Matheus656 31/05/2024Uma boa proposta, com uma escrita capengaPrince of Thorns de Mark Lawrence, é o primeiro livro de uma trilogia (que depois ganharia mais uma trilogia em forma de spin-off).
Aqui temos uma alta fantasia que dá a sensação que se passa em um mundo fictício, mas a gente perde essa sensação quando o protagonista começa a citar nomes de escritores conhecidos como Shakespeare e Sócrates.
A brutalidade desse livro é crua, se passando em uma época medieval, o livro traz alguns embates que só não foram poderosos, pela falta de uma boa escrita do autor.
Jorg um dia vê sua mãe e seu irmão serem assassinados, e mesmo que ainda criança, ele promete que vai se vingar um dia. Ele descobre que seu pai, então o rei, não iria fazer nada sobre, ia manter seus soldados no castelo e fechou um acordo para que não fosse para a luta.
Jorg alguns anos depois desse acontecido, depois que todo mundo o dava certo como morto, acaba retornando, com sangue nos olhos, mesmo com apenas 14 anos.
A proposta do livro é bem interessante, até a metade do livro, me ficou na cabeça o universo de George R.R. Martin de asoiaf e o Bernard Cornwell com the last kingdom, a escrita mistura um pouco das duas coisas ao meu ver, apesar de que, dali em diante, tudo desanda.
Esse foi o primeiro livro escrito pelo Lawrence, então talvez, ele apenas não tinha um grande amadurecimento em sua escrita, apesar de ter uma ideia muito boa para criar uma proposta de narrativa. A sua escrita é crua, assim como os atos do personagem, o problema é que falta muita coisa para tornar isso verídico para o leitor, por exemplo: em determinadas partes do livro, ele tenta colocar uma força sobrenatural do tipo mortos ou cartomantes para fazer o enredo girar, acontece que isso não cola. A falta de uma boa descrição na narrativa, faz com que, essas imersões no sobrenatural ficam meio que confusas, jogadas ao acaso aqui no livro.
O livro em si, é rápido de ser lido, acredito que por esse detalhe citado a cima: ele é composto quase todo por apenas frases dos personagens, quase não tem descrição de ambiente, de fisionomias e por aí vai. E isso, acaba pesando para que o livro se torne um pouco confuso, pois como não tem uma "pausa", o leitor tem que estar bem atento para entender as mudanças de plot dentro do capítulo e também aceitar qualquer ideia que o autor criou para sair de determinado capítulo para o próximo. Apenas falas, não ajuda em nada, a gente a decorar quem é quem na história, ele só cita um nome (que muitas vezes são parecidos), sem deixar a gente ter um rosto, uma fisionomia do personagem para distinguir dos demais personagens da história.
É um livro do qual eu estava gostando até ali a metade, mas depois ele desandou de uma forma, que espero que após o primeiro livro de estréia, o autor tenha amadurecido sua escrita e tenha se aprimorado para a continuação no segundo volume.
O resumo? Eu achei a proposta bem interessante, porém, sem uma bom desenvolvimento e o mais importante, sem uma boa escrita.
Espero ler em breve o segundo volume, e ver se a escrita foi aprimorada, ou se, vai continuar do mesmo jeito crua, pois não é um livro de fantasia que eu recomendaria para um leitor que adora fantasia, agora se daqui para frente, tiver uma mudança, talvez, seja uma daquelas trilogias que eu recomende falando que o primeiro livro não é tudo isso, mas que depois melhore. Tenho esperanças que isso possa acontecer.