Evy 20/11/2023Importante!Esse é o terceiro livro que leio dessa autora que se tornou uma das minhas favoritas da vida. Diferente dos dois primeiros (O Olho mais Azul e Sula), este é um livro mais analítico e que explora, através do olhar perspicaz da autora, a história do corpo negro na América e como este foi instrumentalizado e moldado pela opressão.
"O racismo pode até se apresentar de vestido novo ou com outro par de botas, mas nem ele, nem seu irmão gêmeo, o fascismo, são novidades ou podem fazer algo de novo. Podem apenas reproduzir o ambiente que garante sua própria saúde: medo, negação e uma atmosfera em que suas vítimas tenham perdido a vontade de lutar".
A autora explora os aspectos históricos e sociais que permeiam a experiência negra na América, desde os dias da escravidão até as complexidades contemporâneas do racismo estrutural. Ela destaca como o corpo negro foi explorado, desumanizado e subjugado ao longo da história, não apenas como um objeto físico, mas como uma narrativa cultural que perpetua a superioridade racial para justificar a opressão e a exploração.
Morrison nos desafia a confrontar a verdade por trás de uma única história e a entender como os sistemas de poder moldaram a percepção do negro, muitas vezes reduzindo-o a estereótipos, estigmas e violência. O livro oferece uma oportunidade de repensar o papel do racismo na sociedade contemporânea e da nossa responsabilidade diante dele, principalmente da necessidade de não permitir que as estruturas opressivas continuem a afetar o corpo e a identidade do negro.
É uma obra curta, mas de imensa importância, que não apenas informa, mas também incita à reflexão e à ação na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Recomendo a leitura!