natural, assim como sal e outros produtos. O próprio ar que respiramos está poluído e cheio de miasmas. Os nossos alimentos, devido ao uso (ou abuso) dos fertilizantes químicos, dos funguicidas e insecticidas, nas lavouras e nos campos, dos produtos químicos e sintéticos utilizados pela indústria alimentícia, estão provocando cada vez mais o lento depauperamento das nossas forças vitais e abalando, consequentemente, nossa saúde.

A Macrobiótica tem como base principal a recomendação do uso de alimentos naturais, enquanto ainda for isto possível; de alimentos integrais, não descortinados, escolhidos equilibradamente dentro do princípio Yin/Yang da Ordem do Universo. Este princípio de equilíbrio universal está ligado às duas forças primordiais, de centrifugação e centripetação, que se expressam no metabolismo do homem, pelo potássio e o sódio, respectivamente.

Há mais de 5.000 anos os sábios chineses conheciam este princípio, o qual, mais tarde, foi adoptado também pelos monges do Budismo Zen. Alimentavam-se eles escolhendo sempre equilibradamente tudo aquilo que comiam, dentro da proporção ideal de 5 de potássio por l de sódio. Assim, conseguiam não só uma grande longevidade, como uma saúde estável e perfeita. Isto lhes permitia atingir estados de "Satori" (expansão de consciência) dos quais poucos ocidentais podem fazer uma ideia.

É muito simples - um verdadeiro "ovo de Colombo" - a explicação científica e filosófica da Macrobiótica, Toda a doença está localizada ou alimentada no sangue. Diáriamente decompomos um décimo de nosso sangue, na percentagem de 300 milhões de glóbulos por segundo. Consequentemente, deveria ter completamente renovado em 10 dias, por meio de uma maneira de alimentação biológica e bio-ecologicamente natural, apropriada e normal.

O autor alerta, especialmente neste livro, que, antes de tudo, não devemos tentar debelar as doenças dos outros, mas a nossa! Para isso, precisamos conhecer sua natureza e causa. Se estivermos somente interessados no desaparecimento dos sintomas, das dificuldades ou da dor, não temos necessidade de estudar este livro. A Macrobiótica não cogita de curas sintomáticas, pois que ela visa a cura biológica.

Este livro trouxe, novamente, a saúde e a felicidade a milhares de brasileiros, desde que sua primeira edição foi mimeografada em Porto Alegre, em 1962.

Nesta nova edição brasileira foi incluído mais material macrobiótico de George Ohsawa, publicado esparsamente em revistas, o qual, pela sua importância e oportunidade, torna a obra atualizada e completa.

"Faze do alimento o teu remédio." --- Hipócrates
Se ninguém pode viver sem comer, este é o problema diário mais importante. Atenta, pois, para o que comes, a bem de tua saúde e felicidade, os tesouros mais preciosos da vida.

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