Juliana 05/12/2013
Resenha especial
Poderia desferir elogios à autora, muitos deles, todos merecidos, mas correria o risco de parecer bajuladora, e a Nat é uma autora de mão cheia, talentosa demais, portanto, merece muito mais do que apenas elogios soltos. Então vou dizer toda a verdade com palavras certas, pautadas em bons argumentos.
Invisível ao toque é um livro produzido de forma independente, mas o leitor mais atendto verá que toda a produção tem um nível de qualidade elevadíssimo. Capa, diagramação, ilustrações lindas, revisão impecável. Tudo nos conformes, o que mostra a devoção da autora para com sua obra, e isso, é de suma importância.
Falando da história, quando nos deparamos com escritores em sua primeira obra, podemos perceber certo ar amador em sua construção de texto. O que é muito aceitável e plausível, não alterando seus méritos. Acredito que isso vá acontecer comigo quando eu publicar o meu, mesmo com toda a minha dedicação e constante revisão, afinal, o que sou eu além de uma amadora? MAS ISSO NÃO ACONTECE NESSE LIVRO.
A escrita é fluente, não há nenhum ponto onde sua atenção fique presa, no sentido de precisar de uma melhora. Os diálogos, realistas. É possível imaginar que as pessoas estão mesmo falando naquele momento, daquele jeito, como quando você está conversando com um amigo.
A história, original e linda!
Como não se apaixonar por Svek? Afinal, ela é uma pessoa de verdade, não uma caricatura perfeita de princesa, e nem uma mocinha indefesa em apuros, muito menos uma garota sem sal que descobre habilidades especiais. Ela pode ser você, eu, sua amiga, sua prima... Com defeitos, cometendo erros, enchendo a cara, ficando deprimida e fazendo piada com tudo. Amo essa personagem por ser tão humana, por ter me feito rir, por ter pensando nas coisas mais improváveis e ter crescido tanto durante a narrativa, a ponto de terminá-la com a maior e mais sábia de todas as conclusões: que se dane o destino, eu vou amar quem eu quiser.
E como não se apaixonar por Zack?
Cooomo?
Um personagem lindo (imaginei-o como o modelo da contra capa), romântico, as vezes até demais e cheio de mistérios. Mistérios que quando são revelados, parecem até meio antagônicos, mas quer queira, quer não, você vai ama-lo mesmo assim. É o efeito Zack.
O romance dos dois é um tanto peculiar. O segredo dessa peculiaridade está logo no titulo do livro...
Svek passa a ver Zac depois de bater a cabeça em um acidente de percurso, digamos assim. Depois que Zac descobre que a amada agora pode vê-lo, percebemos que, na verdade, ele sempre esteve ali. Mas... lindo, perfeito, encantador, ela não pode tocá-lo, e ele não consegue enxergar a si mesmo. Seria Zac um Anjo, um espectro, um fantasma, uma alucinação? Será que ele é o homem que ela vê em seus sonhos? Ou não?
Essas perguntas ficam no ar, e enquanto isso os dois desenvolvem seu romance, sendo que só Svek consegue vê-lo, muitas vezes passando por louca no meio da rua por não resistir e acabar respondendo a ele. Aos poucos ela se apaixona tanto pelo rapaz, que se isola do mundo para poder passar todo o seu tempo com ele, afinal, o que seus amigos achariam daquele espaço vazio na cadeira de cinema, ou na foto em grupo, o braço de Svek contornando o nada, o ombro invisível do namorado...? Definitivamente, a relação dos dois poderia leva-la ao hospício... Mas essa loucura foi o que trouxe a vida de volta a ela, depois de passar tanto tempo se culpando pela morte do ex namorado, depois se tanto isolamento e tristeza, que fizeram com que Svek desenvolvesse até mesmo alguns comportamentos auto destrutivos...
A história tem flashs dos sonhos de Svek, e o mistério só vai crescendo a medida em que as páginas vão passando, até que não dá mais para aguentar tantas perguntas e perguntas e o peito vai ficando apertado, coração disparado e BUUM! O final chega... As ultimas páginas são reveladoras, e acho que poderia até ter sido um pouco mais longa a conclusão da parte da Morgana, mas a verdade é que quando as últimas palavras chegarem para você, meu leitor querido, você vai ficar com a boca aberta e o coração na mão, querendo mais...
Eu queria mais...
E por querer mais, foi que eu entendi que a autora foi brilhante ao escrever esse livro, pois esse efeito só mostra que ela chegou onde queria. Ela me conquistou.
Nat escolheu sabiamente as palavras que usou; criou personagens apaixonantes e escolheu rumos imprevisiveis e um desfecho surpreendente.
Indico para todos, amigos, leitores, familiares. Nossa literatura acaba de ganhar um talento nota 10, e tenho certeza que ainda verei o nome de Nat nas melhores noticias, nos prêmios, no lançamento por uma grande editora.
É um pressentimento bem pautado nessa experiência de leitura.
E Nat... se eu fosse escolher alguém para abraçar, eu também escolheria o Robert Pattinson... haUHAUhauH :*
site: http://meninalibelula.blogspot.com.br/2013/12/resenha-de-livro-invisivel-ao-toque-nat.html