Resenhas - Migrations

Guilherme.Dabul 23/04/2023

Frany procura um barco para achar o local de nidificação da andorinha-do-mar do ártico na antártica.
Achou o capitão Ennis e sua tripulação, porém ambos descobrem que procuram a mesma coisa.

Zeli Giovana 23/04/2023

Livro muito bom, uma narrativa fluída, uma história que se passa no presente com flashback do passado da personagem. Em determinado momento do livro eu não sabia se queria que fosse revelado todo o passado de Franny ou queria saber o desfecho do Saghani! As duas histórias correram paralelas e não achei em nenhum momento monótono ter que voltar ao passado ou ficar no presente, como acontece em alguns livros desse estilo. Onde você acaba as vezes pulando algumas páginas, o que dessa vez não me aconteceu.

DEA 22/04/2023

No início do livro eu achei a história mais interessante, porém depois senti meio enrolada, com tantas reviravoltas e com algumas situações desnecessárias, na minha opinião.
Além disso, senti falta de uma finalização de alguns personagens (Samuel, Lea e Ennis?????).

Mas o livro despertou a minha curiosidade, me prendeu querendo descobrir alguns pontos sobre a vida de Franny, e assim entender os motivos dos seus traumas, seu passado, suas atitudes, seus desequilíbrios, suas perdas, porém algumas coisas quando foram reveladas não achei tão surpreendentes assim, já em outras ajudaram a compreender certas reações da Franny.

Mas o ponto alto da história é sobre as andorinhas, achei fantástico saber um pouco mais sobre as migrações que elas fazem, nunca tinha lido a respeito e achei muito interessante.
E acima de tudo a mensagem que a autora passou sobre o quanto o homem destrói tudo em que coloca as mãos, por ganância e se sentir superior, e isso nos deixa um alerta sobre o futuro, ou melhor, o que devemos fazer agora.

Destaco alguns pontos para reflexão:
"... nenhuma pessoa é pequena demais para fazer a sua parte."

"Ele respondeu que nossas vidas não significam nada exceto, em um ciclo de regeneração, que somos centelhas incompreensivelmente breves, assim como os animais, e que não somos mais importantes do que eles, não somos mais dignos de vida do que qualquer outra criatura.
Que mergulhados em nossa soberba, em nossa busca por significado, esquecemos como compartilhar o planeta que nos proporcionou a vida."

"Porque é isso que as migrações e os deslocamentos fazem conosco: quando deixa a casa rumo a terras desconhecidas, você não continua simplesmente vivendo como antes; uma parte de você morre por dentro para que outra parte possa começar tudo de novo."

"O impacto de uma vida pode ser medido pelo que ela oferece e pelo que deixa para trás, mas também pode ser medido pelo que ela leva do mundo."

"... ninguém pensa que as coisas que amam deixarão de existir."

"Como um naufrágio, morremos ao afundar em nós mesmos..."

Lety Valadares 19/04/2023

Profundo
Vi que esse livro dividiu opiniões, isso é fantástico porque cada livro toca de forma diferente as pessoas. Depende do momento que cada um está quando lê.
Para mim foi sensacional, fiz várias marcações, esse livro me fez refletir muito sobre a personalidade das pessoas, seus traumas e suas migrações.
Achei profundo e tocante a leitura.

juliocmofc 13/04/2023

UMA CRIATURA CAPAZ DE AMAR, MAS INCAPAZ DE FICAR
Franny Stone pode ser considerada um espírito livre. Seu atual objetivo é acompanhar a migração das andorinhas do ártico de um polo ao outro do planeta.

Ela carrega consigo marcas de um passado difícil. Considerada inconsequente e egoísta por uns, andarilha e selvagem por outros, Franny busca por redenção.

Após várias tentativas de encontrar uma embarcação e tripulantes que estivessem dispostos a cooperar com sua jornada, Franny encontra a tripulação do Saghani.

A princípio todos ficam receosos com a presença dela na embarcação, mas o pessoal desse navio pesqueiro acabam acolhendo-a como se fosse parte da família.

Em um futuro distópico em que quase todas as espécies de animais foram extintas podemos conhecer um pouco melhor Franny e seu passado, este que é revelado no decorrer da narrativa. A história alterna passado e presente entre os capítulos.

? Pode parecer loucura essa jornada para alguém sem formação acadêmica alguma como Franny, mas descobrimos que há um motivo por trás disso tudo!

? O fato de Franny ser uma protagonista forte, praticamente um espírito livre, foi algo que me chamou a atenção positivamente!

?? A escrita da autora é algo envolvente, o vai e vem temporal entre passado e presente revela nuances da protagonista que impressionam.

? Nessa jornada de um polo ao outro nos deparamos com diversos destinos e uma grande mensagem sobre consciência ambiental nas entrelinhas.

luizagross 12/04/2023

Maravilhoso! A personagem principal acompanha a última migração das andorinhas do Ártico, em um futuro não especificado onde há uma extinção em massa de animais. Concomitantemente, vai mostrando o passado da personagem, de forma não linear, abordando seus traumas, personalidade e desejos de forma tão profunda que gera uma conexão inevitável com a personagem.

Gabriel.Foppa 12/04/2023

Tô toda arrepiadaaaa
Pelas andorinhas do ártico eu dou minha vida graças a Deus, chorei no final. Uau tantas emoções

Rayssa Bonissatto @livrosdarayssa 09/04/2023

Uma migração particular
Um futuro próximo, com 80% da fauna extinta e o restante desaparecendo rapidamente devido ao aquecimento global e a destruição humana. Os animais estão morrendo e embreve estaremos sozinhos. Esse é o cenário distópico de Migrações.

Nesse livro, Franny Stone, uma mulher imperfeita, inconstante e quebrada, deixa tudo para trás para seguir as últimas andorinhas-do-mar na sua jornada migratória final, da Groelândia até a Antártida. Ela consegue um lugar numa embarcação pesqueira e vai. Cada vez mais longe da segurança.

À medida que a jornada segue na direção sul do globo, vamos desvendando a história de Franny, que envolve um amor verdadeiro, uma família ausente e muitas feridas. Fica claro que Franny também busca sua redenção.

Tramas marítimas geralmente retratam jornadas de autoconhecimento, com Migrações não é diferente. A voz da narradora feminina busca ao fundo de sua alma: sobre o se reconhecer, se reconstruir, se destruir.

Não é uma jornada simples, por mais profunda e envolvente. É uma leitura que precisa ser ruminada. Tem um ritmo bem devagar.

Além disso, também tive a sensação que ao mesmo tempo em que vejo Franny muito bem desenvolvida, não sinto a mesma profundidade nos personagens secundários, principalmente quanto às suas motivações.

Mas independente disso, Migrações une a distopia ambiental e uma jornada psicológica maravilhosamente. A história de Franny toca fundo. A preocupação ambiental também e, neste ponto, espero que esse livro seja apenas ficção e não presságio.

Gislaine 09/04/2023

Verdade ou desafio
A forma como os acontecimentos do passado permeiam o curso da história é, na minha opinião, o verdadeiro entusiasmo dessa narrativa. Aguça a curiosidade e nos tira da monotonia. Não dá vontade de parar!!
No entanto, ao chegar no final senti o ar faltar... Eu esperava mais! Esperava realização, concretização. Fiquei com a sensação de devaneio.

Sandrovsky 09/04/2023

Final emocionante
A leitura foi um pouco arrastada, mas o desenrolar da trama foi surpreendente e o epílogo foi lindo demais. Me fez entender o risco da extinção de algumas espécies e a necessidade de ações efetivas para reverter a ganância do homem.

Lucy 07/04/2023

Distopia de um mundo em algum lugar do futuro, o livro narra a saga de Fanny e seu amor pelas aves. A narrativa alterna entre os momentos atuais e as narrativas passadas. Achei que apesar da escrita e da narrativa serem bem fluidas, o livro acaba enrolando muito, abrindo várias portas o que fica meio cansativo.

Janaina 06/04/2023

Com uma proposta distópica, que desenha uma vida com 80% da fauna extinta, a ponto de se proibir a pesca por dinheiro, a obra traz como pano de fundo o drama ambiental que justificará a mudança da rota da viagem do capitão Malone para acompanhar a migração das Andorinhas do Ártico, enquanto narra a conturbada história de vida de Franny.

A forma como a personagem é construída, usando recursos de feedback alternados no tempo, incute no leitor as sensações de confusão e angústia que a definem.

Sua busca incessante pela genealogia familiar, como forma de resgate de pertencimento, aliada a sua personalidade migratória e seus hábitos quase autodestrutivos caminham para lhe direcionar a um futuro catastrófico que ela parece aceitar sem qualquer resistência.

Depois de seguir sem rumo, tentando montar as peças do quebra cabeça que a fará entender o desaparecimento de sua mãe, um inusitado relacionamento amoroso fará com que acesse novos sentimentos, novos medos e novas perspectivas e enxergue aquilo que, para inconscientemente se proteger, vem tentando esconder desde sempre.

A densa carga psicológica da narrativa, suavizada pelos belíssimos trechos descritivos que nos conectam à natureza, é enriquecida pelo quê de aventura que permeia aquela que seria a última viagem migratória das andorinhas e de sua mais fiel observadora.

Achei o texto lindíssimo e me senti completamente envolvida pela leitura, embora esta sensação não tenha alcançado unanimidade no grupo de discussão.

Gostei muito e recomendo.

Mary Manzolli 04/04/2023

Algumas migrações ocorrem dentro de nós.
As andorinhas-do-ártico vivem, aproximadamente, 30 anos e, durante esse período, chegam a voar mais de 2,4 milhões de quilômetros. Isso é o mesmo que ir e voltar da lua umas três ou quatro vezes!

Nesta história que se passa num futuro distópico em que toda a fauna está extinta ou ameaçada de extinção, a protagonista Franny Stone, convence a tripulação de uma embarcação de pesca marítima, a realizar uma perigosa travessia, da Groelândia ao Ártico, para acompanhar o que pode ser a última migração dessa espécie.

Na medida em que a tripulação avança sentido ao Ártico, as histórias dos personagens vão sendo contadas, principalmente, a vida de Franny, que possui um perfil psicológico obscuro e uma vida repleta de desencontros, fugas, idas e vindas. Aos poucos vamos compreendendo quais são os verdadeiros anseios da personagem ao perseguir as andorinhas rumo ao Ártico e é muito mais sobre a sua própria "migração", lidar com suas perdas e traumas e a busca por uma paz redentora.

Uma leitura que iniciei sem muitas expectativas e que apesar de remeter a temas importantes como as questões ambientais e a necessidade de mudarmos a forma com a qual temos tratado a natureza, me pareceu, a princípio, que atravessar o planeta atrás de andorinhas seria um tanto monótono, mas fui surpreendida e arrebatada pela história que nos prende a atenção desde o início e nos deixa a cada momento mais interessados e curiosos sobre os fatos e acontecimentos da vida de Franny.

Enfim, um livro incrível, uma história bela, triste e, assim como o mar que desbrava, tempestuosa; com uma personagem enigmática, rebelde e intensa que nos leva à reflexões profundas sobre as inúmeras migrações as quais fazemos no decorrer da vida e o quanto intempéries ao longo da jornada podem moldar nossas ações, reações e personalidade.

Uma obra para chorar, em várias frente: pela natureza destruída, pelas histórias dos personagens e por nossa própria tomada de consciência de que a liberdade que buscamos também pode ser fuga.

Renata 02/04/2023

Não foi fácil para eu acompanhar Franny em sua jornada. A cada página, pude sentir com a personagem a dor, angústia, solidão e culpa por tantas coisas que aconteceram em sua vida, como se desenrolasse junto minhas dores, angústias, solidão e culpa! Em níveis diferentes, obviamente (minha história não é tão trágica), mas pude entender os sentimentos dela com relação às pessoas e ao mundo, assim como muito das suas atitudes e escolhas?
O mundo distópico é apenas o cenário onde tudo isso acontece, o pano de fundo onde Franny realiza a fuga constante de seus sentimentos. Alguns podem dizer que é covardia ou egoísmo, eu entendo que é sobrevivência. Às vezes nossa mente e nosso coração negam para poder sobreviver a uma realidade que não se pode suportar.
Só não gostei muito do final, essa mensagem de esperança para criar um final feliz, como se fizesse parte de um outro livro.

Talita 02/04/2023

Que livro maravilhoso. Gosto muito de distopias, mas essa foi a mais sensível que já li na vida. Um livro que me fez refletir sobre o nosso futuro comum e sobre o egoísmo dos seres humanos. Franny é uma protagonista bem diferente de todas que já li, um pássaro que não aceita gaiolas.
Recomendo a leitura.