Manoela.Marroquim 07/06/2024
Rafaella
Lila.
O que ela despertou em mim?
me pergunto quando muitos também perguntaram, principalmente minha amiga raquel.
não me apaixonei por ela. na verdade eu nunca nutri tamanha admiração por ninguém. digo, como fã, sabe? cresci assim, com meus amigos tendo alguém pra admirar, chorar, se basear, alucinar, amar, sem nunca ter conhecido de fato. sem a troca. bom? isso é algo sobre mim.
o que me chamou atenção nela, e por isso eu tô aqui escrevendo, foi o fato dela não dobrar o joelho. muito se fala na controvérsia nas atitudes da personagem. eu não prestei tanta atenção nisso, pois não somos todos controversos? não seria a nossa natureza? a hipocrisia. o bem e o mal. pelo menos o que achamos que são o bem e o mal. o certo e o errado. o bom e o ruim. não me surpreendeu nesse sentido. em momento algum eu desgostei dela. uma criança com gênio forte e curiosidade de onde saiu uma mulher que não se dobra.
eu não me apaixonei por lila, porque eu me encontrei em lila, ou talvez tenha me reencontrado ou me assumido. na vontade de contrariar, as vezes só por contrariar, só por confrontar, mas, também, para questionar. uma pessoa, que em um momento político tão frágil, pensa por si própria, não se abstém a grandes pensamentos de grandes pensadores. ainda, me encontro na fúria de lila, na fúria de se defender, defender o outro. na aversão que ela sente no seu corpo quando é impelida, pelas circunstâncias da época, a deixar de ser. a esconder-se. a tornar-se tão comedida. porque apesar da maldade que existe em suas palavras afiadas, ela tem coragem de ser quem ela é. não justifico suas atitudes, muitas delas eu também não teria, talvez condene, mas ninguém é perfeito. lila sabe disso. as vezes lila busca o confronto. o drama. a afronta a tudo aquilo que ela detesta. ela faz isso de forma lúdica. desfigurando o mundo real. apresentando a cara a tapa. carregando uma bandeira. e que todos vejam. ela é a cruel.