O pacto da água

O pacto da água Abraham Verghese




Resenhas - O pacto da água


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Val 24/05/2024

O Pacto da Água traz um grande rio literário.
Inebriante! Talvez não seja o adjetivo mais adequado para definir o belíssimo romance O Pacto da Água, do médico e escritor etíope-americano Abraham Verghese, um destaque entre os best-sellers campeões do New York Times. Mas, fica difícil escapar dessa definição depois que se inicia a leitura da obra. Você simplesmente não consegue parar.

A água, presente no título, e a medicina inundam toda a obra. E nesse aluvião Verghese revela-se um perito em enredar situações, biografias e histórias. Sem dúvidas, trata-se de uma saga familiar, com diversos protagonistas, elaborada numa linguagem direta, descrições precisas, rica na elucidação dos cenários e diálogos dinâmicos, entremeados de colocações poéticas e precisões políticas, históricas e geográficas.

É o enredo de uma família hindu cristã do sul da Índia, marcada por um carma, como acredita ter boa parte das famílias daquela região. O livro desenvolve-se revelando os costumes e diferenças daquela população de forma desenvolta e com o uso dos nomes originais das coisas, entre apetrechos, roupas, comidas, profissões, frutas, peixes, por exemplo.

Após rápida e dramática escala na Escócia, a narrativa prossegue na tradicional cidade de Madras (hoje Chennai) no Golfo de Bengala, no leste da Índia, com o médico Digby, trazendo uma crítica refinada à colonização inglesa na Índia, embrutecida pelo esnobismo e discriminação da maioria dos britânicos que lá atuaram. Aí surge um médico sueco, que além de competente, surpreende-nos com suas atitudes espiritualistas e humanitárias. E faz o primeiro link entre as histórias dos protagonistas.

Verghese expõe a hoje abominável separação social por castas na Índia, atingindo níveis inacreditáveis de intolerância e preconceito - graças à incivilidade -, condenando as castas inferiores à extrema pobreza e suprema ignorância. A independência da Índia do jugo colonialista britânico e o maligno risco comunista percorre também todo o enredo.

Então, algo inédito e surpreendente: a cena de uma relação sexual absolutamente sublime e nada erótica é outra proeza literária elaborada por Verghese, onde o autor se supera. Como já disse no início, simplesmente inebriante.

Em meio a diversas situações médicas, brilhantemente descritas por Verghese - que é médico -, tornando-as acessíveis aos leigos, dramas passageiros e até arrasadores desenrolam-se numa atmosfera excepcionalmente humanística que permeia toda a obra. Alguns momentos tristes que nos tocam profundamente podem trazer lágrimas aos olhos, pois ao correr da leitura passamos, involuntariamente, a amar alguns protagonistas e personagens.

Esta obra tem o dom de a cada personagem introduzido no enredo, surgir uma rica figura ou situação que abrilhanta o livro, mantendo-o num alto nível de excelência literária. Personagens fascinantes, diálogos preciosos, informações valiosas, históricas e contundentes constituem o liame e a espinha dorsal da formação da maravilhosa saga.
Esta obra somada à anterior O Décimo Primeiro Mandamento demonstra que Abraham Verghese já está a merecer alguma premiação literária expressiva e as atenções mais atentas dos membros do conselho da Academia Sueca do Prêmio Nobel.

Na gíria, um livro gigante; no popular, um livro maravilhoso. Ou seja, uma gigantesca e maravilhosa obra literária, com drama, romance, aventura, poesia, culinária, geografia, artes e muita medicina para os que gostam de uma ótima e inebriante leitura. Imperdível!

Valdemir Martins
24.05.2024


site: https://contracapaladob.blogspot.com/
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MãeLiteratura 16/05/2024

Maravilhoso!
Favoritado!

Que livro maravilhoso, eu amei!

Mergulhei nesta leitura com a certeza de que encontraria uma história incrível e não me decepcionei nem um pouco.

O autor construiu uma saga familiar fantástica, envolvendo 3 gerações da mesma família, de 1900 a 1977. A trama é ambientada em Kerala, na costa de Malabar, no sul da Índia.

A família sofre de uma "condição" que faz com que alguns familiares tenham pavor de água. E a água desempenha um papel muito simbólico na história.

"Este é o pacto da água: todos estão inescapavelmente conectados, por missão ou omissão, e ninguém está só."

A trama começa quando uma menina perde o pai e é obrigada a casar com um homem bem mais velho. Nada é o que parece a princípio e logo encontramos uma história de superação, amor e muito afeto.

Grande Ammachi, Philipose, Bebe Mol, Elsie e Mariamma são alguns dos personagens que cativaram meu coração.

A escrita do Abraham é simplesmente deslumbrante. Fluida, elegante e muito envolvente. Além das relações familiares, trata de uma temática que eu adoro, a medicina, pois além de autor, ele é médico.

Leia sem saber muito da sinopse e da trama, assim sua experiência será melhor ainda. São 84 capítulos e 632 páginas que passam voando. No final desacelerei porque não queria que o livro acabasse e já estava com saudades dos personagens.

Dele já tinha lido e amado demais O Décimo Primeiro mandamento, que já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares no mundo.

Este livro foi escolhido para o clube de leitura de Oprah Winfrey. Também pretendo que seja lido no nosso Clube!

site: https://www.instagram.com/maeliteratura/
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