O filho de mil homens

O filho de mil homens Valter Hugo Mãe




Resenhas - O Filho de Mil Homens


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Gerlania 22/05/2024

Impactante
Concluí a leitura com aquela sensação de ter sido muito alimentada e que ainda precisarei de um tempo para digerir tudo. Que livro, senhores e senhoras. Intenso, desnudo e muito perspicaz. Como transformar o cotidiano, o estranho, o diferente e tirar a venda do leitor ao ponto de ele enxergar os pontos que os seres humanos são todos iguais? O autor consegue fazer isso. Afinal, queremos ser vistos, compreendidos e amados. Queremos pertencer: a um lugar, um grupo, ao sentimento do outro. E essa obra nos oferece vários exemplos disso sob uma luz muito forte ao ponto de (es)clarecer o mundo. Somos filhos de mil pais e mil mães. Somos filhos de mil homens.
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Dump 22/05/2024

Resenha "O filho de mil homens"
Este foi o primeiro livro que eu li do Valter Hugo Mãe, mas com certeza não será o último. A escrita dele neste livro é impecável e te faz refletir muito, a maneira como os destinos dos personagens vão se encontrando e se moldando e incrível e muito bem pensada. É um livro que fica na sua cabeça mesmo depois de você ter terminado de ler.
Em resumo é um livro perfeito para quem quer uma leitura que faça pensar e que está disposto a ler de coração aberto.
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Nayane46 21/05/2024

Valter Hugo Mãe tem uma escrita belíssima, tal característica me encantou mais do que a história em si.

O livro trata de histórias de pessoas que entrelaçam-se.

Um dos princípais personagens é Crisóstomo, um pescador que aos 40 anos sonha em ter um filho. Sua vida irá se conectar a de outras pessoas como Camilo e Isaura. Conhecemos a história de cada um desses personagens, bem como também conhecemos uma anã, que sofre preconceito por se envolver com diversos homens e também por sua condição; o homossexual Antonino; o solitário viúvo, Gemúndio e alguns outros mais.

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carlosmanoelt 20/05/2024

?Ser o que se pode é a felicidade.?
?Todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.?

Valter Hugo Mãe é um dos romancistas mais prestigiados da atualidade. José Saramago, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, referiu-se ao autor como um tsunami linguístico. De fato, a escrita de Mãe explora com maestria toda a potencialidade e beleza da língua portuguesa. Um rebento de palavras, uma obra que abarca a estética da prosa lusitana do século XX, que se revela em prosa poética, com elementos de leveza, em romance que nomeamos de polifônico. Sem deixar de lado questões sócio-políticas emergentes, tal livro pensa que quando se sonha, a realidade aprende.

Com uma prosa poética dividida em vinte contos que se entrelaçam numa história comum. O enredo de ?O Filho de Mil Homens? perpassa numa vila litorânea fictícia, de modo que o romance emana um tom enlevo de locus amoenus (do latim: ?lugar ameno?). Nela, o pescador Crisóstomo, a enjeitada Isaura, o órfão Camilo e o delicado Antonino engatam suas trajetórias pessoais com lirismo e introspecção. A cadência da narrativa sensível de Mãe conduz o leitor para um mergulho profundo no âmago de cada personagem.

Crisóstomo é um homem que era só metade. Um pescador solitário que, chegando aos quarenta anos, assume a tristeza de sua vida e procura ser completo através de um filho. E o faz, portanto, porque deseja ser amado. De acordo com Sartre, ?aquele que ama só ama esperando a reciprocidade. As relações com o outro só existem porque quem ama dá ao outro o sentido de existência absoluto?. O personagem empenha uma busca pelo amor que é intrínseca à natureza humana. Sob essa ótica, a procura de Crisóstomo o leva ao menino Camilo, órfão de uma anã que encontra no velho pescador um refúgio e uma família.

Durante os capítulos de abertura, os personagens encontram-se imersos num estado de desmedida melancolia. Em contraste com a angústia da solidão e do abismo existencial, destaca-se a sutileza da paisagem lúdica descrita por Mãe, em especial da casa de paredes azuis de Crisóstomo que se confunde com as cores do mar salgado. No interior do vilarejo, a jovem Isaura vive reclusa com sua mãe idosa. Desvirginada e abandonada pelo noivo antes do casamento, a personagem passará a enxergar o amor como uma fome bruta e sem prazer.

Isaura, tal qual a icônica Macabéa de Clarice Lispector, necessita e anseia pela conexão com outro (e, por conseguinte, com o mundo) para não perder-se em si. Todavia, já não poderia ser aceita por um pretendente, pois não era mais casta, de maneira que, para ela, só restava o amor dos infelizes. Essa crença a faz aceitar casar-se com Antonino, um homossexual que sofria com o escárnio da comunidade e pretendia, através de um casamento de aparências, manter-se dentro dos padrões conservadores da vila. O homem maricas, que padecia de paixões pelo seu sexo, havia sentido na pele que ?à beleza dos homens correspondia a fúria, a bestial crueldade?. Após a cerimônia, contudo, Antonino desaparece e a moça experimenta novamente o abandono.

O afeto, na obra de Mãe, é uma inesgotável fonte de energia psíquica, aquela que permite dar sentido ao caminho individual de cada personagem, que por si só não o faz, mas o constrói na interação com o outro. O romance imprime ao leitor uma catarse, ao transformar a desolação em regozijo e afeto. O amor dos infelizes triunfa deixando o sentimento de esperança. Assim, a sensibilidade e a genialidade poética de Mãe nos presenteiam com uma das obras mais brilhantemente humanas da literatura contemporânea.
Vania.Cristina 20/05/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Carlos. Muito bem construída.


carlosmanoelt 20/05/2024minha estante
muito obrigado :)




Gianik 19/05/2024

Simplesmente poético e delicado!

Inicialmente parece uma história sobre um homem que quer encontrar um filho, mas com o decorrer da história percebemos que é além disso, é uma história sobre o valor de nossos pares, do quanto somos um todo mesmo sendo apenas um.

Posso dizer com segurança que é o livro mais belo que li esse ano!
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francezju 16/05/2024

Começar um livro com a expectativa lá em cima é fácil pra se decepcionar. mas, apesar de não ter sido 5 estrelas como eu imaginei que seria, gostei bastante. minha dificuldade e enrosco é com esse português de Portugal, cheio de palavras e termos que poderiam muito bem ser outro idioma.
acompanhamos várias histórias de diferentes pessoas que se encontram durante o livro. eu diria que amor e família são os principais assuntos tratados, além de aceitação. a linguagem não chega a ser difícil mas, pra mim, pode ser um pouquinho cansativa às vezes, de tão poética e floreada - apesar de bonita.
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garrettzao 16/05/2024

DADDY ISSUES (já não o sei o que é ter isso)
tudo é choque e antecipado aqui, as palavras primeiro são jogadas na nossa cara e depois o autor espera que a gente mastigue-as e, depois, tente compreendê-las sob outro (ou nenhum) contexto.

é aquele livro que a depender de como vc se sente em relação ao que se está contando, você se transforma: e eu estou transformado.

como que pode a gente ser filho de mil homens e mil mulheres. pra mim, foi como se eu sentisse todos esses mil homens e mil mulheres que me formaram frente a frente.

eu, no meu defeito em achar significados em tudo, acabei, admito, colocando os pés pela mão as vezes, mas pra mim, tudo aqui significou muito, em especial: Antônio

tantas camadas de coisas aqui, e não é como se fosse um complexo de sentimentos que nos fazem perder a cabeça para tentar compreender ou sentir, pelo contrário, são camadas finas e simples de um personagem muito profundo e bem construído que me fez me ver nele.

eu não poderia não dizer da relação mais linda entre pai e filho construído aqui [putaquepariu] é a coisa mais linda do mundo. Gemúndio em busca pelo filho, te acolhe como pai, e que pai mais lindo de alma. eu fui adotado por ele tbm e daddy issues já não sei o que é ter isso.

já queria muito ler Valter Hugo mãe, mas sempre o deixava em segundo plano,

as vezes a gente tem que confiar nos nossos instintos,

ele é um livro pra se ler em primeiro plano. enfim, ele é, hoje, como uma mãe pra mim...
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Drida 15/05/2024

O amor é uma intenção
Partido dessa fala, que o amor é uma intensão. Valter Hugo Mãe conta com muita sensibilidade essa história .
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Greice21 10/05/2024

Nunca limites o amor ...
Em poucas palavras, que livro surpreendente. No início, fiquei um pouco confusa, mas quando me dei conta da teia de relações interpessoais da qual os personagens fazem parte, achei esplêndida a dinâmica do escritor. O modo como cada vida ali descrita se interliga e acaba influenciando uma subsequente, nos mostra como não se vive sozinho, tudo está em movimento, todos estamos no mesmo barco, a mercê das intempéries do presente, aprendizados do passado e cultivo do futuro. O livro passa uma mensagem tão ampla, que é difícil descrever o que se sente após a leitura. A solidão, a incerteza dos amores, a humilhação, juntamente da negligência e repulsa de uma mãe perante um filho que não se enquadra no estereótipo pré-estabelecido pela sociedade, entre tantos outros pontos pincelados por Valter Hugo nesta obra.
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MarcosQz 04/05/2024

Filhos de mil homens e mil mulheres
"nunca limites o amor, filho, nunca por preconceito algum limites o amor."

Crisóstomo é um homem de quarenta anos e acha que tudo em sua vida é pela metade, só um filho tornaria tudo completo. Então surge Camilo, um jovem que perdeu seu último parente e Crisóstomo o leva para casa como um filho.
Uma anã, em uma vila, é vista por todos como uma coitadinha, com pena. Até que engravida, então passa a ser vista de outra forma. Morre ao ganhar o bebê, Camilo. Isaura se entrega ao amor de seu prometido e os arrependimentos e danos vêm. Isaura caía para dentro dela mesma. As vidas de Crisóstomo, Camilo, Isaura e Antonino se entrelaçam entre medos, incertezas, preconceitos, desejos e amor uns pelos outros.

Mãe vai costurando as narrativas, colocando um personagem na vida do outro, lapidando os encontros e a solidão individual de cada um deles, até que da solidão exista uma família. O desejo de amar é acompanhado pelo medo, amar assusta, ainda mais quando se trata de um amor que não é compreendido. O amor é a grande espera de cada um e parece alcança-los.
O filho de mil homens é uma história sobre solidão e amor, sobre como o amor é a felicidade, sobre como limitar o amor é trágico, sobre como amar muda o mundo.
Que sejamos mais como Crisóstomo e Antonino, que amam sem preconceitos.
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Rahgm 01/05/2024

É um livro lindo, que fala muito de sofrimentos cotidianos e como a vida poderia ser mais fácil se fôssemos mais gentis e menos julgadores.
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Jacy.Antunes 01/05/2024

25 de abril de 1974
"Em uma aldeia no interior de Portugal vivia um homem que era só metade", é assim que começa a saga de Crisostomo , ao redor de quem os enjeitados da aldeia se unem por afeto.
O livro tem vinte capítulos curtos onde são apresentados os principais personagens São personagens bem construídos : o homossexual rejeitado pela mãe , a moça desprezada pelo noivo e o homem que queria um filho.
Assim era Portugal até abril de 1974 : um pais atrasado, analfabeto e com censura quando a Revolução dos Cravos acabou com os 50 anos da ditadura de Salazar .
Alguns anos atrás estive na Praça do Carmo onde além das ruínas da igreja há o Quartel do Exército português onde o levante começou . Sem ele até hoje Saramago , Valter Hugo Mãe e Antônio Lobo Antunes estariam proibidos .



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Gabriel1994 30/04/2024

POESIA, SOLIDAO E FAMILIA
Simplesmente perfeito, um livro que constrói personagens com relações não sanguíneas, mas que se vêem como uma família. Carrego comigo esses personagens principais para minha vida.
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