Jardim de histórias 22/05/2024
"A morte é íntima demais para caber em um espetáculo"
Um livro repleto de sentimentos e reflexões.
Com uma narrativa impressionante, totalmente crua, onde o autor de forma direta se relaciona com leitor, trazendo esse desabafo que funciona muito bem como um debate pós, leitura, sobre a densidade sendo a inclusão social e seus aspectos, contrastando com às divergências impostas pelos conflitos gerados em diferentes camadas sociais e também no mesmo ciclo quando não se há consciência, agravado pela inclusão de um ingrediente contextual, para a aplicabilidade de um contorno escatológico, sendo a questão racial.
De forma bem envolvente, repleto de emoção, o autor, como um grito entalado na garganta, abordará um racismo estrutural, sistematizado e normalizado. Normalizado através do ponto de vista de quem detém certos privilégios e não se dá conta. Ao fazer referência ao racismo normalizado extraímos da memória ou de conteúdos históricos, a normalização do racismo, sexismo, homofobia e misoginia dos anos 80, naturalizadas em programas de TV, direcionados ao público familiar, incluído programas infantis, onde era comum e no formato pejorativo, fazer de uma forma "inocente e falsamente cativante" piadas com o caráter de destacar ou diminuir o que era considerado diferente de um ponto de vista do padrão social, estético, aplicado na época e também aplicado atualmente e sistematizado, devido a uma política de estado, que mata e persegue homens e mulheres pretas, ao longo da história.
O belíssimo trabalho do autor circula através do tempo devido às memórias sofridas trazidas pelo narrador, de forma fragmentada, cultivando referências comportamentais.
O ponto principal e fundamental é a forma dialética em que os conflitos familiares e de desenvolvimento social e emocional, são abordados, trazendo as dificuldades do tema, potencializando uma desestrutura, a capacitando pontualmente no resultado social, mostrando a capacidade periférica de sobreviver em um sistema de total exclusão.