Catarina273 24/05/2024
*** Alerta de Spoiler ***
Vamos lá, esse livro me decepcionou um pouco e vou numerar todos os pontos que eu identifiquei como brechas ou então que poderiam ter sido melhor desenvolvidos:
1 - Charles ter deixado Josephine partir com tia Edith depois da criança ter falado que amava a tia e, em outro momento, confessado que poderia gostar do suposto assassino e, por isso, omitia sua identidade.
2 - Gostaria de ter visto o desenvolvimento das suspeitas de Edith em relação à criança. Claro que ela achou o caderno, mas também deixou bem claro que já suspeitava, desde antes, que a criança poderia ter sido a autora do crime. Por que exatamente? A criança já havia cometido alguma crueldade de natureza remotamente parecida? Porque entre ser esquisito e ser capaz de cometer um assassinato existe um abismo. Gostaria de ter sabido mais sobre a evolução das suspeitas de Edith.
3 - Eu cheguei a suspeitar que Josephine tivesse sido a autora do primeiro crime, porque todos os demais foram listados como suspeitos em determinado momento e sabemos que a autora do livro preza sempre por chocar. Basta pensar: quem restou? Porém, não imaginei que a criança poderia ter atentado contra a própria vida, pensei que isso fosse obra de uma segunda pessoa. Isso, para mim, foi um ponto positivo, algo que me surpreendeu.
PORÉM, o livro tem muitos pontos positivos: uma narrativa fluida e personagens interessantes de verdade. Quando o final vai se aproximando, a autora constrói a tensão no encadeamento dos fatos perfeitamente, você consegue sentir, como se fosse uma corda tensionando e prestes a romper. Gostei da narração em primeira pessoa de Charles. E também gostei da referência, talvez até mesmo inconsciente, ao "gene do psicopata", quando a autora menciona os diversos tipos de insensibilidade existentes na família e alega que "tudo se concentrou em Josephine". Gostei MUITO disso, achei interessante. A leitura é envolvente e vale a pena.