Dreamfall

Dreamfall Amy Plum




Resenhas - Dreamfall


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Naty 22/04/2019

Um livro instigante e com uma história repleta de insights médicos, principalmente os ligados à medicina do sono
Esse livro conta a história de 7 adolescentes que se envolvem em um estudo que promete melhorar o sono deles, já que todos eles sofrem de insônia ou coisas como narcolepsia, síndrome pós-traumática e até TOC.
Com isso, a autora insere o leitor na mente de três dos personagens da história: Cata, Fergus e Jaime, sendo que Jaime não é um desses adolescentes e sim um estudante de medicina que vai acompanhar os dois médicos responsáveis por essa experiência.
A autora, utilizando-se desse enredo, tece algumas críticas à medicina e a forma como ela trata alguns seres humanos como ratos de laboratório a fim de alcançar seus interesses, mas ela equilibra bem e não soa como maniqueísmo. O médico mal e os paciente coitadinhos. Não. Ela mostra médicos com interesses científicos, mas que percebem com o que estão lidando e dão valor aquelas vidas. Talvez somente não tanto valor assim. Eles pensam muito no fato de situações em que eles podem ser processados e, muitas vezes, não salvam a vida de algum dos pacientes por terem medo das possíveis consequências. O próprio dono do hospital em que esse experimento acontece fica muito chateado com o incidente que ocorre no meio do experimento e começa a agir de forma a "limpar a barra" para ele, não demonstrando, em nenhum momento, muita compaixão.
Pelo que e já falei, deu para perceber que algo vai dar errado e bem errado. Essa tentativa de salvá-los pode acabar os destruindo.
A autora teve muito o que pesquisar para fazer esse livro. Ela fala de doenças raras e, não só isso, ela tenta trazer dilemas pessoais envolvidos nnos aspectos psicológicos de cada um dos adolescentes. Não acho que são personagens bem aprofundados, mas acho que, para a quantidade de páginas, ela soube criar uma trama em que vamos conhecendo, pouco a pouco, a história de cada um. Ou através de seus piores pesadelos ou através do que Jaime nos fala sobre eles.
Voltando ao fato de ela intercalar os personagens, achei isso muito legal e Jaime se prova um personagem fantástico. Ele, apesar de conhecedor da medicina ou, pelo menos de suas bases, ainda não se tornou uma pessoa insensível e começa a tentar entender por si só tudo o que está ocorrendo. Ele "corre atrás" tanto de saber o passado de cada uma daquelas pessoas quanto de entender o que está se passando na mente delas após o tal incidente inesperado. Com certeza, um personagem valioso.
E cada um dos outros personagens tem sua característica marcante, apesar de que achei a voz narrativa de Fergus muito parecida com a de Cata. Em relação aos personagens, nem tudo é o que a gente imagina de início. A autora prepara alguns achados muito interessantes sobre eles e, talvez, informações que podem mudar o rumo do próximo livro.
Quanto ao fato de a história ter uma "pegada" mais para o terror. Esse não foi o ponto que mais me chamou atenção. Não é aquele terror de tremer a espinha. Acho que o objetivo da autora não foi a gente sentir medo, mas pensar em como vivem pessoas portadoras desses tipos de transtornos mentais.
Quanto aos cenários, a gente acaba vendo vários cenários diferentes e nada é muito explorado. Claro. Eles tem o tempo contado...Não vou dizer o porquê.
O ritmo da históia é muito rápido e, se a pessoa tiver tempo, acaba o livro rapidinho. Até porque ele não é muito grande.
O final é interessante. Não é algo excepcional, mas faz a gente pensar em como eles vão resolver as coisas e agora nosso foco recai sobre dois dos adolescentes, os quais, possivelmente, serão os que trarão mais aspectos intrigantes e emocionantes para o próximo livro. Veremos o que a autora nos entregará no próximo.
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