Daniela 02/07/2024
O escândalo da era vitoriana
Este é um livro que gostei muito, mas claro, tenho minhas ressalvas em alguns pontos. É uma obra da qual se pode tirar um grande proveito moral; no entanto, em certos momentos, senti que a narrativa se arrastou e terminou de forma súbita.
Vejo nesta obra um reflexo de quem era Oscar Wilde e da sociedade vitoriana em que ele vivia. Wilde expõe o lado promíscuo e escandaloso da alta sociedade daquela época e os desejos ocultos que muitos escondiam. Desde o início, percebi uma relação extremamente homoafetiva (não sexualizada) entre os personagens, algo pelo qual o autor foi julgado e condenado em sua vida pessoal, com esta obra sendo usada como evidência contra ele.
Para a época em que foi escrito, o livro certamente causou um grande impacto e afrontou muitas pessoas da sociedade, recebendo diversas críticas.
Resumidamente, a obra narra a história de Dorian Gray, um jovem descrito como ?de beleza extraordinária?, que tem seu retrato pintado por um amigo. Após a pintura, surge o debate sobre como a beleza do quadro será eterna, enquanto a de Dorian um dia acabará. Essa conversa abala profundamente o jovem, que, sem querer, faz um pacto para que todo o envelhecimento e feiúra recaiam apenas sobre o quadro, preservando sua juventude. A partir daí, Wilde explora as consequências desse desejo, abordando a busca hedonista pela juventude eterna e os efeitos destrutivos da decadência moral.
Muitas partes me surpreenderam; o desenvolvimento de Dorian Gray ao longo dos anos, com sua crescente imoralidade e busca hedonista, é assustadora. Este livro certamente merece seu lugar como um clássico da literatura, mantendo-se relevante ao longo do tempo.