Andrea 28/05/2021
Ações e reações
No verão escaldante de 1944 em Newark, uma cidade do estado de Nova Jersey, as crianças filhas de famílias que não tinham condições de irem para lugares mais frescos, passavam suas férias em um pátio de escola, sob a supervisão de Bucky Cantor, um professor admirado por todos, que assume a tarefa com a sua característica seriedade.
Mas após o feriado que marca o início da estação, ocorre o primeiro caso de poliomielite. A primeira orientação é não se dobrar ao medo e permitir que as crianças sigam a sua vida normal, brincando e interagindo normalmente. Mas logo a cidade se vê enfrentando um surto da doença, atingindo inclusive as crianças do pátio que aos poucos começam a ser hospitalizadas, seguida de casos de morte e paralisia.
Em um livro curto, de escrita fluída, Philip Roth coloca o leitor em uma comunidade judaica, em um mundo em polvorosa, a poliomielite acaba somando-se a preocupação de seus habitantes, despertando as mais diferentes reações, que vão da tristeza extrema a busca por um responsável pelo cenário trágico.
Mas ao contrário do que se possa imaginar, o foco não é o surto de poliomielite em si, mas como Cantor reage a tudo o que lhe aconteceu na vida, assim como a busca constante e fracassada da possível imagem que o avô, já falecido, teria esperado dele.
Por isso me arrisco dizer que aqui estamos lidando com uma visão de um homem em relação as suas opiniões, crenças, dúvidas, sonhos, perdas, orgulho, honra, autoestima ao se ver em uma situação limite para ele, já que cada pessoa reage de uma maneira diferente dentro da própria história.
Resenha completa no blog: http://literamandoliteraturando.blogspot.com/2021/05/nemesis.html?m=0