Mac 28/07/2014
Até Eu Te Encontrar
Sempre digo que não acredito muito nestas coisas de "destino", mas sim no quesito "sorte". Também costumo afirmar que nada nesta vida acontece por acaso ou o que é nosso está muito bem guardado... Aonde? Só Deus sabe!
Uma decisão pode, sim, mudar o rumo de vários acontecimentos e, às vezes, fazer com que as pessoas sigam por um caminho sem volta. Por um lado, isso pode ser bom. Pelo outro, não. A única coisa que podemos ter absoluta certeza é que só colhemos aquilo que plantamos.
E é em meio a essa reflexão que o leitor se depara a ler "Até Eu te Encontrar", da autora - brasileira - Graciela Mayrink. O tema, à princípio, mostrou-se ser muito interessante. E, devido às boas críticas, até então, fiquei tentada a descobrir como a autora sustentaria uma história de amor, tendo como pano de fundo a Cultura Wicca.
“Coincidências não existem. – disse Sônia. O que acontece é que a vida sempre nos leva na direção de certas pessoas.”
Logo de cara digo que o ideal seria construir personagens consistentes, fugir dos clichês e dar um desfecho emocionante à trama. Isto, talvez aumentasse o número de admiradores da obra. Mas, infelizmente, Graciela - por algum motivo que ainda não consegui entender - resolveu fazer exatamente o oposto.
Ao término da leitura, concluí que:
Flávia - a protagonista ruiva - é páreo duro para Bella (Saga Crepúsculo), com suas dialéticas que chegam a ser irritantes, às vezes. Dizem que as ruivas possuem um temperamento forte e explosivo, né?! Mas isto não se aplica à Flávia que é tão introspectiva que dá vontade de entrar na história e gritar um "Acorda, garota lesa"! E ela somente faz jus ao cabelo ruivo, nos momentos mais indevidos. Enfim...
Luigi - a alma gêmea de Flávia - é que salva (um pouco) a história. Digo isso porque eu senti mais profundidade neste personagem. E como aconteceu com muitos que acompanharam a saga Crepúsculo, os leitores podem se identificar mais com os personagens masculinos. Porque estes foram mil vezes melhores construídos.
Os personagens secundários, como Sônia, deveriam ganhar um pouco mais de destaque com a sua sabedoria e ensinamentos.
O que mais entristece é perceber que a autoria tinha um tema que lhe daria um leque gigantesco de opções para desenvolver a trama, mas optou pelo óbvio, transformando sua obra em mais uma, em meio a tantas outras. Em outras palavras, a história em si não alcançou o potencial que supostamente foi proposto em sua sinopse. E isto é muito decepcionante.
No entanto, o romance em si consegue atingir e convencer somente aquele público que curte uma história despretensiosa, sem grandes reviravoltas. Portanto, recomendo "Até Eu te Encontrar" somente para aqueles que curtem algo assim.
Os demais... bem aí fica a critério de cada um!
Ao término deste livro eu pensei com grande pesar "Aaaah! Que vontade de reler As Brumas de Avalon!"
Bjins e inté! (MAC BATISTA)
site: http://www.apenasimpressoesliterarias.com.br/2013/10/resenha-ate-eu-te-encontrar-de-graciela.html