SamellaFonseca
24/02/2014Resenha original para o blog SammySacional
Ana viveu sua vida inteira ao lado da mãe, acreditando ter sido abandonada pelo seu pai, e desde então nunca procurou saber por onde andava o indivíduo. Porém, em um dia qualquer, ao acessar sua página no facebook, ela depara-se com uma mensagem deixada por seu suposto pai biológico. E o que começa como uma eventualidade, acaba se transformando num confuso e inacreditável conto de fadas. Andrej Markov, então pai de Ana, não só é um europeu muito chique como, principalmente, rei de um pequeno e belo país chamado Krósvia. E ele quer que ela embarque com ele numa viagem de seis meses para conhecer o país de onde viera sua linhagem paterna, e criar uma relação estável de pai e filha. Aos 20 anos, estudando Direito, a moça já estava desacreditada de encontrar-se com seu pai biológico, mas, por insistência e bom senso, ela acaba aceitando a proposta dele, e logo estão pousando em solo krosviano. Mas ser a princesa da história não será assim tão fácil, afinal. Alexander, enteado de seu pai em um casamento anterior, não está nada confiante nessa história e entre alfinetadas e olhares, Ana terá de suportar a presença desse ser petulante, tendo de arcar, logo mais, com o fato de virar o foco das notícias. E, no fim das contas, talvez os contos de fadas não sejam tão simples como parecem...
“Vestidos justos, corpo perfeito, rosto de anjo, nada disso tem significado quanto o caráter é uma porcaria.”
- Página 141 -
Com essa premissa, algumas pessoas assemelharam Simplesmente Ana com um dos maiores sucessos de Meg Cabot, O Diário da Princesa, que conta a história de uma adolescente que descobre ser filha de um rei e tem de se adaptar com tal descoberta. Mas não se engane: temos fortíssimas diferenças a serem observadas entre ambos os livros, e cada qual sabe brilhar de forma distinta. Mais precisamente, com uma narrativa cheia de descontração e fluidez, Marina Carvalho nos conduz a um enredo naturalmente clichê, que, dessa vez, acaba por ganhar seu brilho próprio ao mesclar o toque de conto de fadas com a essência da realidade, onde a protagonista é dona de seu nariz e, apesar dos ares sonhadores e românticos, mantém sempre o pé no chão, e onde o mocinho é real, em defeitos e qualidades, romantismo e idiotice - por assim dizer, rsrs - mais um toque mais do que bem-vindo de muito bom humor. Essa foi, definitivamente, uma fórmula sem igual para desenvolver um conto de fadas de forma cativante e atraente, e o livro é simplesmente encantador de todas as formas!
“Estar apaixonada não é sinônimo de ser otária. Duas coisas que não faria de jeito nenhum: mendigar a atenção de Alexander e bater de frente com Nome de Cachorro. Eu podia sofrer, podia chorar rios de lágrimas, mas não daria esse gostinho a nenhum deles. Alex e Laika que se aguentassem.”
- Página 160 -
Ana Markov é estudante de Direito e uma sonhadora por natureza, além de romântica, e acredita, inicialmente, que Arthur, um de seus colegas e um 'quase-namorado', possa ser seu príncipe encantado. Mas ela começa a repensar esse conceito quando, durante a viagem proposta por seu pai, ela conhece Alexander, o enteado de Andrej que desde o início tem um pé atrás à respeito da moça, e juntos eles se alfinetam com frequência; um simplesmente acredita não suportar o outro mas acabam tendo de conviver entre si, pelas circunstâncias. Só que, aos poucos, sem se dar conta, o que antes eles achavam ser "indiferença" se transforma em "amor", e as coisas se complicam cada vez mais. Acontece que Alex, no fim das contas, já tinha uma namorada, Laika - "carinhosa" e propositalmente apelidada por Ana como Nome de Cachorro, mas apenas para si mesma - que é o 'pé no saco' em pessoa. Tida como insuportável por praticamente todos os que convivem com Ana e Alex, ela sabe ser inconveniente quando quer, mas, porém, não tem a menor seriedade para se mostrar intimidante para garota alguma. E Ana sabe disso. Tanto é que, um dos meus pontos preferidos do livro, por sinal, foi ver a protagonista encarando-a de frente, sem medo, por mais que bem mais civilizada, e não fugir com medo como uma garotinha assustada, como já vi muitas outras protagonistas anteriores à ela fazerem em situações parecidas.
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