Julia.Franca 26/06/2024Primeiro, os pontos positivos que encontrei, apesar de não ter gostado do livro. O autor narra a história de forma muito humana, a Kath H. realmente parece ser alguém relembrando sua infância e adolescência, pela forma como conta uma acontecimento, que se liga a outro que aconteceu no passado. Ou seja, (pequeno spoiler )mesmo ela não sendo humana, a narrativa humaniza a personagem, justamente pela maneira como é construído. Também pude tirar certos paragrafos e frases de contexto, de forma que, para mim, simbolizaram muitas coisas que acontecem na vida real.
Por outro lado, o livro é chato. Os três personagens principais, Kath, Ruth e Tommy, que deveriam ser pelo menos amigos, não tem nenhuma conexão verdadeira, e qualquer intimidade que tentam criar já é destruída por suas atitudes seguintes como a inveja, o ciúme e a falta de educação. Ainda nesse ponto da falta de comunicação entre os personagens, me incomodou muito que a opinião dos outros personagens é baseada apenas na Kath, pois há poucos diálogos entre eles sobre suas desavenças, e por isso, Kath tenta explicar as atitudes deles por meio de sua linguagem corporal, o que torna a história realmente bem unilateral.
O que mais me incomodou foi a banalidade da história. O livro inteiro narra situações cotidianas, e as relações entre as pessoas são tão fúteis e banais, e ainda, as pontinhas do "grande mistério" são simplesmente esquecidas pelos personagens, que continuam a viver suas vidas pacatas. E sobre o "mistério", a maior parte dele é realmente explicado na primeira parte do livro, com a Miss Lucy, mas de forma tão vaga, que parece incompleta. Quando li até o fim, só para ter uma explicação melhor da história, fiquei desapontadíssima com o desfecho.