Nick 14/02/2022Minha raiva geralmente subia quente. Mas não dessa vez. Veio fria e sombria. Eu ia destruí-los.O que eu mais gosto nesse segundo livro é o amadurecimento dos personagens. Assim como a Celeana amadurece e se torna Aelin. A Amani egoísta do deserto se torna a Rebelde f*** que quer proteger todo mundo do deserto.
“Abandonei-o para morrer. Não podia desfazer aquilo. Mas não era mais uma garota da Vila da Poeira. Podia levar todos comigo agora.”
A melhor história de personagem desse livro é: O garoto sem nome.
“Em um casebre com seis filhos. Eles eram pobres e não tinham nada para dar às crianças além de amor, aprendendo logo que aquilo não era suficiente para mantê-las alimentadas ou aquecidas. Três morreram no primeiro inverno, fracas demais para sobreviver ao frio. Então, quando o sétimo filho nasceu, no dia mais escuro e frio de um inverno implacável, nem lhe deram um nome, tão preparados que estavam para sua morte.
“Mas o filho sem nome sobreviveu àquele dia escuro. E ao dia seguinte. Ele sobreviveu ao primeiro inverno até chegar a primavera. Sobreviveu ao segundo inverno. E, na segunda primavera, finalmente ganhou um nome.
“Ele acreditava que tinha roubado o coração dela, assim como entregara o seu.
“Não parecia ter medo. Ele percebeu então que tinha se enganado completamente. Ela não era nem um pouco como a filha do lorde. Não tinha sido moldada para ser vista e cobiçada. Tinha se moldado para enganar o mundo. E a certeza tranquila de seus passos era porque sabia que estava sendo subestimada.
“Você parece muito segura de si. — Ele apoiou as mãos contra a árvore, uma de cada lado do meu corpo. — Quer apostar? Ele estava prestes a me beijar. Ou queria que eu achasse que estava, para provar algum argumento idiota.”
E por fim o melhor desse livro são as partes políticas. Que lidam com ideais de liberdade, igualdade, esperança e acima de tudo sacrifícios pela nação.
“crença era um idioma estrangeiro à lógica. Mas o que mais nos restava?”
“A mesma esperança imprudente que nos motivava a lutar podia nos matar.”
“Ahmed falava bastante sobre igualdade. O povo local havia decidido que o único modo de alcançá-la era derrubar quem estava acima deles. O único jeito de ficar rico era tomar a riqueza alheia. Então os pobres se voltaram contra os ricos usando o discurso da igualdade de Ahmed como justificativa.
“Se o trono mudar de mãos, seremos invadidos. Meu filho é um idealista. Eles são ótimos líderes, mas nunca se saem bem como governantes. Então eu vou te dizer no que acredito, Amani. Acredito que se a rebelião algum dia for bem-sucedida ou conseguir ganhar espaço suficiente para lançar dúvida sobre meu governo, seremos despedaçados por potências estrangeiras. Isso destruiria Miraji, assim como meu pai a teria destruído.
-Sultão Oman
“Os protestos tinham durado a noite inteira depois da morte de Shira. Estavam sendo chamados de Insurreição da Abençoada Sultima. Mas a história era escrita pelos vencedores. Se perdêssemos a guerra, havia grandes chances de mudarem o nome para Insurreição da Sultima Desgraçada.”
“— Devo dizer que gostei bastante de vê-la para lá e para cá apagando incêndios, sem nunca notar o que eu queria ocultar de você. Enquanto prestava atenção em Saramotai, eu recuperava Fahali. Enquanto tentava salvar traidores da forca, meus homens prendiam dissidentes em suas próprias casas. E enquanto estava correndo para tentar salvar meu filho traidor, eu estava esvaziando seu acampamento e prendendo meu outro filho traidor.”
“Gente demais havia trocado a vida pela de outra pessoa agora. Por Shazad, Bahi havia queimado. Por seu filho, Shira havia caminhado para o bloco do carrasco. Por Leyla, Rahim havia se entregado à mercê de seu pai impiedoso. Por mim, minha mãe”
“E dessa vez o sultão tinha nos dado uma vantagem, a única coisa realmente invencível. Não uma criatura imortal. Mas uma ideia. Uma lenda. Uma história.”
Por fim, essa trilogia me fez ter saudade de ler got, que possuem histórias políticas mais maduras.