Iris Figueiredo 13/09/2011
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O romance de estreia de Graciela Mayrink vem para responder os pedidos de muitas pessoas: um livro cujo cenário é uma Universidade. É muito mais fácil encontrar livros que tenham como cenário escolas e sempre vejo leitores comentando que adorariam ler mais livros que se passem em universidades.
Em "Até eu te encontrar" conhecemos Flávia, que morou em Lavras com os tios por muito tempo, desde que os pais morreram em um acidente quando ela era criança. Decidida a viver uma mudança em sua vida, ela vai para Viçosa estudar Agronomia na UFV. Morando sozinha pela primeira vez, ela conhece Sônia, vizinha de porta e amiga de infância de sua mãe. Sônia parece saber muitas coisas sobre o passado da família que Flávia desconhece.
Em um cenário universitário, com um clima jovem e uma temática que foi surpresa para mim, "Até eu te encontrar" é um ótimo livro de estreia. Flávia é uma personagem com personalidade própria e todos os seus amigos são ótimos personagens. Além disso, o livro não foca apenas no romance, apesar de tratar principalmente disso.
Eu ia contar uma coisinha que permeia toda a história, mas vou deixar isso como um elemento surpresa, afinal de contas, foi o que fez o livro ser além do que eu esperava. Não é algo que tenha na sinopse que está na orelha do livro, mas é subentendido logo nos primeiros capítulos.
Meus personagens preferidos são a Lauren e o Felipe, mas todos eles foram bem construídos e possuem uma personalidade marcante, cada um a seu modo. Adorei a forma como a amizade é valorizada no decorrer do livro, de uma forma muito bonita e difícil de se ver por aí. Fiquei apaixonada pelo modo em como os personagens são bons amigos uns dos outros.
Porém, tive alguns problemas com a leitura. Grande parte dos capítulos iniciais começam de modo parecido (com a personagem acordando, sem que isso fosse relevante ao capítulo, apenas para indicar a passagem de tempo), e isso me incomodou. Sempre dava a sensação de "já vi isso antes" e parecia que a autora não conseguiu pensar em outras formas de iniciar o capítulo. Além disso, o livro é basicamente composto de diálogos. Senti muita falta das descrições dos personagens, das emoções e dos cenários, coisa que a gente não consegue "apalpar" muito bem através de conversas.
A autora estudou Agronomia na Universidade Federal de Viçosa e fez pós em Lavras e cita locais reais em seu livro, levando o leitor até a cidade e tornando a história completamente possível de ter acontecido. Uma pena que a descrição tenha sido pouca, pois assim me sentiria mais ainda dentro de Viçosa e sua vida universitária. Mas mesmo com a pouca descrição, já dá para ter uma boa ideia de como é Viçosa e o que fazer por lá. Quando fizerem uma visitinha, já sabem que dá para usar o livro como guia turístico!
O livro é super rápido de ler e você vai virando as páginas, querendo saber o que acontece. Graciela consegue levar você para dentro das páginas do livro e com que você se interesse pelo desfecho. Tem um quê de conto de fadas contemporâneo, com um pouco de "mágica real". Apesar das diferenças de pensamentos com algumas coisas, eu amei o livro e, exceto por esses pequenos "probleminhas" que apontei, é excelente! Tenho quase certeza que vocês vão gostar.