De Profundis

De Profundis Oscar Wilde




Resenhas - De Profundis, Balada do Cárcere de Reading


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Julia.Costenaro 25/02/2024

Demorei bastante para ler o livro, apesar da poucas páginas (a minha versão tem 193 na verdade), por ser uma leitura cansativa. Ele retorna a vários pontos de sua vida diversas vezes, o que torna o livro muito lento. Não estou falando como algo ruim, ainda mais por saber das condições nas quais esse livro (ou melhor, carta) foi escrito, mas eu indico alternar a leitura. Fiz isso - o outro livro sendo O Vampiro Lestat - e consegui terminar mais rapidamente.
Recomendo muito, principalmente para quem se interessa pela vida do autor.
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Maria9884 26/01/2024

Brilhante Wilde
A carta que Oscar Wilde escreve na prisão para seu ex-amante, um dos responsáveis por sua prisão.
A carta tem vários momentos: ele narra os anos de amizade entre os dois, que o crítica, explicando como de diversas tentou terminar a relação, sem sucesso. Fala do seu tempo na prisão, suas reflexões e como os dois anos na prisão acabaram por serem reveladores.
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Celice1 03/04/2022

Faz jus ao título
Parece realmente saído das profundezas de sua alma. No início foi impossível não odiar e não se sentir enojada pelas atitudes do Douglas, mas as reflexões imersivas ao longo da extensa carta tornam o livro maravilhoso!
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Chris 25/01/2022

Sobre o amor.
"não há nada em todo círculo da tragédia grega que se lhe compare. A pureza incondicional do protagonista eleva todo o esquema a uma altura de arte romântica, do alto da qual os sofrimentos de "Tebas e da linha Pélops" são, pelo teu próprio horror, excluídos, e mostra até que ponto Aristóteles estava errado ao dizer, no teu tratado sobre o Drama, que seria dificílimo aguentar um espetáculo de uma pessoa sem culpa que sofre. Nem em Ésquilo nem em Dante, esses mestres soberanos da ternura, nem em Shakespeare, o mais genuinamente humano de todos os grandes artistas, nem no conjunto das lendas e mitos celtas, onde a beleza do mundo é apresentada através de um nevoeiro de lágrimas, e a vida do homem não é mais do que a vida de uma flor, há alguma coisa que, na absoluta simpatia do phatos empenhado e tornado um só com a elevação do efeito trágico, se possa considerar igual, ou mesmo aproximada, do último ato da Paixão de Cristo.

A pequena ceia com os seus companheiros, um dos quais já o vendeu; a angústia, no calmo luar do jardim das oliveiras; o falso amigo que se aproxima dele para o trair com um beijo; o amigo que ainda acreditava nele e sobre o qual, como sobre uma rocha, ele esperava construir uma Casa de Refúgio para o Homem, e que o nega quando o pássaro canta de madrugada; a sua própria integral solidão, a tua submissão, a sua aceitação de todas as coisas e, juntamente com tudo isto, cenas como a do sumo sacerdote da Ortodoxia a rasgar as suas vestes de raiva, e o Magistrado da Justiça Civil pedindo água, na esperança vã de se limpar daquela mancha de sangue inocente que faz dele a figura escarlate da História; a cerimônia da coroação da Dor, uma das coisas mais maravilhosas em todo o tempo relatado; a crucificação do Inocente diante dos olhos da sua mãe e do discípulo a quem ele amava; a terrível morte por meio da qual ele deu ao mundo o teu símbolo mais eterno; o seu enterro final no túmulo do homem rico, o seu corpo envolvido em linho egípcio, com perfumes e especiarias caras como se ele fosse filho de um Rei."
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Claire Scorzi 02/09/2020

Balada do Carcere de Reading
A informação da sinopse precisa de correção: a "Balada" forma um poema e "De Profundis" refere-se a carta. Wilde trabalhou no poema ainda na prisão, e continuava se dedicando a ele ao sair, em maio de 1897. Em 1898 a "Balada" saiu publicada. Trata-se da ultima obra terminada por Oscar Wilde, que falece em 1900;
Um poema breve, com apenas seis cantos, a "Balada" apresenta versos curtos e repletos de imagens comoventes sem serem piegas, com metáforas poderosas que dão vontade de ler em voz alta. Os temas da morte, violência, cárcere, condenação, execução, e da piedade, terror, desesperança e esperança, Deus e Graça, vão aparecendo ao longo dos cantos, que repetem versos como um lembrete de verdades (?), forjadas na dor e na experiência:
"Todos os homens matam o que amam / Seja por todos isto ouvido...."
Diferente das alusões cristãs em "De Profundis" - onde parecem mais especulações do esteta Wilde - em "Balada do cárcere de Reading" elas soam mais como fruto do sofrimento. Wilde passara pela Escola da Dor, uma "grande mestra aqui na Terra" como escreveu Conan Doyle.
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none 02/04/2019

Releitura de De Profundis e primeiro contato com a poesia de Wilde
Por mais que seja uma mensagem direcionada a Bosie, o Lorde Ódio, é um texto sobre o Amor, a primeira vez que eu li não captei a devida profundidade. Deve ser um texto lido e relido com certa constância dada a sua linda mensagem ou homenagem a(o) leitor(a) de Wilde, uma evolução em relação aos textos anteriores. Carecemos de um trabalho de edição melhor, mas a tradução (da Martin Claret) dá conta de muitos percursos dificultosos, afinal Wilde é um autor preocupado com a sonoridade do texto em língua inglesa. A primeira vez que li a edição de De profundis, foi através do livro de bolso da L&PM pocket (sem o poema da Balada). Prefiro a da Martin Claret não só por incluir outro texto, mas por captar um pouco mais a experiência do autor no cárcere, todo o seu sofrimento e a mensagem final. A primeira parte da carta destina-se a apresentar mais ou menos o caso ao leitor, o motivo da prisão de Wilde, a vida dissipada de Lord Alfred Douglas (Bosie) e o ataque do pai deste ao autor no dia da estreia de uma de suas maiores peças. Não se trata de ressentimentos, apesar de tudo, e sim de alerta a Bosie, que guardava ódio ao pai e esse ódio refletia nos ataques sofridos por Wilde. De dentro da prisão, Wilde tinha mais discernimento, apesar das condições degradantes de fora (do lugar) e de dentro dele mesmo (atacado pela sociedade, com a família destruída) ele ainda tinha forças para tentar enviar conselhos para a vida daquele que foi diretamente responsável por seu encarceramento. A palavra é amor, mas chame isso do que você achar que se encaixa melhor (tolice, paixão, caridade, amizade, inocência, afeto, ensinamento...).
O poema final é a consequência da vida passada no cárcere, seus tormentos e a experiência literária diferente de tudo o que Wilde escreveu anteriormente, mas com tons que ainda remetem à inocência e à moral de seus contos mais famosos. Brilhante.
Não sei se as leis são justas ou injustas
Nós que jazemos na prisão
Tudo quanto sabemos é que é forte
Essa muralha que a circunda;
E que igual a um ano é cada dia,
Ano de dias infindáveis.

Há semelhanças temáticas com Crime e castigo de Dostoievski e Morte e vida Severina.
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Sandro 25/11/2018

A Vênus das Peles
O texto escrito por Wilde para seu amante durante a prisão por "homossexualismo" descreve uma relação extremamente conturbada.
Apesar de referenciar "O Retrato de Dorian Gray" algumas vezes na carta, não foi de uma obra de Wilde que eu lembrava mais enquanto lia "De Profundis": foi de "A Vênus das Peles", de Sacher-Masoch, que eu li em 2015.
Em uma relação como a de Wilde com Douglas, os papéis de sádico e masoquista parecem estar em constante revezamento em um jogo em que ambos consentem com a autodestruição e os seus ganhos secundários.
O amante dizia perder o interesse pelo escritor quando este "descia de seu pedestal" (ou seja, havia um sentimento de inferioridade pelo fato de Wilde ser bem sucedido nas Artes), fazia cenas e era aceito de volta. Por outro lado, Wilde também se referia a Douglas como alguém de capacidades intelectuais limitadas, apenas um hedonista e o acusava de exploração em vários níveis, inclusive financeiro.
Se em Dorian Gray, Wilde aconselha a sucumbir aos desejos íntimos antes que a alma adoeça e se tornem monstros, na vida real ele pagou um preço alto por não ter feito escolhas mais sábias, como a de se livrar em tempo de um relacionamento tóxico.
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Ana 17/11/2017

Gênio Amargurado
A edição que li compõe-se de dois livros em um único volume, sendo o primeiro, ''De profundis'' , uma série de longas cartas escritas por Wilde na prisão, e destinadas ao seu amante Lorde Alfred Douglas, e o segundo da obra, ''Balada do Cárcere de Reading'', considerado o melhor poema de autoria de Oscar Wilde. Suas obras sempre foram dotadas de uma beleza trágica e melancólica, e a ironia de tudo, foi ver que a vida de Wilde foi marcada por situações dramáticas que poderiam muito bem ter sido escritas por ele mesmo.
Em De Profundis, a alma generosa e brilhante de Wilde é desfiada em meio ao desalento e a tristeza do cárcere, pois ele nos põe, a nós, os leitores, a par de tudo o que o levou a ser denunciado e preso, por conta da ''desgraçada amizade'', que nutriu pela desalmado Alfred ''Bosie'' Douglas.
Fiquei boquiaberta em ler os seus escritos e imagino que seu espírito deveria ser o de um homem , e de um artista iluminado, pois nem todo o mundo conseguiria manter a sanidade, passando pelo que ele passou.
Seu gênio e inteligência brilhantes, no entanto, mesmo numa situação tão terrível, ainda lhe deram forças para falar sobre Jesus, o amor, a vida, sobre seu filho amado, de quem temia ver-se eternamente separado por conta do processo, sobre a sociedade inglesa, sobre a arte, suas obras, etc., enquanto volta e meia, de quebra, recriminava diversas vezes o belo e mimado Bosie em De Profundis.
Nunca me senti tão perto de um gênio amargurado e triste, quanto me senti lendo De Profundis, e lamentei não estar por perto de Wilde para poder consolá-lo.
Balada do Cárcere de Reading, por sua vez, é um poema permeado pelo trágico, muito realista.

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Dan 27/05/2017

Nessa edição eu encontrei a carta de Wilde para Bosie, que é o De Profundis, A Balada do Cárcere de Reading, uma balada que ele começou a escrever enquanto ainda estava na prisão, e que depois de ser solto, deu continuidade a ela, e no final do livro tem um pequeno texto falando sobre a vida do autor. Eu confesso que gostei muito dessa edição porque além da carta, na qual eu estava muito interessado em ler, haviam mais essas duas coisas que acabei lendo também.
No meio de todas as descrições que ele faz acerca do seu relacionamento com Bosie, das repreensões dirigidas ao amigo, e de tudo o que aconteceu antes de ser condenado a trabalhos forçados, ele também reflete sobre sua a própria atitude durante aqueles tempos - diria ate que ele vai além disso. Não poupando esforços para expressar isso, ele começa a sentir na pele as consequências que chegaram até ele, isso já na prisão, e sofre bastante por conta disso. Diria que esse período do autor deu origem uma ideia muito interessante. Durante a sua narrativa, pouco a pouco percebemos que ele começa a re-significar tudo aquilo que esta passando naquele momento e a ver a Dor de uma forma diferente, com um olhar mais leve, menos mortificante. A Dor, basicamente, passa de ser um fardo pesado e inútil, para se tornar algo mais purificador, e também natural. Para mim valeu a pena ter chegado ate aqui e ter ido além disso.
Para não fazer uma resenha muito longa decidi colocar aqui apenas aquilo que mais me impressionou no livro, que seria esse novo olhar do autor sobre uma situação muito desagradável a qualquer pessoa e que se encontrava nela. A Balada ela também é muito interessante e fala sobre o que era estar dentro dos muros da prisão como um marginal e sob as leis Inglesas daquela época. Essa Balada também foi inspirada por um guarda real da Cavalaria que cometeu um assassinato e esteve em Reading.
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Guting 09/05/2012

Wilde Exposto.
O que dizer desse livro ? Sei lá ainda estou meio atordoado com tudo que foi escrito nele. Um livro de uma amargura e docilidade surpreendentes. É impressionante o que uma pessoa debilitada emocionalmente pode escrever acerca de outra que lhe fora o bem e o mal ao mesmo tempo. Tenho absoluta e inabalável certeza ao ler esse livro de que é tudo que você gostaria (e pode) dizer à alguém que o magoou muito. Aprofundem-se neste livro, vale o escrito e o escritor.
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Patrícia 24/06/2009

Só lamentações!
Esse livro é chato, deprimente, cansativo. Realmente são cartas de lamentações sentimentais pederastas e descrição de um ambiente fútil.
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Daniela Alvares 12/05/2009

Do Amor
O livro é, em resumo, a defesa que foi negada a Wilde durante o julgamento que deu início ao fim de sua vida, uma defesa que ninguém se interessou em ouvir já que todos concordavam que Wilde havia "ferido a moral" da sociedade conservadora inglesa da época. É o relato das cartas que Wilde escrevia para o seu grande amor, na tentativa de fazê-lo entender como ele havia destruído sua vida. 

A história de vida de Wilde já é fascinante por si só. O escritor praticamente abandonou tudo que havia conseguido graças a sua arte para se unir a um jovem mesquinho, egoísta e extremamente fútil, Sir Alfred Douglas. Wilde já havia descoberto sua homossexualidade e conseqüente atração por pupilos, mas tudo não havia passado de distrações até Bosie ( como Sir Alfred era conhecido ) aparecer em sua vida. Devotando a este jovem todo seu amor, paixão, dinheiro e, até mesmo, a própria arte, Wilde gradualmente deu início ao seu fim, até a morte. Uma vez que o homossexualismo era severamente condenado em sua época, Wilde foi mandado para a prisão em nome do seu amor por "Bosie". Após um infeliz julgamento, iniciado pelo pai de Bosie, Wilde viu-se totalmente cercado de inimigos e falsos moralistas que o acusavam de ter ferido a moral ao manter relações íntimas com outro homem, não se importando com o tamanho dos danos que assim causavam à sua vida e à de sua família. Esta é a história real de De Profundis, um dos melhores auto-retratos já escritos por um poeta que, como ele próprio dizia, mais do que ninguém, conheceu o verdadeiro significado da palavra "amor". 

Durante os dois anos que passou na prisão, Wilde escreveu todos os altos e baixos de sua conturbada "amizade" ( como gostava de se referir ) com Sir Alfred. Parecido com um diário, De Profundis é o coração e a alma de Oscar Wilde em suas versões mais explícitas e sinceras. E o que mais chama a atenção nesta singular narrativa é o fato de ele nunca ter feito sequer uma revisão na obra. Isso porque, na prisão, apenas uma folha de papel lhe era entregue por dia e, mesmo assim, retirada ao final da tarde, para ser entregue de volta somente na data de sua libertação. 

Oscar Wilde foi um exemplo de homem que seguiu seus impulsos e suportou as conseqüências até o fim. Sim, até o fim, pois mesmo depois de liberto, já totalmente esquecido e ignorado por seu grande amor, Wilde procurou Bosie para se decepcionar pela última vez. E morrer doente e sozinho, a não ser por seu fiel amigo Robert Ross. 

De Profundis não é apenas a história de Oscar Wilde contada por quem a sofreu na pele. É a história de um grande homem que sofreu por amar, que quebrou as regras para viver o que acreditava ser o certo, seguir sua razão. De Profundis é a prova de que podemos chegar a este nível de amadurecimento. Porque razão é ver sentido no que se faz. E só o amor pode fazer coisas absurdas fazerem sentido.
Aninha de Tróia 24/09/2010minha estante
Linda a sua resenha!!!


Maria tereza 18/01/2017minha estante
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