O reformatório Nickel

O reformatório Nickel Colson Whitehead




Resenhas - Reformatório Nickel


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Bookster Pedro Pacifico 20/04/2020

O reformatório Nickel, de Colson Whitehead
O autor norte-americano ficou famoso pela publicação de “Underground Railroad - caminhos para a liberdade”, obra vencedora do Pulitzer em 2017, que retratava a fuga de escravos do sul dos Estados Unidos no séc. XVIII (tem resenha aqui!).

Seguindo a temática racial, Whitehead mantém o sul dos Estados Unidos como cenário em “O reformatório Nickel”, mas muda a época: agora estamos na década de 60. Mas mesmo um século depois da abolição da escravidão no país, ainda assim a discriminação contra os negros fazia parte da rotina de jovem Elwood Curtis.

O garoto foi abandonado pelos pais e passou a ser criado pela sua avó em um ambiente segregador. Ao se envolver em uma confusão e ser confundido como um criminoso, Elwood é enviado para um reformatório que prometia a “ressocialização” dos jovens. A verdade, por sua vez, é que Nickel não passava de um estabelecimento que revelava a figura de um Estado punitivo e violento. O dia a dia do reformatório era marcado por abusos físicos e psicológicos contra os internos, principalmente quando se tratava de um jovem negro. •
E para tentar enfrentar essa realidade de horrores, o personagem se apega nos poucos amigos que faz no local e na esperança de um dia conseguir sair do Nickel. Na verdade, o objetivo maior dos garotos é não terminar no cemitério do reformatório, onde outros internos que não se calaram aos abusos das autoridades acabaram sendo exterminados. •
Elwood também leva consigo as palavras e lições de Martin Luther King, um grande exemplo na luta pelo direito dos negros.

Gostei da leitura e da forma como o personagem principal foi construído. A gente consegue acompanhar como que o garoto acaba sentindo cada vez mais sede pela liberdade justamente na medida em que lhe retiram cada vez mais esse direito. Por que não posso ter algo que deveria ser assegurado a todos? O que eu fiz para merecer o diferente? São essas reflexões que surgem na cabeça do leitor ao longo do livro e que ficam ainda mais angustiantes quando sabemos que a narrativa foi inspirada nos relatos verídicos de sobreviventes de uma “escola para garotos” da Florida.

site: https://www.instagram.com/book.ster
Lores / @lores.oliveira 03/06/2020minha estante
Book.ster, cadê a nota para o livro?


Vivi 18/07/2020minha estante
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Leila de Carvalho e Gonçalves 09/06/2020

Prêmio Pulitzer de Ficção
Criado em 1917 e administrado pela Universidade de Columbia, o Pulitzer é concedido anualmente a jornalistas, escritores, artistas e fotógrafos. Ele é considerado uma das mais expressivas premiações do mundo e divide-se em 21 categorias, sendo o que uma delas é dedicada a Ficção. No caso, é escolhido um romance de um autor norte-americano que, publicado no ano anterior, destaca-se não só pela qualidade estética e importância simbólica, como preferencialmente pela vida e fatos do país.

Nestes poucos mais de 100 anos de existência, apenas 4 escritores tiveram o privilégio de recebê-lo duas vezes. São eles: Booth Tarkington, William Faulkner, John Updike e Colson Whitehead, um genial escritor negro que com apenas 50 anos pode tornar-se o primeiro a superar esta marca.

Em 2017, o vencedor foi seu romance Os Caminhos Para a Liberdade cujo fulcro é o anseio pela liberdade durante Escravidão e três anos depois, em 2020, foi vez de O Reformatório Nickel, um macabro relato sobre a segregação racial na era Jim Crow, aliás, o racismo, apesar dos avanços, ainda perdura, divide e fere indelevelmente o tecido social do país.

O narrativa foi inspirada numa história real. A Escola Dozier foi criada na Flórida para ser um centro de ressocialização de menores que haviam cometido algum tipo de crime, entretanto com o passar dos anos, passou a receber desde órfãos acima de 5 anos até adolescentes responsáveis por pequenos delitos, como "falta à escola". Após 111 anos de funcionamento, em 2011, o estabelecimento foi fechado e o que realmente ocorria no local veio à luz, com a descoberta de mais de 50 sepulturas de internos considerados fugitivos nas suas dependências. Por sinal, Colson jamais visitou a Escola Dozier, afirmou que seria uma experiência devastadora, ?como um trator com dinamite?.

Outra atitude tomada pelo escritor, foi fundamentar-se na realidade, evitando elementos especulativos ou fantásticos de dois de seus sucessos: Zona Um e Os Caminhos Para A Liberdade. Portanto, é mediante esta perspectiva que o leitor acompanha o protagonista: Elwood Curtis, um jovem negro, estudioso e de boa índole que é declarado delinquente e enviado ao Reformatório Nickel depois de um mal entendido a caminho de seu primeiro dia de aula na Universidade Aulas.

Separando brancos e negros e oferecendo tratamentos diferentes conforme a cor da pele, neste centro de reabilitação, Elwood conhece o afrodescendente Jack Turner, ou simplesmente Turner, que se torna seu melhor amigo. Enquanto o primeiro é ?dolorosamente bom? e crê num mundo melhor; o segundo já perdeu as esperanças e para ele, o país onde vive, ?baseia-se no genocídio, assassinato e escravidão e sempre será assim".

A bem da verdade, com um desfecho inesperado e tocante, o livro prima por personagens marcantes, como Griff, um jovem que era o melhor boxeador do Nickel, mas não sabia nem ao menos somar, ou Jaimie, filho de mãe mexicana que, se não tomasse sol, ficava no prédio dos brancos, caso contrário, era enviado para conviver com os negros.

Finalmente, quando foi comunicado que O Reformatório Nickel vencera o Pulitzer Prize em 2020, a banca de jurados considerou que o romance não só reporta a ?uma exploração avassaladora e devastadora e abusos num centro de correção?, mas também uma narrativa ?poderosa de perseverança, dignidade e redenção humanas". Um sopro de esperança capaz de reavivar a fé na humanidade.
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João 08/01/2021

Necessário! Surpreendente!
Em meio à luta pelos direitos civis dos cidadãos negros no Estados Unidos, o livro conta a trajetória do jovem promissor Elwood e sua vida após, injustamente, ele ser internado no Reformatório.
A história é inspirada nos fatos ocorridos na Dozier School for Boys que tinha como objetivo, em tese, "transformar os jovens em cidadãos honrados e moralmente corretos". Porém o que se via era toda sorte de abuso aos meninos, principalmente aos negros, que passavam por lá.
O livro, através da história de Elwood e do Reformatório, traça um panorama da época, da chaga do racismo nos Estados Unidos e de como isso ainda impacta nos dias de hoje.
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João Paulo 16/07/2022

Apesar de ser uma história fictícia com personagens fictícios, a história é inspirada em fatos reais. O que torna tudo mais doloroso e revoltante. Apesar de parecer impossível, é algo que acontece até hoje longe de nossos olhos. O autor tem uma escrita muito bonita, humana e envolvente. Primeiro livro do autor que leio. Muito bom!
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Rodrigo1001 16/07/2023

Título: O Reformatório Nickel
Título original: The Nickel Boys
Autor: Colson Whitehead
Editora: Harper Collins
Número de páginas: 240

A longa série de horrores ocorridos na Escola de Garotos Arthur G. Dozier não era segredo. Ex-alunos deste reformatório da Flórida falaram durante anos sobre os espancamentos brutais que sofreram nas mãos de funcionários sádicos. Foi só em 2012, porém, quando antropólogos da Universidade do Sul da Flórida começaram a descobrir sepulturas sem identificação no campus, que o mundo começou a se importar. Muitos deram o alarme por anos, mas seus testemunhos foram sistematicamente ignorados.

Inspirado pelas revelações sobre a Escola Dozier, "O Reformatório Nickel?” é ambientado no início dos anos 60 e segue Elwood Curtis, um jovem cujos sonhos de ir para a faculdade são frustrados quando ele é condenado a cumprir pena na escola.

Gente, o livro todo é um grito.

Tal como The Underground Railroad - o livro que me apresentou ao autor e que resenhei com a mesma energia que resenho este - O Reformatório Nickel aborda um assunto mais recente do que a escravidão, mas igualmente doloroso. Baseado em uma história real, é um relato assombroso de jovens vidas cruelmente interrompidas.

Veja bem, é um romance de ficção, mas é baseado em uma escola real e é tão bem contado que muitos vão esquecer que é uma obra de ficção.

Dividido em três partes, Colson Whitehead tece uma história contada em primeira pessoa, em tom íntimo, envolvente e muito bem escrita. Com dois eixos temporais, à medida que a narrativa vai e volta no tempo, ela nos dá um vislumbre do futuro, nos enchendo de uma esperança que nunca, nunca chega...

Com isso quero dizer que este não é, de forma alguma, um livro leve. É, antes de tudo, um abrir de olhos para alguns de nós que tiveram a imensa sorte de não serem expostos as atrocidades de uma época de segregação. É um grito que foi ignorado... é um grito que jamais deveria ter sido ignorado.

Enfim, embora eu tenha consciência de que essa resenha será prejudicada pela brevidade e superficialidade da minha crítica, qualquer informação adicional poderia diminuir a sua experiência de leitura. E eu realmente quero que esse livro te leve pro mesmo lugar que me levou.

Assim, paro por aqui e te deixo com um conselho: prepare o coração e meta o pé. A viagem será turbulenta, melancólica e difícil de encarar, mas te entregará toda a magia de um livro premiado pelo Pulitzer, merecidamente.

Leva 5 de 5 estrelas.
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jusousan 09/11/2022

O Reformatorio Nickel
O Reformatório Nickel trouxe a premissa de uma história baseada em fatos reais e com temas sensíveis como ponto central. Com uma narrativa simples e objetiva, o autor, ao meu ver, deixa a desejar em alguns aspectos.

Apesar de um início promissor e um final que até certo ponto me surpreendeu, o que é prometido ao leitor é retratado de forma rasa e um pouco fria. Em alguns momentos, não senti a emoção e o impacto que foi prometido.

Acredito que poderia ter sido muito mais. Um leque enorme de temas que vai muito além. Ainda, faltou emoção e aprofundamento. O autor aparenta relatar todos os fatos corridos e sem deixar que o leitor crie ou construa sentimentos com os personagens ou se habitue nos cenários pouco descritos.

Apesar disso, o autor não deixa de levantar as questões centrais e um ponto ali e outro aqui causa uma certa revolta.

O reformatório nickel é um livro que chama atenção pelos temas levantados, mas que não impacta. Terminei a história e me vi indiferente, sentimento que não imaginei que teria.

Não obstante, recomendo. É uma história dolorosa e necessária, principalmente por ainda hoje ser um tema recorrente no nosso meio.
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Bibiana 30/05/2020

Ficção cheia de realidade
Cada vez que Elwood desafia o papel que o sistema pensou para ele, apanha com mais força. Protestar por igualdade, investir na própria formação, denunciar abusos, levantar a voz. Nada disso foi pensado para as pessoas negras do Nickel e nem para as pessoas que vivem fora dele. Harriet, cidadã sobrevivente do “mundo livre”, é a prova de que o racismo é a própria prisão. O Reformatório Nickel é um livro que retrata o cotidiano perverso de um espaço determinado, mas que representa um quadro geral muito maior. Os terrores do Reformatório – injustiças, tortura, corrupção – são fenômenos que vivem dentro do Nickel e fora dele. Deve ser por isso que as grades eram desnecessárias: o mundo livre também não era, afinal, tão livre assim. Embora se passe em 1960, retrata uma realidade ainda muito latente e atual, expondo para o leitor que o racismo está não só nos atos mais repugnantes, mas também nas sutilezas. Ser morto, espancado ou anulado por esse racismo era uma questão de sorte ou submissão. Apesar da temática pesada, a leitura flui bem e os personagens foram bem construídos. Recomendo!
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Edu 26/03/2021

Um soco branco no estômago
O Reformatório Nickel é muito mais que o retrato da segregação nos EUA. Ele escancara as entranhas do racismo estrutural com uma lupa e um chicote.

É uma história que não te deixa ficar enrolando a leitura, ela te prende junto com o protagonista na cela e não te permite sair até acabar a leitura.

Mesmo com personagens fictícios, a história é tão real e palpável, que não ficamos surpresos com aquela realidade. Ainda assim, o autor nos consegue entregar um final surpreendente e chocante.

Definitivamente, vai entrar na lista dos meus livros favoritos do ano. Uma leitura rápida, simples, crível, tocante, dolorosa e um soco no estômago.
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Nicole 01/07/2021

Com certeza um dos meus livros favoritos, a construção do livro e a capacidade de ambientação e descrição fazem você sentir o medo, a dor, a esperança de uma forma muito próxima.

Fiquei um tempo depois que terminei o livro pensando sobre a virada final, pensando em como o autor engendrou a narrativa de uma forma tão envolvente e que te faz passar por uma escala absurda de sentimentos em poucas páginas.

Além disso, as denúncias que o livro carrega faz dele uma obra de muita importância e que coloca em questão diversas instituições que existiram e as que ainda existem. A base na qual foi construída toda a nossa ideia de moralidade e ética está corrompida por preconceitos diversos. O racismo institucionalizado não ficou no passado, ele reverbera e influencia todas as relações cotidianas.
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Tiago 02/02/2021

Potencialmente bom
Autor em alta, livro premiado com o Pulitzer, história baseada em fatos relativamente contemporâneos... "O Reformatório Nickel" tinha todo potencial para me deixar impactado, mas infelizmente terminei sua leitura com sentimentos bem mais modestos.

Apesar da ótima premissa e boa construção inicial do personagem Elwood Curtis, a realidade dentro do reformatório em si, que é o foco principal de dois terços do livro, foi um pouco fria ao meu ver. Não consegui me conectar com os demais personagens que o autor insere lá dentro, não me empolguei com as disputas de boxe, com os trabalhos externos. Acho que o livro tinha ótimo potencial para explorar questões de negligência com educação, racismo dentro do reformatório e apesar de um ou outro bom momento, nada é muito desenvolvido.

O final impactante e o início promissor são admiráveis, mas a maior parte de "O Reformatório Nickel" me deixou indiferente, sentimento que era o que menos esperava encontrar com essa leitura.
Sidélia 30/01/2022minha estante
Concordo com vc, Tiago. Terminei o livro com esse sentimento de indiferença, entendo que é a proposta do autor, mas faltou construir nos personagens o fio condutor de empatia entre o leitor e os fatos narrados.




Tiago 27/05/2020

Excelente drama.
Aborda questões sociais que não são muito diferentes das que vivemos hoje. Um drama revoltante e comovente. Mas com espaço para superações.
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Izabelle 04/10/2023

Chorei
Muito triste pelo amor de Deus. O livro inteiro vc fica tenso já esperando a próxima desgraça. E saber q foi baseado em fatos reais é mais horrível ainda (mas o livro vale mt a pena!!!!)
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Ludmila 10/07/2021

Maravilhoso! A história apesar de muito triste é contada de um jeito emocionante. A leitura é rápida e bem fluida.
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Nathalie.Murcia 28/08/2020

Racismo e erro judiciário
Vencedor do prêmio Pulitzer 2020. Uma história inspirada em fatos reais, cujo cerne é a segregação racial, negligência, sevícias e abusos sexuais impingidos aos garotos negros do reformatório Nickel, resultando os casos mais graves na morte de diversos desses garotos. O protagonista da história é Elwood, um menino sonhador e inteligente, que, devido a um erro judiciário crasso e sua cor, acabou sendo custodiado injustamente nessa instituição "corretiva", a qual lastreava suas diretrizes em falsos postulados de desenvolvimento intelectual e físico.
Gostei muito e recomendo a leitura. Racismo é tema que, por mais que se escreva a respeito, nunca é demasiado.
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