Menace 06/06/2024
Resenha Lietararia: Ted Bundy: Um estranho ao meu lado.
Existe uma diferença entre ouvir falar das atrocidades do Ted Bundy e ler sobre elas. Passei grande parte da vida escutando sobre um homem que muitos o condenava e tantos outros o amava e admirava. No entanto, ler sobre elas me fez entender que nem sempre alguém que é bom para você pode não ser bom para o resto do mundo.
É notório é imprescindível que ele foi um homem inteligente (isso se tratando academicamente), bonito, charmoso e que tinha uma lábia muito boa, e que foi com tais qualidades que ele fez o que fez.
Em muitas passagens de seu livro, Ann Rule, diz que nunca pensou que Ted (seu amigo até então) seria capaz disso. A imagem que ela tinha dele consigo era sobre um rapaz, que estava com ela duas vezes na semana na clínica de prevenção ao suicidio, que à escutava e aos poucos se entendiam, de fato um amigo. No entanto, com o passar dos anos, isso fica claro que Bundy não necessariamente enxerga Ann da mesma forma.
Assim que Bundy foi preso, ele percebeu que a única pessoa que ele poderia contar do lado de fora era sua 'amiga' Ann, que até então acreditava que ele poderia ser inocente.
Diga-se de passagem, a presença de Ann em sua vida era meramente conveniente, pois ela ajuda financeiramente com coisas como dinheiro para cigarro, comida e tantas outras coisinhas.
Mas não era apenas com ela que ele usava com escada para conseguir o que quer, qualquer pessoa, por menor que fosse sua utilidade, ele fazia questão de deixar perto de si. Acredito fielmente que não exista ninguém que Bundy tenha amado e respeitado de verdade, além de si mesmo. Todos os envolvidos em sua vida foram usados de alguma forma pelo próprio.
Isso também se dá pela constante necessidade de Bundy em se defender sozinho nos tribunais, abusar dos pedidos na penitenciária e fazer da vida de quem estava próximo a ele um verdadeiro inferno.
Posteriormente, uma das frases mais difíceis de ler do livro foi sem dúvida além do depoimento e confissão de Bundy, foi o laudo médico dos motivos da morte e tudo que elas passaram antes de morrer. É impossível não ficar enjoado com as atrocidades cometidas por ele, e pensar como alguém que poderia ter um futuro perfeito pode acabar daquela forma por contade um crime tão horrendo.
Em nenhum momento, durante esta resenha, o intuito foi romantizar as coisas que Bundy fez (isso não se faz, é tão doentio quanto o próprio), mas sim relembrar dessas atrocidades, não por ele, mas sim por suas vítimas.
Estima-se que ele pode ter matado mais de 100 mulheres ao longo de sua vida (considerando que eles levem em consideração que ele poderia ter feito isso a partir dos 15 anos de idade).
Sua memória não deve ser contemplada e reverenciada, mas sim estudada e precavida, para que tal atrocidade jamais aconteça novamente.
Para muitas mulheres ele foi um galã, um homem inteligente, com um bom papo, bonito e simpático, mas infelizmente para tantas outras, ele foi um monstro, um covarde, um estuprador e um carrasco, e deve ser por elas que devemos falar, pensar e tomar partido, pelas vidas que ele roubou, vidas estas que poderiam ter mudado o mundo, mas que por conta de um homem sádico, cruel, mesquinho e narcisista, isso não pode se concretizar.
Ao Theodore Robert Bundy eu só espero uma coisa. Que você esteja queimando no inferno.