Pri | @biblio.faga 08/06/2020
Curiosidade:
Balada é um tipo de poema de forma fixa:
- estrutura de estrofes, com oito versos e um com quatro versos ou cinco versos. A última e menor estrofe recebe o nome de oferenda ou ofertório.
- composta por versos de oito sílabas, três rimas cruzadas, ou ainda, variáveis, com a repetição de um mesmo conceito ou ideia ao fim de cada estrofe.
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“A balada de Adam Henry” foi o segundo livro de Ian McEwan a ser enviado pelo clube da TAG Curadoria (06/2016) – o romance “Solar” foi enviado no longínquo mês de fevereiro de 2015.
E, por uma feliz coincidência, foi também meu segundo encontro com o autor.
A protagonista do romance, Fiona Maye, uma respeita juíza inglesa do Tribunal Superior, que me fez lembrar o livro “A vida não é justa” da também magistrada e especialista em direito de família, Andréa Pachá.
No livro temos a característica escrita elegante, direta, e com uma pitada de lirismo do literato britânico; um enredo bem construído e instigante, e, em arremate, personagens únicos, pois verdadeiramente crives, e, inegavelmente, humanos com seus sentimentos conflituosos.
É evidente o cuidado e a pesquisa realizados pelo autor quando discorre sobre a atividade jurídica da personagem e seus dilemas profissionais; acompanhar a “solução” de casos complexos e inegavelmente delicados, como o jovem Adam Henry [que empresta nome ao livro], além de muito interessante, nos permite conhecer com profundidade a psique da protagonista e, consequentemente, nos afeiçoar a personagem, compreendendo sua lógica e sentindo na pele suas dúvidas e o fardo de suas pesadas responsabilidades.
Crítica, a obra proporciona diversas reflexões quanto à intolerância religiosa, muitas vezes, camuflada como preocupações ético-morais. Contudo, a dualidade da obra não se restringe à disputa na “balança” entre o comandado coercitivo da justiça e o apelo os preceitos religiosos, mas também permeia as exigências da vida pessoal e conjugal frente às demandas profissionais, à verdade da ciência versus aos limites estabelecidos pela fé e o eterno embate entre a letra fria da lei e o calor do afeto humano.
Leitura recomendadíssima!
Obs.: o livro ganhou uma adaptação cinematográfica, em 2017, sob o nome “Um ato de esperança” (The Childen Act). Indico a minissérie “Nada Ortodoxa”, da Netflix, que fala um pouco sobre o judaísmo.
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