Poesia completa de Alberto Caeiro

Poesia completa de Alberto Caeiro Fernando Pessoa




Resenhas - Poesia Completa de Alberto Caeiro


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Alexandre Kovacs / Mundo de K 25/09/2022

Fernando Pessoa - Poesia completa de Alberto Caeiro
Editora Companhia das Letras - 286 Páginas - Capa e projeto gráfico de Elaine Ramos e Julia Paccola - Lançamento: 2022.

Fernando Pessoa, como bem sabemos, é um poeta plural, dono de múltiplas personalidades, não escrevendo apenas a partir de nomes fictícios, pois isso seria tão somente exercer o uso de pseudônimos, artifício comum na literatura; mas sim a partir de heterônimos com diferentes estilos e personalidades imaginárias, dotadas de vidas – e também mortes – próprias. Entre os heterônimos mais conhecidos podemos destacar Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernardo Soares. Fernado Pessoa define algumas das características de cada uma das identidades: "pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida". Já o guarda-livros Bernardo Soares é definido como um "semiheterônimo" pelo próprio Pessoa "porque, não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela."

De fato, Alberto Caeiro, que surgiu em março de 1914, quando Pessoa tinha 25 anos, é considerado o mestre dos outros heterônimos e representa um exercício de despersonalização porque, ainda segundo Fernando Pessoa: "nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão nem educação quase nenhuma." Toda a obra de Caeiro é uma Ode à Natureza, considerando a sensação como a única realidade, não o pensamento racional. Caeiro, assim como Spinoza, acreditava em um Deus que não é o Deus humanizado das religiões, mas o Deus Natureza que está além do bem e do mal. Esta edição reúne toda a obra de Alberto Caeiro, constituída por três conjuntos de poemas: "O guardador de rebanhos", "O pastor amoroso" e "Poemas inconjuntos", assim como notas, imagens dos originais e ensaios de especialistas na obra de Fernando Pessoa, tais como: Leonardo Fróes, Fernando Cabral Martins e Ricardo Zenith. Um clássico da literatura e indispensável em qualquer biblioteca.

O guardador de rebanhos
(Poema I - Alberto Caeiro)

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos.
Ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes,
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas ideias
Ou olhando para as minhas ideias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me veem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural –

Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

O pastor amoroso
(Poema I - Alberto Caeiro)

Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo...
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima.
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor...
Tu não me tiraste a Natureza...
Tu não me mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para ao pé de mim.
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma.
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.

Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Só me arrependo de outrora te não ter amado.

Poemas Inconjuntos
(Quando tornar a vir a primavera - Alberto Caeiro)

Quando tornar a vir a primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a primavera nem sequer é uma coisa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.

Sobre o autor: Fernando (Antônio Nogueira) Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa. Em 1986, dois anos e meio após a morte do pai, foi morar com a mãe e o padrasto em Durban, na África do Sul, onde fez praticamente todos seus estudos – experiência que lhe deu um domínio seguro do inglês, língua na qual escreveu poemas desde a adolescência. Autor de uma obra extraordinária e múltipla, sua produção se desdobraria em muitos heterônimos, sendo Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis os mais célebres. Sob o nome de Bernardo Soares, Pessoa escreveu os fragmentos que mais tarde seriam reunidos em O livro do desassossego. Mensagem, de 1934, foi o único livro de poesia publicado em vida com a assinatura de Fernando Pessoa. O escritor morreu em 1935, em Lisboa.
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jonevesa 24/09/2022

a natureza é simples e boa
Adorei ler os poemas de Caeiro, adorei a sua simplicidade, a sua visão da natureza. Ele vê a natureza simplesmente como ela é, não estabelece nenhum sentido a ela, pois pra ele nada tem um sentido maior, ele não romantiza a natureza, apenas a vê e a sente.
Nem sempre concordei com ele, mas ainda achei interessante a sua forma de pensar. Mas me identifiquei principalmente quando ele estabelece à natureza um sentido divino.
Ma_ah 24/09/2022minha estante
Amo ??




Jonatas Albuquerque 07/06/2022

"Sentir é estar distraído."
Com toda certeza um dos melhores livros que já li do gênero. Cada segundo de leitura valeu a pena, e sinceramente acho que nunca li um livro tão rápido (apesar do livro no geral ser bem curto).

A maioria dos poemas são carregados de significado, o olhar "natural" que a grande maioria tem, me deu um prazer a mais durante a leitura.
Algum poema ou outro que não gostei, ou não entendi oque quis dizer kkkkkk. Mas mesmo assim recomendo muito.

" Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão -
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraído. "
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elisax.epub 06/05/2022

Sensational
Meu gostei demais, mas esse final é uma puta enrolação, n li nada, n sei se perdi muita coisa, mas sinto que não.
Sobre os poemas em si, não vou dizer que me identifiquei com tudo que o cara acredita (ou não acredita, no caso) afinal, n sou niilista, mas da pra destacar varios versos idependentemente, e meu livro ta cheio de marcação.
Antes de ler Caeiro e Bukowski, eu custumava achar que poesia era coisa de intelectual de ponta (uma vibe meio: ler Drummond e entender na primeira lida, tlg?) Mas me surpreendi muito com a escrita deles. Tocante demais, sensível demais, adorei muito.
É isso. Paz.
E. :)
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Eliza.Rezende 02/05/2022

Meu primeiro livro do autor e gostei bastante. Vale muito pena a leitura.

Os poemas me fizeram refletir bastante sobre a necessidade de se estar presente no aqui-agora. Daria pra fazer várias analogias sobre a ansiedade. Podemos dizer que Caeiro é um poeta-filósofo.
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gabriel 12/03/2022

A importância do olhar

Sem palavras pra essa maravilha. Aliás, sem palavras mesmo, pois seguindo as lições do Mestre, as palavras são inúteis: devemos nos voltar às coisas. Por incrível que pareça, ou por mais contraditório que soe, esta é uma poesia "anti-palavras", "anti-pensamento", ela é toda voltada para a percepção imediata das coisas.

Enxerguei um pouquinho do Merleau-Ponty nas palavras de Caeiro, o que, é claro, é meio que o rabo abanando o cachorro, pois o filósofo francês veio bem depois do Pessoa. Mas o espírito dele está aqui, nesta "filosofia de mundo", mas sem qualquer perspectiva filosófica, calando esta em benefício do próprio mundo. É uma poesia do olhar, do puro olhar.

Mas aqui, em vez de ele voltar o olhar diretamente às coisas, retratando pequenas cenas (como poderia fazer, por exemplo, uma poesia haikai), ele tematiza a coisa, então ele ao mesmo tempo reflete sobre essa condição (a condição do olhar puro), enquanto a nega declaradamente. Pode parecer confuso, mas funciona muito bem em termos de poesia.

É uma poesia quase antipoética, e mesmo assim, tão poética... o que é uma prova de que podemos encontrar poesia nos mais improváveis dos lugares e das mais diversas formas. As frases são quase em prosa, mas contém ritmo, um ritmo meio escondido, mas ele existe ali.

A minha edição estava meio bagunçada, no entanto. Não vou descontar na nota, porque eu peguei uma "paralela" e a culpa deve ser minha, mas cotejei os poemas mais problemáticos com o site "Arquivo Pessoa" (site que eu indico bastante), e isso resolveu a maior parte dos problemas. Aliás, dá até pra ler lá direto, sem problema algum.

Parece que existe também uma questão em relação aos seus manuscritos, a minha edição não esclarece, mas parece haver divergências quanto à grafia de alguns poemas. Isso mereceria um pouco mais de pesquisa.

Poemas maravilhosos, quase terapêuticos, tentam retomar o olhar puro sobre as coisas e uma aceitação do mundo (é uma poesia, poderia-se dizer, "conformista", mas em sentido bom), eles são um pouco repetitivos pois falam basicamente da mesma coisa, mas tem o benefício de oferecer ângulos ligeiramente diferentes sobre o mesmo assunto, abordando aspectos diferentes desta pureza do olhar.

Gostei do poema em que Jesus Cristo é um menino, poema muito engenhoso, gostei também do poema em que ele compara a ave ao animal, interessante o deslocamento de sentido, pois a ave também é um animal, mas ao diferenciá-los, ele pressupõe uma "transcendência" (ou, talvez, sacralidade) no primeiro, e também interessante o jogo de sentido disso com o papel que o chão tem nos últimos poemas (aqui, ele tem sentido negativo, em oposição à ave que passa; nos últimos, pisar no chão é vantajoso).

Tanto que num dos últimos poemas (acredito que já são nos Fragmentos, mas posso estar enganado), ele diz que, ao pularmos, ficamos no ar por alguns instantes, e o ar não é nossa realidade. Nossa realidade é o chão, e é bom sentir o solo nos pés. Então há esse jogo entre o ar e o solo, bem interessante na comparação entre ambos os poemas (o da ave e este).

Alguns poemas são iniciados pelo título, o que dá um efeito involuntariamente cômico (ou eles não teriam título?).

O livro foi escrito há mais de cem anos, mas a linguagem é completamente atual, dá pra ler de maneira tranquilíssima, e olha que o cara era português.

Livro mais do que indicado, um divisor de águas nas minhas leituras poéticas, explorarei mais os outros heterônimos e o ortônimo, os quais só conheço superficialmente.
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ste 13/12/2021

Legalzinho
Alguns bons poemas e outros nem tanto.

A única certeza que tenho é que esse bicho tava amando e MUITO na época que escreveu isso.
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Katia Rodrigues 16/10/2021

A poesia das sensações
Caeiro é meu heterônimo favorito, gosto dessa busca por "ver" o real como ele se apresenta, na sua simplicidade, sem idealizações. Uma espécie de poeta-filósofo, que extrai seu pensamento do contato direito com as coisas e com a natureza.

Creio no mundo como num malmequer
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O mundo não se faz para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Craotchky 16/10/2021minha estante
Pessoa, em qualquer voz, é fantástico. Meu poeta favorito sem dúvida. Mas confesso que minha voz preferida é Campos.


Katia Rodrigues 16/10/2021minha estante
Campos é maravilhoso tbm, modernista, futurista. Tenho a impressão q ele utiliza um pouco do "sensacionismo" do Caeiro, porém de uma forma diferente a partir das sensações da vida urbana. Como vc disse Pessoa é sensacional de qualquer jeito ?


re.aforiori 17/10/2021minha estante
Pessoa, também, entre todos os poetas, é o meu favorito! ???

Amo a poesia de todos seus heterônimos. Campos é o meu favorito, por ter mais poemas que me identifico; em seguida, vem o Reis, e depois, o Caeiro.

Mas também, aprecio muito a poesia ortônima de Pessoa. Que em volume é maior que a de todos heteronimos juntos. Porém, estou ainda conhecendo-a...

??


Katia Rodrigues 17/10/2021minha estante
Renato,t bm sou fã de todas as "facetas" da poesia do Pessoa.

Ele tá no meu top 5. Favorita mesmo é a Cecília Meireles, inclusive recomendo Vaga música, vários poemas bem "pessoanos". Acho q vc vai gostar ?


re.aforiori 17/10/2021minha estante
Katia,

Gosto bastante da Cecilia também. Mas li apenas poemas esparsos dela; ainda não li um livro do inicio ao fim...

No entanto, em breve, pretendo ler a obra completa dela... São 2000 páginas de poesia... E ?Vaga música? é um dos livros da maturidade dela; e é um dos que eu nutro mais interesse...

Acredito que ela seja a poeta de nossa literatura, que tenha uma obra com maior volume...

Quando olho para os tomos da obra completa dela, em minha estante, eu faço um trocadilho com aqueles versos de Drummond, e penso: ?Obra obra vasta obra! ???

E isto, sem duvida, é um dos motivos, por ela ser considerada ? pela plêiade a qual fazia parte, e por muitos críticos ? a maior poetisa da língua portuguesa.

??


Katia Rodrigues 19/10/2021minha estante
Coragem, Renato. Vai valer a pena ? Já contabiliza aí 2000 páginas na sua meta literária do próximo ano kkkkkk


Katia Rodrigues 19/10/2021minha estante
Acertei na indicação de Vaga música hein ?


re.aforiori 22/10/2021minha estante
Ah, ah, ha! ?

Ah, sim! Há de valer a pena, sem dúvida! ??

Mas nem penso na quantidade de páginas, não. O mais importante para mim é sorver o máximo de cada página.

E fico recitando o mesmo poema inúmeras vezes, quando gosto muito... até chegar a decora-lo... ??

Faço anotações; analiso... Vou indo sem pressa... Haha! ?

Sobre a quantidade de páginas, só comentei pq, como sabemos, é algo consideravelmente volumoso para a obra de um poeta...


re.aforiori 22/10/2021minha estante
Sim, hei de ler ?Vaga Música? com ainda mais carinho, devido a sua indicação...

Pode deixar!

??


Gio 23/10/2021minha estante
Ah, o Caeiro... O Guardador de Rebanhos, não? Esse poema entra fundo na alma. É meu heterônimo preferido também.


Katia Rodrigues 23/10/2021minha estante
"Há metafísica bastante em não pensar em nada" Maravilhoso né.
Pois é Giovani, vc definiu bem. Q massa q tbm é seu preferido ? Tamo junto ??




Bruna 06/10/2021

"Basta existir para ser completo"
Considerado o mestre dos heterônimos de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro se destaca pela sua sabedoria e simplicidade. Seus poemas trazem a sua visão de mundo sobre a natureza e o real. Muitas vezes, pensamos tanto sobre as coisas que nos perdemos nos pensamentos e, com isso, nos esquecemos de olhar para as coisas diretamente, verdadeiramente, como elas realmente são. Esse é um grande ensinamento de Caeiro: ver as coisas como são, sem comparação, sem se perder de vista pelos pensamentos e divagações. Os poemas "Se eu pudesse", "O amor é uma companhia" e "Última estrela a desaparecer antes do dia" foram boas surpresas, belíssimos!

"A espantosa realidade das coisas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para ser completo. [...]"
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ste 25/09/2021

Definitivamente o melhor Heterônimo
Adoro Fernando Pessoa, seus poemas sempre me deixam pensativa e um tanto melancólica.

Alberto Caeiro se tornou meu Heterônimo favorito, com meus poemas favoritos e citações favoritas. Que grande poeta tivemos! Espero um dia conseguir ler tudo dele.
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Raí 30/07/2021

Alberto Caeiro e o mundo
Às vezes eu leio um livro e só de ler esse livro sinto que valeu a pena ter nascido e, principalmente, estar vivo. Sinto que beleza do agora é maior do que o futuro porque está aqui e eu a vejo enquanto que o futuro ainda é mera possibilidade.
Terminei a leitura desse livro incrível agora há pouco e me sinto um pouco poeta. A "simplicidade" dos versos de Caeiro tem uma força imensa e são de uma beleza... Deletei com toda certeza.
Impregnou poesia na minha alma.

Concluído em:
30/07/2021
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Nicole.Avancini 29/06/2021

Poesia vs Filosofia
Fernando Pessoa (ou melhor, seu heterônimo Alberto Caeiro) nos entrega nessa obra uma leitura de versos livres agradabilíssima que, mais do que contar uma pequena história, revelam pequenas filosofias. O poeta põe o jogo a realidade que vê e a realidade que existe de fato, negando haver qualquer interrupção entre as duas. O mundo é tal como ele é, as flores, as árvores, os rios - nada disso esconde qualquer metafísica de nossos olhos. E, levando a cabo esse seu posicionamento em muitos de seus versos, o poeta confirma a vitória da poesia sobre a filosofia.
gabriel 12/03/2022minha estante
"A vitória da poesia sobre a filosofia", adorei.




Madson 19/06/2021

Conhecendo Alberto Caieiro, um dos vários heterônimos de Fernando Pessoa. Alguns poemas tem o poder de nos transportar instantaneamente para uma pequena fazenda em Portugal.
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eupoetizo 24/05/2021

Rascunho 08
Não sei falar de poesia se não lembrar-me Fernando Pessoa, não sei contar sobre inspiração se não citar Fernando Pessoa. Não teria adjetivos para descrevê-lo, Fernando Pessoa é o próprio infinito, cheio de personalidades e completamente diferente de todas as cousas - como ele sempre se intitulava -. E essa obra, Poesia completa de Alberto Caeiro, podemos conhecer a versão de despersonalização dramática do próprio autor.

Por que me identifico tanto com esse poeta? Porque poesia para ele não há regras, e isso é o meu espírito poético. Isso é o meu ?eu poetizo?, o EU poetizo nasceu disso.

EU AMO ESSE POETA, foi e/é uma das minhas maiores inspirações literária e poética. ?
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