Potingatu 18/02/2013
O paternal Mestre da poesia tautológica
Como nos outros casos, é de grande necessidade se moldar a um novo ritmo de leitura - desta vez, temático. - Pensar em Caeiro como pai espiritual [termo meu] daqueles anteriormente lidos faz sentido, quando percebemos a relativa oposição-na-semelhança elucidada por Campos e na cadência suave de um pensar pastoril por Reis.
Claro, nada se compara aos poemas V (pp. 23-5) e VII (pp. 28-33), do "Guardador de Rebanhos" (bem assim pensemos em razão da óbvia estima da crítica literária) que temos uma sucinta ideia de quem Pessoa compôs este heterônimo tautológico. As coisas são o que elas são, e rejeitam, no Kanticismo Ding-An-Sich, essa essência pensativamente atribuída. Esgotar o assunto em X=X, Y=Y, Z=Z, ad infinitum... é um característico de um poeta que, em quantidades de unidades poéticas maiores, foi reduzida em comparação a "seus discípulos". Enfim, "as coisas são o que são" na medida certa de quem quiser assumir poeticamente esse viés.
Por fim, é necessário uma pausa para partir da lírica e sequenciar o dito volume, com a rápida prosa caeiriana, e os posfácios, que, longe de admitirem o procedimento filológico executado, a rigor, na obra, preocupam-se em estabelecer um percurso autobiográfico e temático da intersecção Pessoa - Caeiro et al.