Suzana 19/08/2023
How I Learned to Stop Worrying and Love the Solitude
Que experiência engraçada esse livro: no mesmo dia em que terminei de ler Noites Brancas, um livro no qual o protagonista intensamente ensimesmado se sente condenado à solidão, a minha primeira impressão de Cartas a um Jovem Poeta é de que se tratava de uma celebração da solidão, achei muito irônico acontecer de ler livros tão diametralmente opostos em um mesmo dia.
Acontece que a medida em que eu progredia, comecei a perceber que o que Rilke faz não é uma romantização vazia da solidão, na verdade ele a encara como um fato inescapável, e do qual não devemos ser desesperados para escapar. Segundo Rilke, devemos ter paciência conosco quando estamos enfrentando a solidão, a tristeza e quaisquer dificuldades, nas palavras dele, não ficarmos ansiosos por respostas e conclusções, mas aprender a amar as perguntas.
Parece barato quando colocado dessa maneira, mas Rilke aconselha seu correspondente a tolerar as dificuldades como as oportunidades de crescimento que elas são, sem recriminações ao nosso eu do passado, que normalmente encaramos como o responsável pelos nossos infortúnios. Enfim, essa leitura não poderia vir em um momento mais apropriado.