Jéssica 07/04/2022
Comecei gostando. No conto Aprisionado com os Faraós, achei a visão dos egípcios estereotipada, mas pensei "é um conto de 1924, 'tudo bem'".
Ao chegar aos contos Ele e, principalmente, O Horror em Red Hook, percebi que eles não só eram permeados de comentários e opiniões racistas como tinham ideias racistas como centro no enredo.
Neles o estrangeiro é sempre descrito como mau, feio, sujo, diabólico e está tramando algo para prejudicar aqueles que são descritos literalmente como os "de olhos azuis".
Toda religião, música, roupa e expressão cultural diferente da do narrador é tratada como demoníaca. Constantemente ele reforça a descrição das pessoas maldosas como "de olhos puxados" ou de "pele escura", trazendo junto adjetivos como "desprezíveis", "sinistros" e "horríveis".
Daí em diante notei que, em maior ou menor grau, essa postura e esse modo de pensar estavam presentes em todos os contos do livro.